Objetivou-se com o presente estudo, avaliar o efeito da aplicação via sementes de ácido húmico com presença e ausência de Bacillus subtilis na germinação e vigor de sementes e no desenvolvimento inicial de plântulas de milho.

Autores: Lara Caroline Alves de Oliveira1; Oscar Mitsuo Yamashita1; Rubens Vieira Maia1;
Edmar Santos Moreira; Jean Correia de Oliveira1; Jesulino Alves da Rocha Filho1; Tainara Rafaely de Medeiros1

Introdução

O milho (Zea mays L.) é uma cultura de importância mundial, decorrente de sua capacidade produtiva e ser grandemente utilizado na alimentação animal. Desta maneira, busca-se práticas de manejo que possibilite a cultura um melhor estabelecimento e desenvolvimento e absorção de nutrientes no solo, minimizando o uso de fertilizantes químicos e impactos ambientais (Ahemad & Kibret, 2014). Dentre as práticas utilizadas, destaca-se o uso de bactérias promotoras de crescimento e desenvolvimento das plantas. Entre os microorganismos, as bactérias do gênero Bacillus sp., são naturais do solo, capazes de produzir enzimas e fitohormônios benéficos para as plantas, promovendo sua melhor germinação e crescimento e desenvolvimento inicial e, consequentemente maior absorção de nutrientes, além disso, possuem a capacidade de controlar a ocorrência de fitopatógenos (Saharan, 2011). Em conjunto com bactérias promotoras de crescimento, pode ser utilizado as substancias húmicas, encontradas junto a matéria orgânica do solo, formadas a partir da decomposição de resíduos vegetais e animais, que atuam como condicionadores do solo, proporcionando maior crescimento e produção de raízes, aumentando sua capacidade de absorção de nutrientes (Pinheiro et al., 2010). Objetivou-se com o presente estudo, avaliar o efeito da aplicação via sementes de ácido húmico com presença e ausência de Bacillus subtilis na germinação e vigor de sementes e no desenvolvimento inicial de plântulas de milho.

 

Material e Métodos

O delineamento experimental foi o inteiramente casualizado, no arranjo fatorial 6 x 2, com quatro repetições, sendo os tratamentos constituídos pela combinação de seis doses do ácido húmico (0, 2,5; 5,0; 7,5; 10; e 12,5 mL kg-1 de sementes), composto por ácido húmico (18%), ácido fúlvico (3%), nitrogênio (10%) e carbono orgânico (12%), e na presença e ausência de Bacillus subitilis, na dose de 300 mL 50 kg-1 de sementes de milho (cultivar NS 50 PRO).

As aplicações dos tratamentos foram realizadas via semente, momentos antes do início do experimento. Em seguida, as sementes foram colocadas para germinar e em folhas papel germitest, umedecidas com água destilada, na proporção de 2,5 vezes a massa do substrato seco (germitest), e acondicionadas em câmaras de germinação tipo BOD, regulado para regime de luz de 12 h, sob temperatura constante de 25 ºC. As variáveis avaliadas foram: porcentagem de plântulas normais, massa fresca aérea e massa seca de raiz, sendo avaliadas no sétimo dia (final do período de avaliação). Os resultados foram submetidos à análise de variância, sendo que as médias do fator qualitativo foram comparadas pelo teste F a 5% de probabilidade e para o fator quantitativo (doses) foi realizado o estudo de regressão polinomial, utilizando-se o programa estatístico R.

Resultados e Discussão

A análise de variância através do teste F foi significativa (p ≤ 0,05) apenas para doses de ácido húmico para as variáveis plantas normais, massa seca de parte aérea e massa seca de raiz. Não foi observado efeito significativo (P>0,05) para Bacillus subtilis e também para a interação entre os fatores (Bacillus x Ác. húmico) (Tabela 1). As doses de ácido húmico estudadas tiveram efeito significativo sobre a porcentagem de plântulas normais e a massa seca da parte aérea, no entanto, não ocorreu regressão significativa, para ambas variáveis (Tabela 1).

Tabela 1. Diferença mínima significativa (DMS), coeficiente de variação (CV) e valores médios de plantas normais (PN), massa seca aérea (MSA) e massa seca de raiz (MSR), para o milho em função da aplicação de doses de Ácido Húmico com e sem a aplicação de Azospirillum brasilense, Alta Floresta – MT, 2019.

Quanto a massa seca de raízes, foi observado o ajuste a um modelo quadrático com máxima resposta na dose de 8,97 mL kg-1 de ácido húmico (Figura 1). O aumento da massa seca aérea e radicular, possivelmente se deve ao fato de que as substâncias húmicas exercem forte estímulo no crescimento radicular, melhoria das condições físicas e biológicas e pela produção de substâncias fisiologicamente ativas, aumentando o número de raízes laterais emergidas e a área superficial (Santos et al., 2013).

Figura 1. Massa seca de raiz em função da utilização de doses de ácido húmico via sementes em cultivar de milho NS 50 PRO. **significativos a 1% de probabilidade.

Conclusão

O emprego de doses de ácido húmico no tratamento de sementes de milho promove maior desenvolvimento inicial das raízes até a dose de 8,97 mL kg-1 de ácido húmico, refletindo em aumento no acúmulo de massa seca radicular. A aplicação de Bacillus subitilis não apresentou influência as características avaliadas.

Referências

AHEMAD, M.; KIBRET, M. Mechanisms and applications of plant growth promoting hizobacteria: current perspective. Journal of King Saud University, 26:1-20, 2014.

PINHEIRO, G. L.; SILVA, C. A.; FURTINI NETO, A. E. Crescimento e nutrição de clone de eucalipto em resposta à aplicação de concentrações de C-ácido húmico. Revista Brasileira de Ciência do Solo, 34:1217-1229, 2010.

SAHARAN, B. S. Plant growth promoting rhizobacteria: a critical review. Life Sciences and Medicine Research, 2011.

SANTOS, V. M.; DE MELO, A. V.; CARDOSO, D. P.; GONÇALVES, A.; VARANDA, M. A. Uso de bioestimulantes no crescimento de plantas de Zea mays L. Revista Brasileira de Milho e Sorgo, 12:307-318, 2014.

Informações dos autores

¹PPG em Biodiversidade e Agroecossistemas Amazônicos, Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT), Alta Floresta/MT.

Disponível em: Anais do II Congresso Online para Aumento de Produtividade do Milho e Soja (COMSOJA), Santa Maria, 2019.

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