O controle de plantas daninhas é indispensável na condução de uma lavoura. A principal finalidade do é reduzir e/ou eliminar a competição entre plantas daninhas e cultivadas por água nutrientes e radiação solar, promovendo condições mais adequadas para o crescimento e desenvolvimento dos cultivos agrícolas.

O controle químico é a principal ferramenta no manejo de plantas daninhas em culturas anuais, entretanto, algumas plantas ao passar do tempo desenvolveram resistência a alguns herbicidas, dificultando o controle dessas daninhas. Dentre as plantas resistentes, podemos citar o Capim-amargoso (Digitaria insularis) a qual apresenta resistência ao glifosato, herbicida mais utilizado no controle de plantas daninhas na cultura da soja.

Sendo assim é necessário pensar em um manejo eficiente que promova o controle adequado da planta daninhas. Durante o manejo do capim-amargoso, é comum surgirem algumas dúvidas quanto ao produto a ser utilizado (se sistêmico ou de contato), o intervalo de reaplicação dos produtos ou até mesmo o estágio ou tamanho da planta daninha que confere melhor resposta ao controle.



Com base nesses aspectos, Mendes et al. (2020) realizaram o trabalho intitulado “Intervalo entre aplicações sequenciais para o controle de capim-amargoso” (Clique e confira). O trabalho teve como objetivo avaliar o intervalo em dias e altura do rebrote entre aplicações sequenciais no controle de capim-amargoso.

O estudo contou com dois experimentos os quais foram conduzidos um de janeiro a março de 2015 e outro de agosto a outubro de 2016 em Mandaguaçu, Paraná, Brasil.

O primeiro experimento consistiu em duas aplicações sequenciais de herbicidas em diferentes datas após a primeira aplicação, visando quantificar a eficiência de controle dos herbicidas nos diferentes intervalos entre as aplicações. Para compor os tratamentos foram utilizados diferentes intervalos de tempo entre a primeira e a segunda aplicação dos herbicidas, sendo avaliados os períodos de 10; 17; 24; 31; 38 e 45 dias após a primeira aplicação (DAPA). Para compor o segundo fator do primeiro experimento, Mendes et al. (2020) utilizaram diferentes tratamentos químicos para o controle do capim-amargoso, variando entre herbicidas de ação sistêmica e de contato, sendo eles: glyfosate + clethodim a 1140 + 108 g.ha-1 e paraquat (Gramoxone) a 400 g.ia.ha-1.   Cabe destacar que com exceção das parcelas de controle as quais não foram tratadas, todas as demais parcelas experimentais receberam a aplicação de glyfosate + clethodim a 1140 + 108 g.ha-1 para compor a primeira aplicação de herbicidas.

Com base nos resultados encontrados por Mendes et al. (2020), quando comparada a utilização de glyfosate + cletodim com paraquat no controle do capim-amargoso, melhores resultados são observados com a utilização de glyfosate + cletodim, apresentado resultados superiores ao paraquat no controle da planta daninha.

Tabela 1. Controle de capim-amargoso (%) em função do intervalo em dias entre glifosato + cletodim (1140 + 108 g.ha-1) e paraquat (400 g.ha-1) ou glifosato + clethodim (1140 + 108 g.ha-1).

Gly+cle = glyfosate + cletodim
DAPA = dias após a primeira aplicação (dias)
Adaptado: Mendes et al. (2020).

Para o estudo em questão, nas condições estudadas, os autores concluem que a segunda aplicação com glyphosate + clethodim deve ser realizada no intervalo de 17 a 27 dias para maior controle do capim-amargoso, já para o paraquat o intervalo entre a segunda aplicação mais apropriado para o controle do capim amargoso é de até 17 dias.

O segundo experimento que compôs o estudo consistiu em duas aplicações sequenciais de herbicidas em diferentes alturas dos perfilhos do capim-amargos após no rebrote. Assim como no experimento um, foram aplicados glyfosate + clethodim a 1140 + 108 g.ha-1 nas parcelas para o estabelecimento do experimento. As alturas de rebrote avaliadas foram: 2-5; 6-10; 11-20; 21-30; e >30 cm. Já os herbicidas que compunham o segundo fator eram semelhantes aos do primeiro experimentos, sendo eles glyfosate + clethodim a 1140 + 108 g.ha-1 e paraquat (Gramoxone) a 400 g.ia.ha-1.

Tabela 2. Controle de capim-amargoso (%) em função dos intervalos da altura do perfilho entre glifosato + clethodim (1140 + 108 g.ha-1) e paraquat (400 g.ha-1) ou glifosato + clethodim (1140 + 108 g.ha-1).

Gly+cle = glyfosate + cletodim
DAPA = dias após a primeira aplicação (dias)
Adaptado: Mendes et al. (2020).

Segundo Mendes et al. (2020), para as condições do presente estudo, ao considerar o tamanho de rebrote das plantas na segunda aplicação, o ideal é de até 20 cm para a utilização de glyphosate + clethodim e de 6-10 cm para paraquat.

Cabe destacar que o trabalho conduzido por Mendes et al. (2020) traz boas contribuições quanto ao intervalo de aplicação de herbicidas e altura de rebrote visando o controle do capim amargos, entretanto, o trabalho refere-se as condições do presente estudo, sendo assim a mudança das populações de plantas, e/ou herbicidas pode alterar a dinâmica de controle do capim-amargoso.

Confira o trabalho completo de Mendes et al. (2020) clicando aqui!


Veja também: Perdas por matocompetição em soja – o caso da buva e do amargoso


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Referências:

MENDES, R. R. et al. INTERVALO ENTRE APLICAÇÕES SEQUENCIAIS PARA O CONTROLE DE CAPIM-AMARGOSO. Rev. Caatinga, Mossoró, v.33, n. 3, p. 579–590, 2020.

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