O objetivo deste trabalho foi realizar o teste de germinação em diferentes condições de temperatura e luminosidade para a semente de erva-de-santa-luzia.
Autores: Gustavo Delabio da Silva1; Vanessa Francieli Vital Silva2; Ana Karoline Silva Sanches3; Rubem Silvério de Oliveira Junior4; Jamil Constantin5; Larissa Vinis Correia6

INTRODUÇÃO
Com o aumento da incidência de erva-de-santa-luzia (Chamaesyce hirta) no cultivo da soja há a necessidade de elaborar estudos que proporcionam maior conhecimento sobre o comportamento desta planta daninha. A partir de tais conhecimentos torna-se possível desenvolver maneiras mais eficientes de controlar esta espécie, seja por meio de métodos mecânico, cultural, químico ou a através da integração dos métodos.
A erva-de-santa-luzia é uma espécie herbácea anual e frequentemente encontrada no cultivo da soja. A sua propagação ocorre por sementes e a formação e maturação destas sementes ocorre de forma relativamente acelerada, contribuindo significativamente para sua propagação (Moreira & Bragança, 2010).
Portanto é importante o conhecimento os fatores que interferem na germinação das plantas daninhas com a finalidade de integrar os métodos de manejo no controle para cada espécie e desta forma proporcionar a maneira mais eficiente de realizar a sua eliminação.
A temperatura é um fator importante na germinação das plantas daninhas, pois a partir dela é possível concluir qual a faixa que expressa o potencial máximo de germinação de determinadas espécies (Mondo, 2010). Desta forma, o objetivo deste trabalho foi realizar o teste de germinação em diferentes condições de temperatura e luminosidade para a semente de erva-de-santa-luzia.
MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi conduzido no Laboratório do Núcleo de Estudos Avançados em Ciência das Plantas Daninhas (NAPD/UEM), localizado em Maringá-PR, entre os dias 26 de março de 2018 ao dia 30 de abril de 2018.
Os tratamentos foram constituídos por um fatorial 6×2, com seis regimes de temperatura (20, 25, 30 e 35ºC constantes e 20/30, 25/35ºC alternado a cada 12 horas) e dois regimes de iluminação (com e sem luz), com 4 repetições de 50 sementes para cada tratamento. As sementes foram colocadas em caixas plásticas do tipo “gerbox” sobre três folhas de papel-toalha (“germitest”), umedecidas com água destilada e mantidas nas câmaras de germinação (do tipo B.O.D.). O delineamento experimental utilizado foi o delineamento inteiramente ao acaso.
As avaliações de germinação foram realizadas diariamente e no mesmo horário, computando-se como plântulas normais aquelas que apresentaram a radícula e folhas cotiledonares visíveis. As avaliações consistiram na contagem das plantas germinadas, resultando na porcentagem de germinação e no índice de velocidade de germinação (IVG). O IVG foi obtido através de contagens diárias das plântulas emergidas até o décimo dia após a semeadura.
Todos os dados foram submetidos à análise de variância pelo teste F e as médias comparadas pelo teste de Scott-Knott, a 5% de probabilidade.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os resultados das avaliações de porcentagem de germinação e o índice de velocidade de germinação (IVG) de erva-de-santa-luzia estão expressos na Tabela 1, com as respectivas temperaturas e condições de luminosidade.
Tabela 1. Resultados da porcentagem de germinação e IVG (índice de velocidade de germinação) de C. hirta.
A germinação iniciou-se no segundo dia para os tratamentos de 25ºC sem luz e 35, 20/30, 25/35ºC na ausência e presença de luz. As últimas sementes germinadas foram observadas aos 13 dias (30ºC sem luz) e 15 dias (30ºC com luz).
Foi possível observar que a erva-de-santa-luzia é bem adaptada em nossas condições climáticas, uma vez que foi verificada a tendência de a porcentagem germinativa ser maior nos tratamentos com altas temperaturas, comparada aos tratamentos com temperaturas menores. Além disso, esta planta daninha conseguiu germinar, sob temperaturas maiores, com ou sem a presença de luz, o que caracterizaria a semente da erva-de-santa-luzia como fotoblástica neutra.
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O mesmo resultado foi constatado por Canossa (2008), num trabalho sobre o efeito da temperatura e luz na germinação de sementes de apaga-fogo (Alternanthera tenella), em que apesar da maior porcentagem de germinação ocorrer na presença de luz, foi observado elevada germinação também na ausência de luz.
CONCLUSÃO
Concluiu-se que os tratamentos com temperatura constante e abaixo de 35ºC reduziram significativamente a germinação de sementes de erva-de-santa-luzia, tanto na presença quanto na ausência de luz. As sementes de erva-de-santa-luzia podem ser caracterizadas como fotoblástica neutra.
REFERÊNCIAS
CANOSSA, R.S.; OLIVEIRA JR., R.S.; CONSTANTIN, J.; BRACCINI, A.L.; BIFFE, D.F.; ALONSO, D.G.; BLAINSKI, E.; Temperatura e luz na germinação das sementes de apaga-fogo (Alternanthera tenella). Planta Daninha, 26:745-750, 2008.
MONDO, V.H.V.; CARVALHO, S.J.P.; DIAS, A.C.R.; MARCOS FILHO, J. Efeitos da luz e temperatura na germinação de sementes de quatro espécies de plantas daninhas do gênero digitaria. Revista Brasileira de Sementes, 32:131-137, 2010.
MOREIRA, H.J.C.; BRAGANÇA H.B.N. Manual de identificação de plantas infestantes: Cultivos de verão. Campinas: FMC Agricultural Products, 2010. 642 p.
Informações dos autores:
1Acadêmico do Curso de Agronomia, Universidade Estadual de Maringá (UEM), Maringá/PR;
2Mestranda em Agronomia, Universidade Estadual de Maringá (UEM), Maringá/PR;
3Mestranda em Agronomia, Universidade Estadual de Maringá (UEM), Maringá/PR;
4Professor Doutor do Departamento de Agronomia, Universidade Estadual de Maringá (UEM), Maringá/PR;
5Professor Doutor do Departamento de Agronomia, Universidade Estadual de Maringá (UEM), Maringá/PR;
6Mestranda em Agronomia, Universidade Estadual de Maringá (UEM), Maringá/PR.
Disponível em: Anais do I Congresso Online para aumento da produtividade de soja 2018. Santa Maria, RS.