Por T&F Agroeconômica, comentários referentes à 13/06/2025
FECHAMENTOS DO DIA 13/06
O contrato de soja para julho, referência para a safra brasileira, fechou em alta de 2,64%, ou $ 27,50 cents/bushel a $ 1069,75. A cotação de agosto, fechou em alta de 2,69% ou $ 28,00 cents/bushel a $ 1069,00. O contrato de farelo de soja para julho fechou em baixa de -0,88 % ou $ -2,6 ton curta a $ 291,9 e o contrato de óleo de soja para julho fechou em alta de 6,30 % ou $ 3,00/libra-peso a $ 50,61.
ANÁLISE DA ALTA
A soja negociada em Chicago fechou o dia e a semana em alta. A soja negociada em Chicago fechou em alta puxada pela alta o óleo de soja e do petróleo. O subproduto da soja teve uma alta vertiginosa acima dos 6% no dia com a liberação do uso de 5,61 bilhões de galões em 2026 e 5,86 bilhões em 2027 ante os atuais 3,35 bilhões de galões. O uso do biocombustível será essencial caso a escalada da guerra Israel X Irã se confirme.
Vale destacar que até 30% da produção mundial de petróleo passa pelo estreito de Hormuz, região que pode ser bloqueada pelo Irã. O local é a única ligação entre o Golfo Pérsico e o restante dos oceanos. Mesmo sem o bloqueio, o petróleo bruto atingiu a maior alta em um dia desde 2022. A soja fechou o acumulado da semana em alta de 1,18% ou $ 12,50 cents/bushel. O farelo de soja caiu -1,29% ou $ -3,8 ton curta. O óleo de soja subiu 3,11% ou $ 6,55 libra-peso no período.
Análise semanal da tendência de preços, por T&F Agroeconômica:
FATORES DE ALTA
a) Guerra no Oriente Médio eleva os preços do óleo de soja: Em um dia marcado pelo ataque de Israel ao Irã, que elevou os preços do petróleo e manteve os principais indicadores do mercado acionário global no vermelho, os preços da soja fecharam o dia e a semana com resultados positivos em Chicago, graças à forte alta dos preços do óleo de soja, que responderam com altas limitadas (o contrato de julho somou US$ 66,14 e fechou em US$ 1.115,74 por tonelada, com alta semanal de 6,55%) às boas — e, a rigor, inesperadas — notícias para os biocombustíveis, mas particularmente para o biodiesel.
b) Aumento dos mandatos de biodiesel nos EUA: O administrador da Agência de Proteção Ambiental dos EUA (EPA), Lee Zeldin, anunciou hoje os novos mandatos de corte para os próximos anos. No caso do biodiesel, ele aumentou o mandato dos atuais 3,35 bilhões de galões para 2025 para 5,61 bilhões de galões para 2026 e 5,86 bilhões de galões para 2027. Esses números para os próximos dois anos ficaram acima dos 5,25 bilhões de galões considerados a meta máxima pela indústria de biodiesel, que agora precisa aumentar sua demanda por óleo para se adaptar às novas exigências.
c) Cortes no uso de matérias-primas importadas: Além disso, o fato de a EPA ter decidido reduzir pela metade os créditos aplicados a matérias-primas importadas para a produção de biodiesel — óleo de soja ou canola e óleo de cozinha usado, entre outros produtos — também se mostrou otimista para o mercado americano. Isso também favorece o uso do óleo de soja americano.
d) Baixos estoques americanos de soja: Cabe destacar que, com uma modesta meta de exportação de soja para os Estados Unidos em 2025/2026, projetada em 49,40 milhões de toneladas, o USDA projetou ontem, em seu relatório mensal, os estoques finais da oleaginosa para a nova safra em 8,03 milhões de toneladas, um nível baixo para esta época do ano, o que pode acentuar as perspectivas de alta para os preços da soja caso, nos próximos dois a três meses, o clima se mostre adverso ao desenvolvimento da cultura ou à fase de colheita.
e) Clima adverso nos EUA: Nesse sentido, e alimentando as ações dos especuladores, as previsões estendidas para os próximos 6 a 10 dias preveem temperaturas bem acima dos níveis normais para esta época do ano em grande parte do Centro-Oeste.
f) No Brasil, a disputa sazonal entre indústrias (que querem aproveitar a alta do óleo) e os exportadores (que querem aproveitar o espaço antes da colheita americana em setembro) está aumentando os preços da soja, cujo preço subiu0,30% só em junho.
FATORES DE BAIXA
a) A commodity perdedora do dia foi o farelo de soja (a posição de julho caiu US$ 2,87, fechando em US$ 321,76 por tonelada, uma queda semanal de 1,29%), dado que o aumento da moagem para atender à crescente demanda por óleo deixará excedentes maiores de farelo que os Estados Unidos terão que vender, em um mercado liderado pela Argentina e pelo Brasil, ambos com colheitas abundantes na atual temporada. No Brasil o farelo foi o que mais caiu (- 20,45% no ano de 2025).
b) Os estoques finais americanos e mundiais mais altos, segundo o relatório do USDA desta semana, são baixistas para o mercado.
c) No Brasil, a queda do dólar (-0,48% na semana, -1,17% no mês e -10,53% no ano) freia a alta da soja.
Fonte: T&F Agroeconômica