Comentários referentes à 02/04/2025, por T&F Agroeconômica
FECHAMENTOS DO DIA 02/04
O contrato de soja para maio, referência para a safra brasileira, fechou em baixa de -0,46%, ou $ -4,75 cents/bushel a $ 1029,50. A cotação de julho, fechou em baixa de -0,41% ou $ -4,75 cents/bushel a $ 1029,50. O contrato de farelo de soja para maio fechou em baixa de -1,74 % ou $ -5,1 ton curta a $ 287,2 e o contrato de óleo de soja para maio fechou em alta de 2,23 % ou $ 1,06/libra-peso a $ 48,50.
ANÁLISE DO MIX
A soja negociada em Chicago fechou de forma mista nesta quarta-feira. As cotações até maio 26 fecharam em baixa, com as demais conseguindo uma leve alta. As incertezas do “Dia da Libertação” levaram o investidor a tomar uma postura defensiva. O anúncio das tarifas foi feito após o fechamento da sessão, o que não trouxe clareza para o mercado ao longo do dia.
Enquanto isso o óleo de soja continua o seu processo de valorização, evitando maiores quedas para o grão da soja. Um estudo da CropLife Brasil e da Celeres Consultoria que foi divulgado hoje indicou que sementes de soja pirateadas são plantadas em 11% do total de hectares do Brasil. Isso custou às empresas de sementes US$ 1,75 bilhão no ano passado.
NOTÍCIAS IMPORTANTES
ÓLEO DE SOJA TEM VIDA PRÓPRIA (altista)
Imune a tensões e com fundamentos próprios, o óleo de soja voltou a subir hoje em Chicago, onde as cotações refletiram alta de US$ 23,37 para a posição de maio, que fechou a sessão com liquidação de US$ 1.069,22 a tonelada. Isso foi novamente vinculado à possibilidade real de aumento do uso de biodiesel no corte obrigatório de combustíveis fósseis, um tópico que tem sido discutido consistentemente desde a última quinta-feira. Tanto que, desde o fechamento da última quarta-feira, quando o contrato de maio foi ajustado em US$ 940,04, o preço do petróleo subiu 13,74%.
EUA-AUMENTO DO USO DE BIODIESEL (altista)
Ontem, uma coalizão empresarial composta por representantes da indústria petrolífera e produtores de biocombustíveis recomendou à Agência de Proteção Ambiental (EPA) que o volume de biodiesel designado para redução obrigatória fosse aumentado de 3,35 bilhões de galões para uma faixa entre 5,5 e 5,75 bilhões de galões nos próximos dois a três anos. Se a agência aprovar a sugestão do biodiesel, será um impulso significativo para a indústria de agrocombustíveis, que, segundo fontes do setor, tem operado abaixo de sua capacidade após o forte crescimento da capacidade instalada nos últimos anos.
FARELO É O LADO NEGATIVO DESTE CENÁRIO (baixista)
O lado negativo dessa situação é o mercado de farelo de soja, que, por exemplo, fechou hoje com queda de US$ 5,62 para a posição de maio, que fechou em US$ 316,58 a tonelada, o menor nível desde meados de dezembro do ano passado. Entre a última quarta-feira (US$ 323,64) e hoje, o contrato mencionado caiu 2,18%. O risco de aumentar a moagem de soja nos EUA — para atender ao aumento do uso na colheita e compensar a escassez do óleo de canola canadense — sem saber o que será feito com o excedente de farelo que esse processo deixará para trás é o que está pressionando os preços do farelo hoje, além do início da colheita na Argentina, que impulsionará a moagem local e as exportações do principal fornecedor mundial do farelo.
IMPORTAÇÕES DE SOJA DA EUROPA (altista)
As importações de soja da União Europeia durante o ano de comercialização de 2024/25 estão tendendo 7% acima do ritmo do ano passado, após atingir 10,07 MT até 30 de março. Estados Unidos, Brasil, Ucrânia, Canadá e Togo foram os cinco principais fornecedores. As importações de farelo de soja da UE estão sendo 27% mais altas ano a ano, após atingir 13,99 milhões de toneladas métricas no mesmo período.
BRASIL AUMENTA EXPORTAÇÃO DE SOJA (baixista para CBOT, altista para o Brasil)
A Anec do Brasil estima que as exportações de soja do país atingiram 16,09 MT em março, o que é modestamente maior do que sua projeção anterior de uma semana atrás. A Anec também espera que as exportações brasileiras de farelo de soja atinjam 2,17 milhões de toneladas métricas no mês passado.
ARGENTINA-EXPORTAÇÕES AUMENTAM 20% (baixista)
As exportações de grãos da Argentina atingiram US$1,88 bilhão em março, o que foi um aumento mensal de 20%, de acordo com a câmara CIARA-CEC de esmagadores e exportadores de oleaginosas e grãos. O salto foi amplamente atribuído a uma redução recente nos impostos de exportação, que foi promulgada em janeiro. A Argentina está entre os maiores exportadores mundiais de várias commodities, incluindo soja, farelo de soja e milho.
Fonte: T&F Agroeconômica