Para um sistema plantio direto eficiente e com qualidade, dentre muitos fatores, é preciso investir em cobertura do solo, sendo uma das principais estratégias para isso a utilização de plantas de cobertura no período entressafra das culturas comerciais. Além de promover cobertura do solo, plantas de cobertura cultivadas na entressafra de culturas como soja e milho, possibilitam o incremento de matéria orgânica, a melhoria de atributos químicos, físicos e biológicos do solo, possibilitando entre outras coisas, a maior infiltração de água no solo, podendo alterar sua disponibilidade de água para as plantas.

Dentre outras características benéficas, a utilização de plantas de cobertura, especialmente quando encaixadas na rotação de culturas, possibilita o controle de pragas, doenças e plantas daninhas na entressafra das culturas comerciais, além de trazer benefícios específicos de acordo com as características da espécie cultivada, tais como fixação biológica de nitrogênio no caso das leguminosas, descompactação do solo, a exemplo do nabo forrageiro e controle de pragas como nematóides fitopatogênicos a exemplo de espécies de crotalária, entre outros benefícios.



Sendo assim, a inserção de plantas de cobertura no sistema de produção é de fundamental importância para a sustentabilidade e rentabilidade da produção agrícola, especialmente se tratando do cultivo de espécies anuais como soja e milho. Contudo, uma das dúvidas mais frequentes com relação a utilização de plantas de cobertura é quanto ao encaixe dessas plantas no sistema de produção.

Em vídeo o Pesquisador da CCGL Tiago Hörbe explica que o encaixe de plantas de cobertura no sistema de produção deve levar em consideração algumas características, tais como cultura sucessora à planta de cobertura e período disponível para produção da cultura de cobertura, sendo necessário conhecer o sistema de produção. Conforme destacado por Tiago, no final de março, início de abril em algumas áreas ainda é possível utilizar gramíneas de verão a exemplo do milheto e capim-sudão em consorciação a outras culturas.

Figura 1. Exemplo de encaixe de plantas de cobertura utilizando milheto.

Fonte: Rede Técnica Cooperativa – RTC

Entretanto, Hörbe explica que quando utilizadas de forma isoladas, essas culturas (milheto e capim-sudão) já deveriam estar semeadas no final de março, preferencialmente do final de fevereiro até os dias 20 a 25 de março. Após essa época de semeadura, é interessante o uso dessas culturas de forma consorciada.

Pensando na semeadura da cultura do milho, entrando no mês de abril, é interessante pensar no cultivo de espécies leguminosas, tais como ervilhaca ou ervilha-forrageira, essa última, com ciclo mais curto em comparação a ervilhaca.

Figura 2. Cultivo de ervilhaca como planta de cobertura.

Fonte: Rede Técnica Cooperativa – RTC

Com relação ao cultivo da ervilhaca, Tiago explica que é interessante introduzir a cultura no campo, final de março, início de abril, possibilitando com que a cultura produza boa quantidade de fitomassa. Visando a semeadura do milho de forma antecipada, uma alternativa a ervilhaca conforme destacado por Hörbe, é o cultivo da ervilha-forrageira ou nabo-forrageiro, plantas de cobertura com ciclo relativamente menor em comparação a ervilhaca.

Quando o objetivo é o cultivo do trigo no período do inverno, uma das alternativas de plantas de cobertura com bom encaixe no período entressafra é o nabo-forrageiro.

Figura 3. Nabo forrageiro cultivado como planta de cobertura.

Fonte: Rede Técnica Cooperativa – RTC

Visando o cultivo de plantas de cobertura para a cultura da soja, “entrando no final de abril, início de maio, pode-se considerar o cultivo de plantas de cobertura como aveia, centeio, ou consorciações/mix de plantas” de cobertura. Conforme destacado por Tiago, é fundamental ter atenção com a escolha da planta de cobertura que irá anteceder a cultura comercial, a fim de melhor escolha e encaixe da espécie que poderá potencializar a produtividade da cultura sucessora.


Veja também: Cultura antecessora pode contribuir com aumento de até 24% da produtividade da soja


Confira o vídeo abaixo com as dicas e contribuições do pesquisador da CCGL Tiago Hörbe.


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