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Após Amaranthus palmeri ampliar sua presença, confira dicas para um manejo mais assertivo

Considerada uma planta daninha exótica, quarentenária no Brasil, o caruru-gigante (Amaranthus palmeri) é uma planta originária dos Estados Unidos e México, presente no Brasil desde 2015 no Estado do Mato Grosso. A elevada habilidade competitiva dessa espécie, bem como suas características biológicas fazem do caruru uma das mais preocupantes plantas daninhas infestantes de culturas anuais.

Quando em competição com a cultura durante todo o seu ciclo de desenvolvimento, pode ocasionar perdas de produtividade no milho superiores a 91%, 79% na soja e 77% em algodão, além disso, estima-se que sob condições adequadas, o caruru possa crescer de 2,5 a 4 cm por dia, fato que contribui significativamente para a grande capacidade competitiva dessa planta daninha (Gazziero & Silva, 2017).

Dentre as principais espécies de caruru presentes no Brasil, pode-se dizer que o Amaranthus palmeri é uma das mais preocupantes, não só pela elevada habilidade competitiva, como também pela resistência apresentada por determinados herbicidas. No Brasil, o primeiro caso de resistência do A. palmeri a herbicidas foi relatado em 2015 na cultura do algodão, no Estado do Mato Grosso (resistência ao glifosato – herbicida inibidor da EPSPs).



Já o Segundo caso, foi relatado em 2016, também no Mato Grosso, desta vez nas culturas do algodão, soja e milho. Nesse caso, observou-se resistência múltipla da planta daninha aos herbicidas Inibidores da ALS e EPSPs (clorimuron-etil, cloransulam-metil, glifosato e imazetapir).

Sobretudo, o que mais preocupa é que essa espécie de caruru, até então restrita ao Estado do Mato Grosso passou a ser observada também no Estado do Mato Grosso do Sul (MS). Através de amostras coletadas pela Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal do Estado do Mato Grosso do Sul (IAGRO), foi comprovada a presença do Amaranthus palmeri no MS, por meio de técnica molecular (sequenciamento genético) realizada pelo Laboratório Federal de Defesa Agropecuária do MAPA, em Goiânia (HRAC-BR, 2023).

O fato torna necessário intensificar o manejo e monitoramento dessa planta daninha nos Estados onde o caruru está presente, visando não só o controle eficiente dessa plana daninha, como também evitar a proliferação do caruru em outras áreas de cultivo.

Dentre as principais estratégias de manejo, podemos destacar a utilização de sementes certificadas para semeadura das culturas (livre se outras sementes e materiais inertes), a limpeza de máquinas e equipamentos agrícolas oriundas de outras áreas de cultivo, a quarentena de animais (especialmente bovinos) vindos de áreas infestadas de caruru, além da boa cobertura do solo com palhada residual e/ou plantas de cobertura, e o controle químico com o emprego de herbicidas.

Embora produza uma considerável quantidade de sementes, as sementes do caruru são consideradas fotoblásticas positivas, ou seja, necessita de luz para germinar. Conforme observado por Carvalho & Christoffoleti (2007), a ausência de luz reduz significativamente a germinação de sementes de diversas espécies de caruru, dentre elas, do Amaranthus palmeri.

Logo, a boa cobertura do solo é uma das principais estratégias para reduzir os fluxos de emergência do caruru em áreas agrícolas. Além disso, o emprego de herbicidas pré-emergentes tem auxiliado no controle dessa preocupante planta daninha, sendo uma importante ferramenta de manejo.

Quando necessário realizar o controle em pós-emergência, deve-se atentar para o período de controle dessa planta daninha, dando preferência para o controle do caruru no período inicial do desenvolvimento da planta (2 a 3 folhas).

Figura 1. Estádio limite recomendado para o controle em pós-emergência do caruru.


Veja mais: Características para a identificação das espécies de caruru



Referências:

CARVALHO, S. J. P; CHRISTOFFOLETI, P. J. INFLUÊNCIA DA LUZ E DA TEMPERATURA NA GERMINAÇÃO DE CINCO ESPÉCIES DE PLANTAS DANINHAS DO GÊNERO Amaranthus. Bragantia, Campinas, v.66, n.4, p.527-533, 2007. Disponível em: < https://www.scielo.br/j/brag/a/SzLdWpwXzWSsdSJKLjWsfHN/?lang=pt >, acesso em: 05/01/2022.

GAZZIERO, D. L. P.; SILVA, A. F. CARACTERIZAÇÃO E MANEJO DE Amaranthus palmeri. Embrapa, Documentos, n. 384, 2017. Disponível em: < https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/159778/1/Doc-384-OL.pdf >, acesso em: 05/01/2023.

HEAP, I. BANCO DE DADOS INTERNACIONAL DE ERVAS DANINHAS RESISTENTES A HERBICIDAS, 2022. Disponível em: < http://www.weedscience.org/Pages/Case.aspx?ResistID=13042 >, acesso em: 05/01/2023.

HRAC-BR. DETECÇÃO DE Amaranthus palmeri NO MATO GROSSO DO SUL. Comitê de Ação a Resistência aos Herbicidas, 2023. Disponível em: < https://www.hrac-br.org/post/detec%C3%A7%C3%A3o-de-amaranthus-palmeri-no-mato-grasso-do-sul >, acesso em: 05/01/2022.

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Equipe Mais Soja
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