Embora não seja considerada uma planta daninha de difícil controle, é cada vez mais comum observar infestação do capim-branco (Chloris sp.) em lavouras de soja. Popularmente conhecida como Capim-Branco, Falso Rhodes ou Capim Chloris, as plantas daninhas do gênero Chloris pertencem a família Poaceae, sendo amplamente distribuídas ao longo do território nacional, apresentando maior concentração nas regiões Sul do país.
Foto de capa: Up. Herb
O capim-branco é considerada uma planta perene, o que contribui para sua permanência e persistência em áreas agrícolas. Com exceção da espécie Chloris gayana (introduzida como forrageiro no Brasil), muitas espécies são consideradas plantas nativas. Como característico da planta, seu crescimento inicial é relativamente lento, entretanto, após a formação de estolões, se alastra rapidamente (Rizzardi, 2019).
Figura 1. Capim-branco (Chloris sp.).

Segundo Rizzardi (2019), a planta se propaga principalmente por sementes, podendo um único perfilho produzir até 3.000 sementes. A produção de sementes por planta pode ser de até 30.000. A planta apresenta porte alto (cerca de 150 cm), e formação de touceiras, o que aliado a sua característica perene dificulta o manejo assertivo dessa planta daninha.
Ainda que não seja considerada uma planta daninha problemática, segundo Heap (2023), uma das principais espécies de capim-branco (Chloris elata) apresenta relato de resistência a herbicidas, mais especificamente ao glifosato (Herbicida inibidor da enzima enol-piruvil-shiquimato-fosfato sintase – EPSPs), caso datado de 2014 na cultura da soja.
No geral, Nunes et al (2007) destacam que se tratando de populações não resistentes a herbicidas, o capim-branco é facilmente controlado nos estádios iniciais do seu desenvolvimento, principalmente quando utilizados os herbicidas atrazine, glufosinato e glifosato, podendo-se também utilizar os compostos fluazifop, imazapyr e mesotrione que apresentam controle satisfatório dessa planta daninha.
Já com relação e espécie C. elata, doses baixas de glifosato e/ou herbicida glufosinato de amônio podem não controlar adequadamente a espécie, podendo inclusive resultar em casos de rebrota da planta daninha (Silva, 2019). Como principais estratégias de controle, especialmente se tratando dessa espécie, pode-se destacar o uso de herbicidas pré-emergentes e o emprego de graminicidas em pós-emergência, dando preferência para aplicações nas fases iniciais do desenvolvimento da planta daninha.
Veja mais: Após Amaranthus palmeri ampliar sua presença, confira dicas para um manejo mais assertivo
Referências:
HEAP, I. THE INTERNATIONAL HERBICIDE-RESISTANT WEED DATABASE, 2023. Disponível em: < http://www.weedscience.org/Pages/Case.aspx?ResistID=8918 >, acesso em: 19/01/2023.
NUNES, A. L. et al. HERBICIDAS NO CONTROLE DE Chloris distichophylla (FALSO-CAPIM-DE-RHODES). Rev. Bras. Herb., v. 6, n.1, p.13-21, jan./dez. 2007. Disponível em: < http://www.rbherbicidas.com.br/index.php/rbh/article/view/55/pdf >, acesso em: 19/01/2023.
RIZZARDI, M. A. PLANTAS DANINHAS NO BRASIL: CAPIM-BRANCO. Boas práticas Agrícolas, Corteva agriscience, 2019. Disponível em: < https://www.corteva.com.br/content/dam/dpagco/corteva/la/br/pt/bpa-site/ebooks/pdfs/Ebook_MPD_Plantas_daninhas_no_Brasil_Capim_branco.pdf >, acesso em: 19/01/2023.
SILVA, H. F. CONTROLE QUÍMICO DE CAPIM BRANCO (Chloris elata). Trabalho de conclusão de curso, Instituto Federal Goiano, 2019. Disponível em: < https://repositorio.ifgoiano.edu.br/bitstream/prefix/463/1/TCC_Higor%20Ferreira%20da%20Silva.pdf >, acesso em: 19/01/2023.
Acompanhe nosso site, siga nossas mídias sociais (Site, Facebook, Instagram, Linkedin, Canal no YouTube)