Acima da média: Apesar do atraso no início da colheita da soja em MT, os produtores aceleraram os trabalhos a campo na última semana e o total colhido até sexta-feira (24/01) foi de 14,42%, número 1,33 p.p. acima da média dos últimos cinco anos. A região mais avançada é a médio-norte, com 20,29% da soja colhida.
De forma oposta, no nordeste há o maior atraso, estando com 5,36% da colheita finalizada. No que tange à produtividade, bons resultados estão ocorrendo nas lavouras nesta última semana em vários locais, o que é reflexo da boa resposta das cultivares a campo em relação às condições climáticas desta safra, que possibilitaram, de maneira geral, boas chuvas e boa incidência de radiação solar.
Além disso, as chuvas previstas para as lavouras seguem propícias para a colheita, o que, aliado à estrutura de máquinas atual do sojicultor, demonstra confiança de que os trabalhos seguirão bem nos próximos dias.
Confira os principais destaques do boletim:
• O preço da soja disponível em Mato Grosso recuou 0,81% na semana, influenciado pela desvalorização da oleaginosa na bolsa de Chicago e também devido ao avanço da colheita e maior oferta do produto no estado.
• A baixa participação da China no mercado de soja dos EUA refletiu na redução dos preços em Chicago nesta semana e fez a diferença de base entre as cotações da CME e Imea-MT encurtar, fechando a -R$ 11,56/sc.
• O dólar valorizou 0,49% na semana, devido à apreensão do mercado com a disseminação do coronavírus e pelos pronunciamentos no Fórum Econômico Mundial de Davos.
• A margem de esmagamento no estado subiu 2,69% na semana, influenciada pela redução do preço da soja em grão e da “manutenção” dos patamares de preço do óleo e farelo de soja internamente.
DEMANDA POR ÓLEO: Os preços do óleo de soja alcançaram o maior patamar (nominal) da série histórica do Imea em dez-19. O principal motivo deve-se à alta demanda interna do óleo para biocombustível, impulsionada pelo programa federal Renovabio, que prevê um aumento gradativo da mistura do biodiesel ao diesel até 2023, saindo de B11 – atualmente, para B15 (15% biodiesel). Para 2020 as expectativas são de aumento do consumo interno, que já é de 89% do óleo de soja produzido em MT (18-19).
Em termos de Brasil, projeção semelhante ocorre, porém o Mapa aponta que isso pode levar a uma redução das exportações brasileiras desse produto, movimento contrário do que possivelmente ocorrerá com o grão e o farelo. Por fim, vale salientar que a demanda por óleos vegetais vem crescendo em todo o mundo e, no final de 2019, impulsionou os preços do óleo de soja e de palma, em Chicago e na Malásia, respectivamente, demonstrando as boas expectativas para o produto.
Fonte: IMEA