A produtividade do milho é influenciada por diversos fatores ao longo de seu ciclo de desenvolvimento, entre esses fatores, os quais são capazes de impactar o seu potencial de produtivo, estão as condições climáticas, variações de temperatura, umidade, fotoperíodo, radiação solar, necessidade hídrica, época e profundidade de semeadura, densidade de semeadura, manejo da adubação, além da incidência de doenças, plantas daninhas e pragas.
Sendo assim, compreender os momentos específicos em que os componentes de produtividade do milho se estabelecem é importante para maximizar o potencial de rendimento da cultura. Essa compreensão possibilita o planejamento de estratégias de manejo adequadas nas diferentes fases de desenvolvimento da cultura, de acordo com as exigências específicas, tornando possível a obtenção de boas produtividades. Conforme destacam Magalhães et al. (2002), o rendimento de grãos de milho são: o número de plantas por hectare, número de espigas por planta, número de grãos por espiga e peso de grãos.
Figura 1. Estádios críticos do crescimento e seus componentes para definição da produção de milho.

Durante o período que compreende a semeadura até a emergência das plântulas, o desenvolvimento do milho pode ser limitado por diversos fatores, tais como o déficit hídrico, aplicação de adubo em contato com as semente, ataque de pragas e doenças, além de profundidade de semeadura inadequada. Esses fatores podem interferir o estabelecimento do primeiro componente de produtividade, que é o número de plantas por unidade de área (Bredemeier, 2020).
Borges & Gassen (2017) afirmam que quando a planta possui em torno de 8 folhas, define-se o número de grãos por fileira na espiga, e com 12 folhas (V12), a planta está definindo o tamanho da espiga, sendo estes, portanto, momentos em que a planta tem elevada demanda de nutrientes e água. De acordo com Coelho (2015), a absorção de nitrogênio pelo milho ocorre de forma intensa no período que se estende desde os 40 dias após a semeadura (elongação, estádio V6) até o florescimento masculino (emissão do pendão), nesse período a planta absorve mais de 70% da sua demanda total de nitrogênio.
A interferência da presença de pragas, doenças e plantas daninhas na cultura do milho pode resultar em grandes perdas de produtividade. De acordo com Andres & Tirone (2020), as perdas decorrentes da competição ocasionadas pelas plantas daninhas, podem reduzir até 85% na produtividade. Os autores destacam que o número de grãos por espiga e o número de espigas por planta são influenciados negativamente quando as plantas daninhas infestam a cultura nas fases de diferenciação das estruturas reprodutivas. Esses dois componentes são definidos nos estádios iniciais de desenvolvimento, iniciando-se com duas folhas complemente expandidas, podendo diferenciar-se até as plantas apresentarem 11 a 12 folhas totalmente expandidas. Já o terceiro componente, o peso do grão, é definido no período entre a emissão dos estigmas e a maturação fisiológica, influenciados pela quantidade de carboidratos acumulados no processo da fotossíntese (Andres & Tirone, 2020).
Com relação ao manejo de adubação, um dos nutrientes mais importantes e demandados em maior quantidade pela cultura é o nitrogênio. Parte da adubação nitrogenada deve ser realizada no momento da semeadura, de acordo com as doses necessárias e considerando a expectativa de rendimento da cultura. Em situações em que é preciso aplicar doses elevadas do nutriente, recomenda-se dividir a aplicação. Desta forma, sugere-se aplicar 50% da dose quando as plantas atingirem os estádios V4 a V6 e, os 50% restantes nos estádios V8 a V9 (Spagnollo & Scivittaro, 2020).
Ao compreendermos quais são os componentes de rendimento, quando são estabelecidos e as demandas da cultura em cada fase de desenvolvimento da cultura, torna-se mais fácil definir as estratégias de manejo, a fim de proporcionar condições adequadas para que as plantas possam expressar seu máximo potencial produtivo. Além disso, entender quais as fases em que a planta está mais suscetível é fundamental para criar um ambiente favorável para seu crescimento e desenvolvimento e, consequentemente, obter elevadas produtividades.
Confira as fases de desenvolvimento da cultura do milho.
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Referências:
ANDRES, A.; TIRONE, S. MANEJO INTEGRADO DE PLANTAS DANINHAS. Informações técnicas para o cultivo do milho e sorgo na região subtropical do Brasil: safras 2019/20 e 2020/21, 2020. Disponível em: < https://www.agricultura.rs.gov.br/upload/arquivos/202011/23092828-informacoes-tecnicas-para-o-cultivo-do-milho-e-sorgo-na-regiao-subtropical-do-brasil-safras-2019-20-e-2020-21.pdf >, acesso em: 01/12/2023.
BORGES, J. M.; GASSEN, D. ASPECTOS DA DEFINIÇÃO DA PRODUTIVIDADE DO MILHO. Revista Plantio Direto & Tecnologia Agrícola, 2015. Disponível em: < https://www.plantiodireto.com.br/artigos/212 >, acesso em: 01/12/2023.
BREDEMEIER, C. DESENVOLVIMENTO DA PLANTA E EXIGENCIAS EDAFOCLIMÁTICAS. Informações técnicas para o cultivo do milho e sorgo na região subtropical do Brasil: safras 2019/20 e 2020/21, 2020. Disponível em: < https://www.agricultura.rs.gov.br/upload/arquivos/202011/23092828-informacoes-tecnicas-para-o-cultivo-do-milho-e-sorgo-na-regiao-subtropical-do-brasil-safras-2019-20-e-2020-21.pdf >, acesso em: 01/12/2023.
CIAMPITTI, I. A. et al. FASES DE DESENVOLVIMENTO DA CULTURA DO MILHO. Iowa State University Extension, 2016. Disponível em: < https://www.npct.com.br/npctweb/npct.nsf/article/BRS-3137/$File/MF3305BP-CornGrowth-portuguese_FINAL.pdf >, acesso em: 01/12/2023.
COELHO, A. M. MANEJO DA ADUBAÇÃO NITROGENADA NA CULTURA DO MILHO. Revista Cultivar, Grandes Culturas, 2015. Disponível em: < https://revistacultivar.com.br/artigos/manejo-da-adubacao-nitrogenada-na-cultura-do-milho#:~:text=A%20absor%C3%A7%C3%A3o%20de%20N%20pelo,70%20%25%20da%20sua%20necessidade%20total. >, acesso em: 01/12/2023.
MAGALHÃES, P. C. et al. FISIOLOGIA DO MILHO. Embrapa, circular técnica, . Sete Lagoas – MG, 2002. Disponível em: < https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/CNPMS/15589/1/Circ_22.pdf >, acesso em: 01/12/2023.
SPAGNOLLO, E; SCIVITTARO, W. B. MANEJO DO SOLO, ADUBAÇÃO E CALAGEM. Informações técnicas para o cultivo do milho e sorgo na região subtropical do Brasil: safras 2019/20 e 2020/21, 2020. Disponível em: < https://www.agricultura.rs.gov.br/upload/arquivos/202011/23092828-informacoes-tecnicas-para-o-cultivo-do-milho-e-sorgo-na-regiao-subtropical-do-brasil-safras-2019-20-e-2020-21.pdf >, acesso em: 01/12/2023.
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