Sabe-se que na agricultura convencional o uso de agroquímicos tornou-se indispensável no que diz respeito a proteção e manejo dos cultivos para garantir altas produtividades, isso por que, estudos apontam que as perdas em produtividade variam de 10 a 12% por aplicações mal feitas.
Para isso, devemos nos atentar para o modo com que esses agroquímicos estão sendo aplicados no ambiente de cultivo. Dentro dos conceitos de Tecnologia de Aplicação, existem vários estudos indicando principalmente quais as condições ambientais (temperatura, umidade relativa do ar UR%, e velocidade do vento) ideais para que as aplicações sejam realizadas de modo seguro e eficiente do ponto de vista agronômico.
No que diz respeito às condições ambientais, os limites aceitáveis que devem ser respeitados na hora se fazer uma aplicação de defensivos são: Velocidade do vento que deve estar entre 3 a 10 km/h, sendo acima de 10 Km/h não recomendado devido a problemas principalmente com deriva.
A temperatura do ar não deve ultrapassar os 30-35 ºC, estando atrelada às correntes de convecção que também podem agravar problemas com deriva na aplicação, além disso, da possibilidade se não bem trabalhado a questão de adjuvante a perda por evaporação da gota, fato esse que pode ser ainda mais agravado quando a UR% estiver inferior a 55% pois interfere diretamente no tempo de durabilidade das gotas pulverizadas, podendo estas evaporarem antes mesmo de chegarem no alvo desejado.
Essas condições ambientais ideais para uma aplicação são mais facilmente atendidas durante a madrugada, se estendendo até no máximo 9-10 horas da manhã, e a partir das 16:00 horas se estendendo noite a dentro, podendo variar de acordo com a época do ano e também a região em questão.
Para o monitoramento das condições para aplicação, utiliza-se o Termo-Higroanemômetro, aparelho simples que deve estar sempre junto com o aplicador para facilitar a tomada de decisão no campo. Respeitando os limites descritos acima se tem grandes chances de estar fazendo uma aplicação segura e eficiente, levando o princípio ativo direto ao alvo desejado com o mínimo possível de perda e contaminação ambiental, se convertendo também à maior retorno econômico para o produtor rural.
Autores: Álex Theodoro Noll Drews e Leandro Leuri Heinrich; Membros do Grupo PET Ciências Agrárias.