Autores: Prof. Dr. Argemiro Luís Brum e Jaciele Moreira.

As cotações do trigo em Chicago melhoraram nesta semana, ultrapassando novamente os US$ 5,00/bushel. O primeiro mês cotado fechou a quinta-feira (20) em US$ 5,19/bushel, contra US$ 4,96 uma semana antes.

A colheita do trigo de inverno nos EUA chegava a 93% do total no dia 16/08, contra a média histórica de 96% para o período. Já o trigo de primavera indicava uma colheita de 30% da área na mesma data, contra 43% na média histórica. Na oportunidade, as condições das lavouras de trigo de primavera ainda a serem colhidas se apresentavam com 69% entre boas a excelentes, 24% regulares e 7% entre ruins a muito ruins.

Já as exportações estadunidenses de trigo atingiram a 462.000 toneladas na semana anterior, somando um total de 5,6 milhões de toneladas no atual ano comercial iniciado em 1º de junho, ficando nos mesmos níveis dos registrados na mesma época do ano anterior.

Aqui no Brasil, os preços do trigo se mantêm firmes e em elevação em algumas regiões. A média gaúcha no balcão fechou a semana em R$ 55,77/saco, enquanto no Paraná os preços permaneceram entre R$ 58,00 e R$ 60,00/saco, e em Santa Catarina o valor continuou em R$ 56,00/saco na região de Palma Sola.

A grande preocupação passa a ser agora os efeitos das fortes geadas que devem ter atingido a região produtora do sul do Brasil, a partir de meados desta semana. Segundo a meteorologia, a extensão desta massa de ar polar é enorme, devendo alterar parcialmente o clima inclusive no Amapá. Nas próximas semanas teremos melhores informações sobre o tamanho dos estragos no trigo, caso os mesmos tenham ocorrido.



Dito isso, o Brasil importou 509.100 toneladas do cereal em julho. Cerca de 80,5% deste total veio da Argentina. Em relação as compras nacionais de julho de 2019 houve uma redução de 9% no volume. Assim, nos primeiros sete meses do ano os moinhos brasileiros já importaram 4 milhões de toneladas de trigo, ou seja, 2,6% acima de igual período do ano passado. Entretanto, o valor pago pelo produto foi 5,7% menor do que o pago no ano passado, mesmo com a forte desvalorização do Real neste ano.

Vale destacar igualmente que as importações de trigo procedentes dos EUA mais do que dobraram nestes sete primeiros meses do ano, alcançando 239.600 toneladas, ou seja, 133% acima do registrado no mesmo período de 2019. Isto se deve particularmente à isenção da tarifa de 10% que o Brasil adotou sobre as importações de trigo vindas de fora do Mercosul.

Esta isenção permite importar 750.000 toneladas anuais nestas condições. Segundo o governo dos EUA, somando as últimas vendas efetuadas para o Brasil, as importações nacionais de trigo estadunidense já chegariam a 483.100 toneladas neste momento. Em julho o país importou também 70.000 toneladas da Rússia. O Brasil deverá importar um total ao redor de 6 milhões de toneladas de trigo neste ano comercial, porém, este volume agora dependerá do que realmente será colhido do produto de qualidade superior a partir de setembro.

Tanto o cereal russo quanto o norte-americano são utilizados pela indústria moageira para mescla da farinha de panificação pelo teor de proteína acima do trigo argentino e doméstico. As compras dessas origens ocorrem sazonalmente neste período, em virtude da entressafra argentina. (cf. Notícias Agrícolas)


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Fonte: Informativo CEEMA UNJUÍ, do prof. Dr. Argemiro Luís Brum (1) e de Jaciele Moreira (2).

1 – Professor do DACEC/UNIJUI, doutor em economia internacional pela EHESS de Paris França, coordenador, pesquisador e analista de mercado da CEEMA.
2-  Analista do Laboratório de Economia da UNIJUI, bacharel em economia pela UNIJUÍ, Tecnóloga em Processos Gerenciais – UNIJUÍ e aluna do MBA – Finanças e Mercados de Capitais – UNIJUÍ e ADM – Administração UNIJUÍ

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