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Culturas de cobertura, uma ferramenta para proteger solos

Atualmente, são conhecidos os atributos daquelas culturas plantadas em rotação com soja e milho, cujo objetivo é melhorar a fertilidade do solo, melhorar o balanço hídrico e aumentar a biodiversidade de ambientes produtivos. Nesse sentido, um estudo da INTA Cañada de Gómez – Santa Fe – mostrou que sua incorporação permite melhorar os equilíbrios de água e nutrientes no solo, em benefício do cultivo de renda.

“Em Santa Fé, as culturas de cobertura ganharam terreno, especialmente nos lotes onde as culturas de inverno não interferem”, disse Julia Capurro, especialista em culturas e chefe da Agência de Extensão Rural Cañada de Gómez, do INTA.

No sul de Santa Fe, as três culturas mais plantadas são soja, trigo e milho premium. No entanto, a relação entre as superfícies de cada uma delas variou consideravelmente nas últimas décadas, como em grande parte da região dos Pampas. “Se compararmos as duas gramíneas, o milho cresceu significativamente mais que o trigo. Em 1988/89, foram plantados 4,2 hectares de trigo para cada hectare de milho, enquanto em 2018/19 essa proporção diminuiu para 1,1”, comparou Capurro.

Atualmente, 75% da área plantada é ocupada apenas com as culturas de verão. “Nesses esquemas, os períodos de pousio – sem cultivo – são prolongados em um ciclo de não menos de seis meses, do início do outono à primavera, dependendo da cultura implantada”, disse Capurro e esclareceu: “Esses pousios permanecem livres de ervas daninhas com a aplicação de sucessivas misturas de herbicidas, principalmente no controle de espécies resistentes aos produtos mais utilizados”.

De acordo com a necessidade de proporcionar produtividade e sustentabilidade às sequências agrícolas sem as safras de inverno, “a proposta é manter o lote coberto de verde, com pelo menos uma safra, durante todo o ano”, disse o especialista do INTA que detalhou o múltiplas vantagens que contribuem para o sistema: melhoram a contribuição de nutrientes no solo, graças à degradação da biomassa aérea e radicular, protegem a superfície da erosão hídrica, gerada pelo escoamento superficial das chuvas e favorecem a infiltração de água, entre outros aspectos.



Um estudo realizado na cidade de Correa – Sul de Santa Fe – por seis anos consecutivos e em uma sequência de soja-soja determinou que a incorporação de plantas de cobertura (CC) melhorou a capacidade de recarga de água no perfil, o que levou a um maior teor de água no solo durante o ciclo da soja.

“Durante o estudo, trabalhamos com as seguintes culturas de cobertura: trigo (Triticum aestivum), aveia (Avena sativa), ervilhaca (Vicia sativa), aveia + ervilhaca e um tratamento controle (sem culturas de cobertura) com pousio químico”, indicou Capurro. Também explicou que as gramíneas produziam mais matéria seca, com uma média de 7.441 kg por hectare, mas a leguminosa contribuía com quase 50% mais nitrogênio com uma média de 148 quilos por hectare. A mistura de gramíneas e leguminosas apresentou valores intermediários entre as duas espécies, tanto matéria seca quanto nitrogênio.

“O tratamento de controle sem CC foi muito ineficiente no armazenamento de água da chuva; deduziu-se que uma grande proporção das chuvas caídas no pousio tradicional foi perdida devido ao escoamento superficial, filtração profunda e / ou evaporação”, disse o especialista do INTA.

Em contrapartida, as parcelas de CC apresentaram maior capacidade de recarga de água no perfil, em comparação com a parcela de controle. “Isso permitiu obter implantes ótimos de cultivo de soja nos seis anos de estudo”, destacou Capurro.

Os rendimentos da oleaginosa mostraram uma relação altamente significativa com as chuvas registradas durante o ciclo da safra de verão e a média foi de 4.000 quilos por hectare. No entanto, Capurro observou que “em quatro dos seis anos avaliados, a soja em ervilhaca produziu mais do que a soja sem culturas de cobertura”.

Segundo Capurro, esses resultados mostram a importância da mistura de espécies para o CC. “Nesse caso, as gramíneas contribuíram com sua alta produção de matéria seca e as leguminosas com significativa contribuição de nitrogênio”. Em suma, “os benefícios são adicionados à biomassa produzida e à cobertura alcançada”, ele considerou.

Fonte: INTA Informa

Equipe Mais Soja
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