As chuvas da semana beneficiaram as lavouras. A colheita chegou a 65% da área implantada com a cultura no Estado.
Com o retorno de chuvas em volumes satisfatórios na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, na Campanha, as lavouras de milho estabelecidas a partir de dezembro terão condições adequadas para o enchimento dos grãos, especialmente as lavouras que estão em fase de pendoamento. Nas demais lavouras implantadas entre o final de outubro e ao longo de novembro, o enchimento dos grãos encontra-se bastante avançado, e a produtividade, já estabelecida. Nas áreas em colheita sem irrigação, a produtividade variou de 40 a 100 sacas por hectare, conforme menor ou maior uso de insumos e nível de umidade nos solos. As áreas onde é utilizada irrigação alcançam produtividades maiores, com cerca de 160 sacas em Hulha Negra. O manejo das plantas daninhas de maneira geral foi eficiente, mas áreas com falhas de estande apresentam infestações mistas de folhas largas e estreitas.
Na de Frederico Westphalen, estão colhidos 95% do total implantado. Na de Santa Maria, aproximadamente 44% das lavouras foram colhidas.
Na de Soledade, segue a colheita, totalizando 45% das lavouras. As em desenvolvimento vegetativo, florescimento e enchimento de grãos se beneficiaram das chuvas da semana. Associadas à radiação solar e às temperaturas amenas à noite e elevadas durante o dia, tais condições favoreceram o bom desempenho, com perspectivas de ótimas produtividades para as lavouras com implantação tardia. Foi realizada adubação nitrogenada em cobertura, trato cultural favorecido pela ocorrência de chuva na semana.
Na regional de Ijuí, com 11% da área de cultivo de milho grão do Estado, a cultura está em final de ciclo e colheita interrompida, pois priorizam-se as estruturas de recebimento e armazenagem para a cultura da soja. As áreas a colher estão em final de maturação, e o adiamento da colheita não comprometerá a qualidade dos grãos. Pequenas áreas de milho plantadas em janeiro após a retirada do milho primeiro cultivo foram beneficiadas pelas precipitações e apresentam bom desenvolvimento. Há cigarrinhas atacando as plantas.
Na regional da Emater/RS-Ascar de Caxias do Sul, a área de milho corresponde a 13% dos cultivos gaúchos. Segue a colheita, com bom rendimento e boa qualidade de grãos nas áreas semeadas mais no cedo. Já as áreas semeadas mais no tarde apresentam queda no rendimento, pois espigas e grãos foram avariados devido ao ataque de cigarrinha.
Na de Porto Alegre, a boa umidade do solo favorece o desenvolvimento das lavouras. A colheita da safra dos plantios do cedo está em plena execução. Lavouras encontram-se em maturação fisiológica e a maior parte já foi colhida – 49%. Em finalização o plantio do milho safrinha, este em sua maioria no período de desenvolvimento vegetativo, apresenta boas perspectivas de produtividade. A cigarrinha foi detectada em mais lavouras, apresentando danos. A lagarta do cartucho segue causando prejuízos.
Na regional de Pelotas, estão colhidos 18% dos cultivos. As áreas seguem com uma condição bastante favorável e contínua de umidade do solo, resultando em lavouras de milho muito bem desenvolvidas, com muito bom espigamento e enchimento dos grãos. Com a umidade no solo, produtores aplicaram mais intensamente as tecnologias como adubação nitrogenada em cobertura.
Na de Passo Fundo, 10% das áreas estão maduras por colher e 90% colhidos. De maneira geral, mesmo com os baixos volumes de precipitação de setembro a novembro, a produtividade deve ficar maior que a esperada inicialmente, pois o retorno das chuvas proporcionou recuperação das lavouras, o que torna o cenário mais otimista.
Na regional de Santa Rosa, a área de milho corresponde a 15% dos cultivos do Estado. Evoluiu para 81% a área colhida, na qual houve grande perda de produtividade. Muitas lavouras foram destinadas à alimentação animal em virtude do baixo rendimento. As boas chuvas nessa terceira semana de março foram um alívio para os produtores, uma vez que muitas lavouras já vinham apresentando sintomas de déficit hídrico, como o encharutamento das folhas. Mas com a volta da umidade no solo, as plantas retomaram o crescimento vegetativo e a formação das espigas. O tempo também favoreceu as pulverizações de herbicida para controle das ervas daninhas e a adubação nitrogenada em cobertura.
Na de Lajeado, com relação à produtividade, podemos caracterizar três situações: o milho semeado no cedo enfrentou alguns períodos de déficit hídrico no período reprodutivo, o que afetou um pouco a produtividade. Mas, de um modo geral, a deficiência hídrica não foi tão prolongada e intensa como em outras regiões do Estado. A segunda situação é a de lavouras implantadas entre a segunda quinzena de setembro até início de outubro, que tiveram um desempenho um pouco melhor, em função de o período reprodutivo coincidir com o retorno das precipitações. Portanto, foram as áreas onde os produtores obtiveram melhores rendimentos. A terceira situação é do milho tardio, cujas lavouras não foram afetadas pelo clima, mas que nesta safra enfrentam ataque severo de cigarrinha; em alguns casos, as perdas são estimadas em 50%.
No total, 69% estão colhidos. Com a maioria das demais áreas em fase final de maturação, praticamente não há mais manejos a serem realizados, com exceção das áreas tardias.
Mercado (saca de 60 quilos)
O levantamento semanal de preços realizado pela Emater/RS-Ascar no Estado identificou aumento na cotação média do milho de 0,17%, chegando a R$ 77,77/sc.
Fonte: Emater/RS – Ascar – Informativo Conjuntural – Nº 1651