A cotação do milho, em Chicago, cedeu um pouco nesta semana de feriados. O primeiro mês cotado fechou a quinta-feira (24) em US$ 4,77/bushel, contra US$ 4,82 uma semana antes.
O plantio do milho, nos EUA, atingia a 12% da área plantada até o dia 20/04, enquanto o mercado esperava 10% e a média histórica é de 10% para a época. Cerca de 2% das lavouras do cereal tinham germinado, ficando dentro da média.
Em tal contexto, as cotações em Chicago estariam pressionadas por este ritmo positivo do plantio, o qual aumenta a expectativa de uma safra cheia nos EUA. Soma-se a isso o clima positivo que acontece, neste momento, no Meio Oeste estadunidense (cf. Farm Futures).
Já no Brasil, os preços do milho recuaram um pouco. A média gaúcha fechou a semana em R$ 68,24/saco, enquanto as principais praças praticaram R$ 67,00. No restante do país, os preços médios oscilaram entre R$ 61,00 e R$ 85,00/saco. Justifica-se esse movimento pelo recuo dos compradores, que estão utilizando seus estoques, esperando um recuo maior dos preços internos. Já os vendedores se mostram mais flexíveis na formação dos preços e nos prazos de negociação.
Além disso, o clima torna-se o elemento central nas regiões de cultivo da segunda safra, já
que o Paraná e o Mato Grosso do Sul esperam mais umidade. Dito isso, segundo a Conab, o plantio da safrinha está finalizado no país, enquanto a colheita da safra de verão teria chegado a 65,5% da área nacional no início da presente semana, contra 60,3% na média histórica para esta data.
Enfim, destaque para relatório do Imea (Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária). Segundo o mesmo, o custeio do milho de alta tecnologia, da safra 2025/26, ficou em R$ 3.163,85/ha em março. Houve aumento sobre fevereiro devido a elevação dos preços dos defensivos, sementes e macronutrientes. Sendo assim, o Custo Operacional Efetivo (COE), para o ciclo 2025/26, subiu para R$ 4.640,95/ha. Já o Custo Operacional Total (COT) ficou em R$ 5.228,64/ha. E o Custo Total (CT) atinge a R$ 6.515,04/ha. O relatório destaca, diante disso, que para cobrir seus gastos com o Custo Operacional Efetivo (custo variável total), considerando o preço médio ponderado da comercialização até março/25, de R$ 43,12/saco, o produtor matogrossense precisará de uma produtividade média, na safra 2025/26, de 107,6 sacos/ha. Ou seja, mais uma vez o clima terá que correr muito bem para se alcançar tal resultado.
Fonte: Informativo CEEMA UNIJUÍ, do prof. Dr. Argemiro Luís Brum¹
1 – Professor Titular do PPGDR da UNIJUÍ, doutor em Economia Internacional pela EHESS de Paris-França, coordenador, pesquisador e analista de mercado da CEEMA (FIDENE/UNIJUÍ).