Por T&F Agroeconômica, comentários referentes à 02/06/2025
FECHAMENTOS DO DIA 02/06

O contrato de soja para julho, referência para a safra brasileira, fechou em baixa de -0,79%, ou $ -8,25 cents/bushel a $ 1033,50. A cotação de agosto, fechou em baixa de -0,92% ou $ -9,50 cents/bushel a $ 1027,25. O contrato de farelo de soja para julho fechou em baixa de -0,81 % ou $ -2,4 ton curta a $ 293,9 e o contrato de óleo de soja para julho fechou em baixa de -1,30 % ou $ -0,61/libra-peso a $ 46,28.

ANÁLISE DA BAIXA

A soja negociada em Chicago fechou em baixa nesta segunda-feira. As cotações da oleaginosa permaneceram em queda neste começo de semana. Os subprodutos da soja também foram para o lado negativo, o que aumentou a pressão sobre os preços dos contratos do grão. A turbulência comercial aumentou durante o final de semana com declarações do Presidente Donald Trump sobre a China e aumento das tarifas de 25% para 50% vigentes sobre o aço e alumínio. Nesta segunda-feira a China respondeu firmemente ao governo americano, afastando a possibilidade de um acordo no curto prazo.

O rápido andamento do plantio nos EUA, com o mercado esperando 68% das lavouras em boas ou excelentes condições no relatório do USDA do final do dia e a plena disponibilidade da soja colhida no Brasil são o fator de pressão sazonal da oleaginosa.

NOTÍCAS IMPORTANTES
BRASIL AUMENTA OFERTA DE ÓLEO DE SOJA PARA EXPORTAÇÃO (baixista)

Os preços do óleo de soja no Brasil estão menores do que os da Argentina (maior exportador mundial), porque a demanda por biodiesel no Brasil não está boa. Muitos distribuidores não estão retirando cargas já contratadas na velocidade esperada. As margens de moagem no Brasil estão baixas. Como resultado, há mais óleo ofertas de óleo para exportação e a preços menores.

NOVAS TENSÕES EUA/CHINA (altista)

A soja fechou o dia em baixa em Chicago, refletindo as tensões que voltam a se agravar na relação entre Estados Unidos e China, após Trump ter acusado a China, na sexta-feira, de “violar” o acordo firmado na Suíça que permitiu a redução de tarifas. Hoje, um porta-voz do Ministério do Comércio chinês negou a acusação e, ao contrário, afirmou que são os Estados Unidos que estão violando o acordo de Genebra.

POSIÇÃO DA CHINA

“A China, com uma atitude responsável, abordou ativamente o consenso das negociações comerciais de Genebra. Em contrapartida, os Estados Unidos introduziram sucessivamente múltiplas restrições discriminatórias contra a China, incluindo a emissão de diretrizes de controle de exportação para chips de IA; a suspensão das vendas de software de design de chips (automação de design eletrônico) para a China; e o anúncio da revogação de vistos para estudantes chineses. Essas ações violam gravemente o consenso alcançado durante o telefonema de 17 de janeiro entre os dois chefes de Estado; minam gravemente o consenso existente nas negociações de Genebra; e prejudicam significativamente os direitos e interesses legítimos da China. Os Estados Unidos provocam continuamente novos atritos comerciais, exacerbando a incerteza e a instabilidade nas relações comerciais bilaterais. Em vez de refletir sobre suas próprias ações, culpam injustamente os outros, acusando infundadamente a China de violar o consenso, o que se desvia gravemente dos fatos. A China rejeita firmemente essas acusações injustificadas”, afirmou o porta-voz.

LONGE DA TRÉGUA (baixista)

Após as negociações na Suíça, observamos: “Embora esta trégua — por enquanto, esse termo parece mais apropriado do que um acordo — seja positiva, está longe de marcar o fim da segunda guerra comercial entre esses países. Muitas divergências entre as duas grandes potências globais devem ser resolvidas durante esta pausa.” A realidade é que, durante a pausa, não houve mais diálogo entre os negociadores e nenhuma divergência foi resolvida; para piorar a situação, Trump voltou ao que sabe fazer de melhor: aumentar as tensões por meio das mídias sociais.

EUA-DECEPÇÃO COM A POLÍTICA DE BIOCOMBUSTÍVEIS (baixista)

Acrescentaram-se a isso a falta de notícias positivas em relação aos biocombustíveis, particularmente em relação à demanda por biodiesel — hoje, o preço do petróleo caiu US$ 13,45 para US$ 1.020,28 a tonelada — e a extensão dos créditos tributários 45Z, bem como a pressão exercida pela entrada da soja brasileira no mercado e a melhoria das condições climáticas na Argentina, o que acelerará a reta final da colheita.

EXPORTAÇÕES DENTRO DO ESPERADO (altista)

Em seu relatório semanal sobre inspeções de embarques nos EUA, referente ao período de 23 a 29 de maio, o USDA relatou hoje embarques de soja totalizando 268.343 toneladas, acima das 200.022 toneladas da semana anterior e dentro da faixa estimada por produtores privados, entre 75.000 e 450.000 toneladas.

BRASIL-PRODUÇÃO MAIOR (baixista)

No Brasil, a consultoria AgRural elevou sua estimativa para a produção de soja 2024/2025 de 167,70 milhões de toneladas para 169 milhões de toneladas.

EUA-SITUAÇÃO DO PLANTIO DE SOJA

O USDA informou no final da tarde dessa segunda-feira que o plantio da soja está em 84%, ante 76% da semana anterior, dos 77% do ano anterior e adiantada em relação aos 80% da média de cinco anos. As plantas emergindo estão em 63%, ante 50% da semana anterior, 53% ano passado e 57% da média histórica.

EUA-CONDIÇÕES DAS LAVOURAS DE SOJA

O USDA informou que 67% das lavouras de soja estão em condições boas/excelentes condições. 28% em condições regulares. 5% classificados como pobres/muito pobre.

Fonte: T&F Agroeconômica



 

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