A estimativa de área para a safra atual é de aproximadamente 1,5 milhão de hectares. A semeadura no Estado se encaminha para a conclusão, chegando a 99%.
Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, na Campanha, os altos volumes de chuva da semana anterior não permitiram que os produtores concluíssem o plantio. No entanto, as previsões de tempo firme, ensolarado e de temperaturas elevadas para os primeiros dias de agosto podem proporcionar boas condições das áreas para o adequado trabalho das plantadeiras e para a rápida germinação e emergência. As aplicações de fertilizantes nitrogenados e herbicidas também vêm sofrendo atrasos devido ao excesso de umidade no solo, causado pelos altos volumes de chuvas em boa parte de julho. Em algumas lavouras situadas em locais com drenagem deficiente, já se observam plantas amareladas. Na Fronteira Oeste, em Maçambará, alguns produtores que haviam desistido do cultivo em razão do excesso de umidade nas terras baixas aproveitaram a sequência de dias sem chuvas e com elevação das temperaturas para a realização do plantio. As boas condições de solo permitiram também efetuar tratos culturais, como controle de ervas daninhas e aplicação de fungicidas. Em Manoel Viana e São Borja, os produtores intensificaram as aplicações de fungicidas em função do aumento da incidência de manchas e de ferrugem nas lavouras.
Na de Caxias do Sul, nos Campos de Cima da Serra, a semeadura está concluída. As lavouras apresentam bom estabelecimento inicial, e as primeiras áreas semeadas estão recebendo adubação nitrogenada em cobertura. A luminosidade adequada e as temperaturas amenas estão favorecendo o bom desenvolvimento das lavouras e, até o momento, a perspectiva de safra transcorre dentro da normalidade.
Na de Frederico Westphalen, o volume, mesmo baixo, de precipitações durante a semana foi fundamental para os manejos, como a aplicação de nitrogênio e de defensivos para controle de pragas, doenças e ervas daninhas. A expectativa de produtividade da cultura é satisfatória em virtude da boa germinação e do desempenho dentro dos parâmetros normais. Na região, aproximadamente 96,5% da área se encontra em fase de germinação ou de desenvolvimento vegetativo, 3% em fase de floração, e 0,5% em enchimento de grãos.
Na de Ijuí, a semeadura da cultura foi concluída. As lavouras encontram-se em estádio final de perfilhamento, e aproximadamente 40% da área semeada está em fase de elongação do colmo e início do emborrachamento. A cultura apresentou melhora no aspecto da coloração das plantas, que passou para verde mais intenso, embora a baixa umidade no solo esteja prejudicando a aplicação de adubação nitrogenada em cobertura. Nas semanas anteriores, algumas lavouras apresentaram coloração de tonalidade mais amarelada e manchada, mas o aspecto visual melhorou. As plantas se desenvolvem mais rapidamente e se encontram com maior altura, com folhas mais longas e índice de perfilhos um pouco abaixo do ideal, mas, em razão do ótimo estabelecimento da cultura, o potencial produtivo não está comprometido. Nos municípios onde não ocorreu precipitações entre 27 e 28/07, os produtores interromperam a aplicação de fertilizante nitrogenado em cobertura devido à baixa umidade no solo. Já aqueles que realizaram a operação entre 24 e 25/07 por causa da previsão de chuvas, estão reavaliando a necessidade de complementar a adubação em consequência de perdas de nitrogênio por falta de umidade no solo. Observa-se aumento da presença de doenças do complexo manchas foliares, especialmente em lavouras onde foi repetido o cultivo do trigo nas safras 2022 e 2023. A umidade relativa do ar baixa exige maior monitoramento de oídio, doença de difícil controle, quando localizada nas partes reprodutivas do trigo, sendo essencial o manejo ainda no estádio vegetativo.
Na de Passo Fundo, 98% das áreas já foram semeadas, e o desenvolvimento se dá dentro da normalidade. Desse total de área, 20% está em germinação e 80% em desenvolvimento vegetativo. Os produtores estão realizando as aplicações de adubos nitrogenados em cobertura, bem como o monitoramento de pragas e doenças.
Na de Pelotas, a semeadura está praticamente concluída. De 19,9 mil hectares planejados para o cultivo, 97% já foram plantados. Das áreas semeadas na região, 93% estão na fase de desenvolvimento vegetativo e 7% em início de florescimento. De modo geral, as lavouras permanecem com bom desenvolvimento, apesar do clima sempre muito úmido e das precipitações bastante elevadas nos últimos dias de julho. Quando as condições do solo permitem, é possível para os produtores efetuarem as adubações de cobertura a partir do uso de ureia e as aplicações de herbicidas para o manejo das ervas daninhas. Observa-se otimismo por parte dos produtores, pois os custos de produção poderão sofrer redução em razão, principalmente, da queda dos preços dos principais fertilizantes, se comparados aos praticados no mesmo período do ano de 2022.
Na de Santa Maria, 96% das lavouras estão em desenvolvimento vegetativo, e muitas lavouras na fase de afilhamento. Os 4% restantes estão em início de floração, com boa cobertura do solo e adequada população de plantas por hectare.
Na de Santa Rosa, as lavouras apresentam boa germinação e estande populacional, e diversas áreas estão na fase de perfilhamento, estádio em que a cultura prefere o frio. Os produtores mantêm o monitoramento da ocorrência de pragas e doenças nas lavouras para garantir sua sanidade. Como a maior parte das áreas ainda está em estádio de afilhamento, não são observadas infestações mais significativas de doenças nem de pulgões. Contudo, já foram relatados danos decorrentes de lagartas, exigindo algum controle populacional. Os produtores que esperavam a ocorrência de chuvas para a aplicação de fertilizantes nitrogenados tiveram de cancelar a aplicação, uma vez que o volume das precipitações foi baixo, impossibilitando o acesso do fertilizante à solução do solo, aumentando significativamente as perdas por sublimação.
Na de Soledade, as condições de clima foram favoráveis às lavouras. Em grande parte da área, a cultura fechou as entrelinhas e iniciou a fase de elongação do colmo. De modo geral, as lavouras apresentam boa sanidade e estão bem estabelecidas. Em alguns casos, os agricultores enfrentaram dificuldades para controlar o azevém, que compete com a cultura, causando perdas.
Comercialização (saca 60 quilos)
Conforme o levantamento semanal de preços realizado pela Emater/RS-Ascar no Estado, a cotação média do trigo se manteve em R$ 66,25/sc. de 60 kg, variando entre R$ 65,00 e R$ 68,00 nas diferentes praças de comercialização.
Fonte: Informativo Conjuntural n° 1774 – Emater/RS