Neste ano, a área da safra 2019/20 de milho teve um crescimento de 11,14% em relação à temporada passada. Apesar dos rendimentos menores nas lavouras, 109,02 sc/ha, a produção registrou recorde na série histórica, com 35,45 milhões de toneladas. Do lado da demanda não foi diferente, o consumo interno cresceu 27,54% ante a safra passada, e os escoamentos ao mercado externo, mesmo que menores em vista do ano anterior, apresentaram o segundo maior volume exportado por Mato Grosso.

Além disso, os demais estados produtores do país passaram por complicações climáticas, elevando o consumo interestadual em 36,48%. Outro fator que animou os produtores foram os preços comercializados, os maiores até então. Em novembro a atual safra fechou com média de R$ 64,22/sc, e a máxima registrada pelo Imea foi em Rondonópolis, no dia 02/ago, que fechou cotada a R$ 70,15/sc.

Motivos para a elevação dos preços não faltaram, a moeda norte-americana variou na maior parte do ano acima dos R$ 5,00/US$, e a demanda foi aquecida, principalmente para o mercado do etanol. Por fim, as condições climáticas para a semeadura da oleaginosa não foram favoráveis, colocando a atenção dos agricultores aos possíveis impactos para a 2° safra.

Confira agora os principais destaques do boletim:

• O indicador Imea-MT valorizou 85,06% no comparativo anual de 2019 para 2020. A alta da moeda norte-americana, atrelada à maior demanda pelo cereal, influenciou neste cenário positivo.

• A cotação do milho em Chicago (CMEGroup corrente) recuou 5,34% em relação à 2019, e finalizou o ano de 2020 com média de US$ 3,60/bu.

• A instabilidade da economia mundial causada pelo surto da pandemia da Covid-19 em 2020 fez com que o dólar elevasse 30,79% ante a 2019, e fechasse com média anual de R$ 5,16/US$.

• A diferença da base MT-CME, subiu 94,13% ante a 2019. Os preços do milho interno valorizaram mais que Chicago.

Perspectivas 2021:

Com a semeadura da soja encerrada em Mato Grosso, as projeções para o trabalho a campo da safrinha indicam que até 14,11% da área estimada a ser semeada pode ficar fora da janela ideal. Ainda assim, as expectativas da manutenção dos preços em alto patamar anima os produtores a aumentarem as áreas de cultivo, sobretudo, das áreas de algodão que podem ser convertidas para o milho.

Segundo o último relatório de safra divulgado pelo Imea, a próxima temporada pode crescer 5,03% na área, e a produção pode registrar novo recorde para o estado, de 36,29 milhões de toneladas. A demanda poderá continuar firme tendo em visto o aumento da capacidade de produção pelas usinas de etanol já operantes e a entrada de novas no mercado, refletindo no consumo interno forte. Além disso, o setor animal gera expectativas positivas com as exportações em alta, o que também poderá beneficiar a maior demanda pelo grão e/ou subprodutos do cereal para ração animal.

No que se refere aos custos de produção, a próxima safra apresenta as despesas com fertilizantes e corretivos de solo mais elevadas, mesmo assim, o ponto de equilíbrio do produtor fica em R$ 22,50/sc, valor inferior às negociações realizadas dentro do estado. Em virtude das incertezas das áreas que poderão ser semeadas fora da janela, as atenções se voltam para as condições climáticas no cultivo da 2° safra, que poderão ser determinantes para que o produtor consiga maximizar os ganhos em produtividade até a etapa da colheita.

Fonte: IMEA

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