A giberela, causada pelo fungo Gibberella zea (Schw) Petch. (anamorfo Fusarium graminearum Schwabe) é uma das principais e mais preocupantes doenças fungicidas que acometem a cultura do trigo (Santana et al., 2022). Considerada uma doença floral, seu controle é extremamente difícil e complexo em função do momento de ocorrência dessa doença.
A doença tem seu desenvolvimento favorecido em anos chuvosos e temperaturas não muito baixas. Precipitação pluvial durante 48 a 72h é necessária para fornecer água livre para que o patógeno se desenvolva. A faixa ideal de temperatura está entre 20 e 25°C (Santana et al., 2012).
Santa et al. (2022) destacam que, os sintomas característicos são espiguetas esbranquiçadas e aristas que se desviam do sentido das aristas de espiguetas sadia. Por atingirem diretamente os grãos, os danos na produtividade são inevitáveis. Dependendo da intensidade e severidade da doença, reduções de produtividade de até 50% podem ser observadas em cultivares mais sensíveis (Santana et al., 2016).
Figura 1. Sintomas típicos de giberela em espiga de trigo.
Visualmente, a severidade pode ser estimada por meio da análise visual, podendo-se atribuir como base, a imagem 2. Quanto maior a severidade, maiores os danos ocasionados no trigo, refletindo por consequência, na redução da produtividade do trigo.
Figura 2. Escala diagramática para quantificação da severidade de giberela em espigas de trigo.
Além da utilização de fungicidas com eficiência, um dos fatores decisivos para o sucesso do manejo da giberela em trigo é o período de aplicação do fungicida. O período de extrusão das anteras do trigo durante o florescimento (figura 3), é o período mais suscetível da cultura ao desenvolvimento da giberela (Del ponte et al., 2004), sendo assim, deve-se priorizar o controle da doença durante esse período. Infecções tardias após o florescimento, não causam o chochamento de grãos, mas podem resultar no acúmulo de micotoxinas que são prejudiciais ao homem e aos animais, depreciando a qualidade dos grãos (Santana et al., 2012).
Figura 3. Extrusão das anteras do trigo, período mais suscetível a ocorrência de giberela.
Logo, deve-se planejar as práticas de manejo, especialmente com relação a aplicação e fungicidas no trigo, visando posicionar adequadamente os fungicidas no período mais sensível da cultura ao fungo. Deve-se ter em vista que os fungicidas são a principal ferramenta para o controle da giberela no trigo.
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Referências:
DEL PONTE, E. M. et al. GIBERELA DO TRIGO – ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS E MODELOS DE PREVISÃO. Fitopatol. bras. 29(6), 2004. Disponível em: < https://www.scielo.br/j/fb/a/WHmhpn6NbZJDn49RvBqjQ7D/abstract/?lang=pt >, acesso em: 12/06/2023.
EMBRAPA. Informações técnicas para trigo e triticale – safra 2019 / XII Reunião da Comissão Brasileira de Pesquisa de Trigo e Triticale. Embrapa, 2018. Disponível em: < https://www.reuniaodetrigo.com.br/download/ID44570-2018InfTecTrigoTriticale2019.pdf >, acesso em: 12/06/2023.
GUTERRES, C. W. ENSAIOS COOPERATIVOS EM REDE: CONTROLE QUÍMICO DE GIBERELA E REDUÇÃO DE NÍVEIS DE MICOTOXINAS EM TRIGO. CCGL TEC. Disponível em: < https://www.embrapa.br/documents/1355291/17781060/Caroline+Wesp+-+Controle+Giberela.pdf/4b001588-3c3e-4f15-bc7f-6d2fe44d1c46?version=1.0 >, acesso em: 12/06/2023.
SANTANA, F. M. et al. EFICIÊNCIA DE FUNGICIDAS PARA CONTROLE DE GIBERELA DO TRIGO: RESULTADOS DOS ENSAIOS COOPERATIVOS, SAFRA 2020. Embrapa, Circular Técnica, n. 74, 2022. Disponível em: < https://www.embrapa.br/documents/1355291/68570897/Efici%C3%AAncia+de+fungicidas+para+controle+de+giberela+do+trigo/c51af730-ff60-cb3a-b496-f011e5c82d84 >, acesso em: 12/06/2023.
SANTANA, F. M. et al. EFICIÊNCIA DE FUNGICIDAS PARA CONTROLE DE Gibberella zeae EM TRIGO: RESULTADOS DOS ENSAIOS COOPERATIVOS – SAFRA 2013. Embrapa, Comunicado Técnico n. 2016. Disponível em: < https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/bitstream/doc/1058490/1/ID438462016CTO362.pdf >, acesso em: 12/06/2023.
SANTANA, F. M. et al. Manual de identificação de doenças de trigo. Embrapa, Documentos, n. 108, 2012. Disponível em: < https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/handle/doc/990828 >, acesso em: 12/06/2023.
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