Por T&F Agroeconômica, comentários referentes à 17/06/2025
FECHAMENTOS DO DIA 17/06
O contrato de soja para julho, referência para a safra brasileira, fechou em alta de 0,40%, ou $ 4,25 cents/bushel a $ 1074,00. A cotação de agosto, fechou em alta de 0,42% ou $4,50 cents/bushel a $ 1076,25. O contrato de farelo de soja para julho fechou em alta de 0,49 % ou $ 1,4 ton curta a $ 285,1 e o contrato de óleo de soja para julho fechou em baixa de -0,58 % ou $ -0,32/libra-peso a $ 54,79.
ANÁLISE DA ALTA
A soja negociada em Chicago fechou em alta nesta terça-feira. As cotações da oleaginosa conseguiram leves ganhos com a deterioração das condições das lavouras americanas e um leve atraso no plantio. O USDA reduziu em sua avaliação semanal em 2 pontos percentuais as lavouras em bom/excelentes estado, assim como um avanço menor que no ano anterior e do esperado do mercado.
Uma venda extra de 120 mil toneladas de farelo de soja compensou a realização de lucros do óleo de soja, que desde o começo do conflito entre Israel e Irã, mais o suporte do aumento do uso de biodiesel nos EUA, subiu 11,91%.
NOTÍCIAS IMPORTANTES
EUA-EFEITOS DA DETERIORAÇÃO DAS LAVOURAS (altista)
A soja encerrou a sessão de Chicago com preços ligeiramente mais altos. Isso foi influenciado pela deterioração das condições das lavouras americanas divulgada ontem pelo USDA em seu relatório semanal, que reduziu a proporção de soja em boas/excelentes condições de 68% para 66%. Esse número ficou abaixo dos 70% para o mesmo período em 2024 e da média de 68% esperada pelos produtores do setor privado. Um pouco mais lento do que o esperado, o órgão relatou um avanço no plantio de 93% da área, em comparação com 90% na semana passada; 92% no mesmo período do ano passado; 94% da média das últimas cinco temporadas; e 95% estimado pelos traders.
CBOT-REALIZAÇÃO DE LUCROS NO ÓLEO (baixista)
A melhora ocorreu apesar da realização lógica de lucros no mercado do óleo de soja (a posição de julho caiu US$ 7,06 para US$ 1.207,89 por tonelada), após atingir a maior alta
em 20 meses ontem, após a decisão da Agência de Proteção Ambiental dos EUA (EPA) de aumentar a participação do biodiesel nas metas de corte obrigatórias de 3,35 bilhões de galões em vigor até 2025 para 5,61 bilhões de galões até 2026 e 5,86 bilhões de galões até 2027. As novas metas estabelecidas para os próximos dois anos ficaram acima dos 5,25 bilhões de galões considerados a meta máxima pela indústria de biodiesel.
FALTA DE DEMANDA CHINESA (baixista)
Além da queda nos preços do óleo, a melhora foi limitada pela falta de notícias sobre a proposta de trégua comercial entre os Estados Unidos e a China, que, até o momento, não gerou nenhuma notícia sobre a demanda chinesa. Para se ter uma ideia, a China comprou 60 cargos CTF (mais ou menos 3,96 MT) durante o mês de junho, mas nenhum dos EUA.
NOVA VENDA DE FARELO (altista)
Em seus relatórios diários, o USDA confirmou hoje a venda de 120.000 toneladas de farelo de soja americano 2025/2026 para destinos desconhecidos. Vale ressaltar que o farelo de soja americano se tornou muito competitivo devido à queda de seu preço, dada a possibilidade de que o esmagamento de soja tenha que ser aumentado para atender à crescente demanda por óleo.
BRASIL-VENDA DA SOJA PARA ABRIR ESPAÇO PARA O MILHO (baixista)
A valorização do real em relação ao dólar nos últimos dias contribuiu para o fortalecimento dos preços do milho nos EUA, o que prejudica a competitividade das exportações brasileiras. Isso também reduz os incentivos de venda para os produtores, que recebem menos reais por seus grãos. Outro fator é: em um cenário que vê uma sucessão de colheitas abundantes no Brasil, primeiro de soja e agora de milho, isso pode estar levando — como observado anteriormente — ao aumento das vendas de soja, que tem preços melhores que o milho, para abrir espaço para receber o milho nos armazéns, que já começam a mostrar sinais de estresse.
Fonte: T&F Agroeconômica