O capim-amargoso (Digitaria insularis) é uma espécie de ciclo perene, cuja propagação ocorre através de sementes e rizomas, tornando-se de difícil controle após a sua floração. Destaca-se pelo seu amplo potencial de dispersão, impulsionado pela habilidade de produzir uma grande quantidade de sementes, as quais são facilmente dispersas pelo vento. Ao longo do seu ciclo de desenvolvimento, um única planta pode produzir até 75.000 sementes (Albrecht, 2019).
De acordo com pesquisas realizadas por Gazziero et al. (2012), a relação entre a produtividade da soja e a infestação de capim-amargoso na lavoura, é inversamente proporcional. A matocompetição imposta por essa espécie em áreas cultivadas com soja pode resultar em redução de até 44% a produtividade da cultura. O professor e pesquisador Alfredo Albrecht destaca que o capim amargoso é uma espécie problemática e que está presente em diversas regiões de cultivo do país.
Visando um manejo eficiente de plantas daninhas com o foco em capim-amargoso e capim-pé-de-galinha, o Mais Soja lançou, com o apoio da IHARA, o Missão Mato Zero, um programa que conta com uma série de vídeos com alguns dos mais renomados pesquisadores do país, podcasts e textos técnicos, com o objetivo de trazer a informação e auxiliar no manejo de plantas daninhas.
No sexto vídeo da série o professor e pesquisador da UFPR/Supra Pesquisa, Alfredo Albrecht, aborda o tema: Capim-amargoso: Importância, ocorrência e dicas de manejo, confira:
Em 2005, foi registrado o primeiro caso de resistência de capim-amargoso (D. insularis) no Paraguai, nas culturas de milho, algodão, soja e girassol ao ingrediente ativo glifosato, um Inibidor da Enolpiruvil Shiquimato Fosfato Sintase (EPSP’s). No Brasil, a primeira ocorrência de resistência foi identificada em 2008 nas culturas de soja e milho aos Inibidores da EPSP’s. Já em 2016, foi confirmada a resistência aos Inibidores da Acetil Coenzima A Carboxilase (ACCase) na cultura da soja, aos ingredientes ativos fenoxaprop-etila e haloxifop-metil.
No ano de 2020, surgiu o primeiro caso de resistência múltipla, com resistência aos Inibidores da EPSP’s e Inibidores da ACCase na cultura da soja no Brasil, aos ingredientes ativos fenoxaprop-etila, glifosato e haloxifop-metil. No Paraguai, também foi confirmada resistência múltipla aos ingredientes ativos cletodim, glifosato e haloxifop-metil (Heap, 2023).
Tendo em vista a resistência não apenas ao glifosato, mas também aos graminicidas, o pesquisador Alfredo Albrecht, destaca a importância do monitoramento de populações resistentes, sendo essencial para identificação precoce de novos casos de resistência, evitando que os problemas se agravem e, possibilitando a definição de soluções eficientes para o manejo dessa espécie. De acordo com pesquisas realizadas pela Embrapa, os custos de produção em lavouras de soja com plantas daninhas resistentes ao glifosato podem aumentar em média de 42% a 222% (Embrapa, 2017).
Pesquisas realizadas por Salvalaggio et al. (2017), revelaram que a competição imposta pelo capim-amargoso acarretou significativas reduções na produtividade, à medida em que se aumentou a densidade de plantas dessa espécie. A presença de 7 plantas m-2 resultou em uma redução de 45,8% na produtividade da soja, com um acréscimo de 2,29% na redução da produtividade a cada planta adicional por metro quadrado presente na área.

Conforme destacam Machado et al. (2006), o melhor período para o controle de D. insularis é até os 35 dias após a emergência (DAE), quando os rizomas ainda não foram formados. Além disso, devido ao crescimento mais lento até os 45 DAE, há a oportunidade de implementar o controle cultural, inserindo no sistema de produção, o cultivo de plantas que cobrem rapidamente o solo. O manejo em pré-emergência é importante, pois permite o controle de plantas jovens, com até 3 perfilhos, aproveitando a maior variedade de herbicidas disponíveis e, assim, ampliando a eficácia do controle (HRAC -BR, 2022).
O pesquisador ressalta a importância dos herbicidas pré-emergentes como ferramentas essenciais no manejo de plantas daninhas em áreas com histórico de ocorrência e presença de sementes no banco de sementes. Complementando o controle, quando necessário, com herbicidas pós-emergentes, ele enfatiza que o emprego de herbicidas pré-emergentes contribui para tornar o controle mais eficiente em pós emergência.
Além disso, a perenização do capim-amargoso, com a formação de touceiras e rizomas, também dificulta seu controle. Embora o controle químico possa parecer eficiente inicialmente, quando realizado em plantas de maior porte, a capacidade de rebrotar contribui para a reincidência dessa espécie nas áreas de cultivo.
Nesse caso, torna-se necessário pelo menos duas a três aplicações ou intervenções, incluindo o emprego de graminicidas sistêmicos, alternados com herbicidas de contato em aplicações sequenciais. Albrecht destaca que, como alternativa para o manejo de plantas em estádios mais avançados, a prática da roçada mecânica é uma opção viável, possibilitando reduzir uma das aplicações em pós-emergência.
A implementação de estratégias como a rotação de mecanismos de ação, aliadas às boas práticas de manejo, como o investimento em palhada para reduzir os fluxos de emergência, a rotação de culturas, a diversificação e, consórcios, são medidas capazes de proporcionar bons resultados no manejo de plantas daninhas, reduzindo os fluxos de emergência
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Referências:
ALBRECHT, A. CAPIM-AMARGOSO: UMA PLANTA DANINHA COMPLEXA. Professores Alfredo & Leandro Albrecht, 2019. Disponível em: < https://www.youtube.com/watch?v=on_mUT_nCEs&t=31s >, acesso em: 20/11/2023.
GAZZIERO, D. L. P. et al. EFEITOS DA CONVIVÊNCIA DO CAPIM-AMARGOSO NA PRODUTIVIDADE DA SOJA. XXVII CBCPD, Manejo integrado de plantas daninhas em culturas oleaginosas. Campo Grande -MS, 2012. Disponível em: < https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/67061/1/733-XXVIIICBCPD.pdf >, acesso em: 20/11/2023.
HEAP, I. THE INTERNATIONAL HERBICIDE-RESISTANT WEED DATABASE. Online, 2023. Disponível em: < https://www.weedscience.org/Pages/Species.aspx >, acesso em: 20/11/2023.
HRAC – BR. SAIBA MAIS SOBRE O CAPIM-AMARGOSO. Comitê de Ação a Resistência aos Herbicidas, 2022. Disponível em: < https://www.hrac-br.org/post/saiba-mais-sobre-o-capim-amargoso >, acesso em: 21/11/2023.
MACHADO, A. F. L. et al. ANÁLISE DE CRESCIMENTO DE Digitaria insularis. Planta Daninha, v. 24, n. 4, p. 641-647. Viçosa – MG, 2006. Disponível em: < https://www.scielo.br/j/pd/a/bHx37yjt3XPPdTc9X8p6xBs/?format=pdf&lang=pt >, acesso em: 20/11/2023.