A produtividade do milho é influenciada por uma interação complexa de fatores bióticos e abióticos, direta e indiretamente, tornando a obtenção de altos rendimentos um desafio nas lavouras comerciais. Ao longo das diferentes fases de desenvolvimento da cultura (Figura 1), suas exigências climáticas e ambientais variam, e a ocorrência de estresses bióticos ou abióticos em momentos críticos, pode limitar significativamente a produtividade ou, em casos mais severos, até inviabilizar a produção, dependendo da intensidade do estresse e do estádio fenológico da planta.

Figura 1. Fases do desenvolvimento do milho.

Visando potencializar o crescimento e desenvolvimento do milho, diferentes estratégias de manejo são empregadas ao longo do ciclo da cultura para maximizar a formação dos componentes de produtividade. A produtividade do milho é definida por seus componentes de produtividade primários e secundários.

De acordo com Ribeiro et al. (2020), são considerados componentes primários da produtividade do milho, o número de plantas por área, o número de grãos por espiga e a massa de grãos. Já os principais componentes secundários de produtividade são a estatura de planta, a altura de inserção da espiga e o diâmetro do colmo.

Os componentes primários são aqueles que afetam diretamente a produtividade do milho, já os componentes secundários, são aqueles que apresentam relação indireta com a produtividade. Conhecer esses componentes e os fatores que influenciam na formação deles é determinante para planejar e executar práticas de manejo que possibilitem a melhor formação desses componentes, refletindo na produtividade final da lavoura.

Além disso, determinadas estratégias de manejo possibilitam a redução de estresses bióticos e/ou abióticos em períodos críticos da formação dos componentes de produtividade, possibilitando a manutenção do potencial produtivo da cultura. Nesse sentido, conhecer os principais componentes de produtividade do milho é fundamental para o manejo da cultura.

Dos componentes de produtividade do milho, o primeiro componente definido é o número de plantas por m², componente esse, que apresenta a melhor correlação com a produtividade de grãos. No entanto, é essencial atentar para a densidade de plantas por área. Experimentos da equipe FieldCrops demonstram que utilizando cultivares adaptadas a altas densidades, e semeaduras durante o período preferencial, a densidade de 100 mil plantas por hectare maximiza a produtividade de grãos, contudo, densidade superiores a essa tendem a resultar na competição entre plantas de milho, prejudicando o desempenho produtivo da cultura (Ribeiro et al., 2020).

Ao decorrer do ciclo do milho, os outros componentes de produtividade são definidos, influenciados direta ou indiretamente por fatores como manejo, genética e ambiente. Em V6 é determinado o número fileiras por espiga, de V8 a V10, o número de grãos por fileira . Em V12 é definido o tamanho da espiga, em R1, o número de óvulos que serão fertilizados e a massa de grãos é definida durante o período de enchimento de grãos (Ribeiro et al.,2020; Eicholz et al., 2024).

Vale destacar que os períodos de formação dos componentes de produtividade do milho (tabela 1), são normalmente períodos sensíveis a estresses ambientais, sendo portanto crucial adotar estratégias de manejo que possibilitam mitigar o efeito desses estresses sobre a cultura. Para tanto, o adequado posicionamento dos híbridos, bem como o planejamento das práticas de manejo é determinante para o sucesso produtivo. Confira abaixo os principais componentes de produtividade do milho e os fatores que influenciam na formação desses componentes nas diferentes fases do desenvolvimento da planta.

Tabela 1. Componentes de produtividade de grãos de milho, fatores que influenciam e as fases de desenvolvimento em que são afetados.
Fonte: Ribeiro et al. (2020)

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Referências:

EICHOLZ, E. D. et al. INFORMAÇÕES TÉCNCIAS PARA O CULTIVO DE MILHO E SORGO NA REGIÃO SUBTROPICAL DO BRASIL: SAFRAS 2023/24 E 2024/25. 3ª Reunião Técnica Sul-Brasileira de Pesquisa de Milho e Sorgo, Associação Brasileira de Milho e Sorgo, 2024. Disponível em: < https://www.agricultura.rs.gov.br/upload/arquivos/202406/19154728-informacoes-tecnicas-milho-e-sorgo-2023-24-2024-25-misosul-2023.pdf >, acesso em: 17/02/2025.

RIBEIRO, B. S. M. R. et al. ECOFISIOLOGIA DO MILHO: VISANDO ALTAS PRODUTIVIDADES. Santa Maria, 2020.

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