Considerada uma praga inicial da lavoura (Embrapa, 2009), a lagarta elasmo (Elasmopalpus lignosellus), acomete a cultura da soja durante a fase inicial do seu desenvolvimento. Uma larva pode atacar até três plantas de soja durante seu período larval, sendo que o período da emergência até 30 a 40 dias do desenvolvimento da planta (V2 – V3) é considerado o período mais sensível da cultura ao ataque da elasmo (Grigolli, 2015).
Figura 1. Adulto da lagarta elasmo (Elasmopalpus lignosellus) em área cultivada com soja.

Figura 2. Lagarta elasmo (Elasmopalpus lignosellus).

A larva penetra na planta logo abaixo do nível do solo, cavando uma galeria ascendente no caule; junto ao orifício de entrada, tece um casulo, e o cobre com excrementos e partículas de terra (Sosa-Gómez et al., 2014). Os danos ocasionados pela praga podem resultar na morte de plantas ou plantas debilitadas, afetando um dos principais componentes de produtividade da soja, o número de plantas por área. Embora a soja apresente uma conhecida plasticidades, a redução drástica do estande de plantas pode resultar em significativas reduções da produtividade da soja, especialmente quando a populações de plantas real é muito inferior a população recomendada para a cultivar.
Figura 3. Danos de lagarta elasmo na cultura da soja.

A intensidade dos danos da lagarta elasmo na soja é maior e mais frequente em condições de alta temperatura e déficit hídrico no solo, especialmente em solos arenosos (Grigolli, 2015), visto que a praga tem seu desenvolvimento favorecido por condições de baixa umidade.
Conforme destacado por Grigolli (2015), em virtude do seu posicionamento na planta, a pulverização de inseticidas na parte da soja pode não apresentar controle satisfatório da elasmo, contudo, tem sido comprovado que chuvas bem distribuídas, durante os primeiros 30 dias de desenvolvimento da cultura, praticamente eliminam a infestação do inseto nas lavouras de soja, podendo a irrigação também ser considerada uma medida de controle da lagarta.
Por ser considerada polífaga e se alimentar principalmente de Poaceas e Fabaceas, é possível que em áreas onde se cultivam gramíneas antecedendo a cultura da soja a lagarta elasmo já esteja presente, sendo assim, deve-se atentar para o monitoramento dessas lavouras, especialmente em anos secos, e em regiões onde há o predomínio de solos arenosos.
Uma alternativa interessante pensando no controle inicial da praga é o tratamento de sementes com inseticidas sistêmicos, a exemplo do fipronil, imidacloprido + tiodicarbe e clorantraniliprole. Embora de maneira geral não se observe um grande efeito residual desses produtos aplicado no tratamento de sementes, eles contribuem significativamente para a redução da população da praga durante o período inicial do desenvolvimento da cultura, contribuindo para o bom estabelecimento da lavoura.
Veja mais: Pragas iniciais da soja versus tratamento de sementes
Referências:
EMBRAPA. PRAGAS INICIAIS DA SOJA: CONTROLE DEVE COMEÇAR ANTES DA SEMEADURA. Embrapa, Notícias, 2009. Disponível em: < https://www.embrapa.br/busca-de-noticias/-/noticia/18058569/pragas-iniciais-da-soja-controle-deve-comecar-antes-da-semeadura– >, acesso em: 06/04/2021.
GRIGOLLI, J. F. J. PRAGAS DA SOJA E SEU CONTROLE. Fundação MS, Tecnologia e Produção: Soja 2014/2015, 2015. Disponível em: < https://www.fundacaoms.org.br/base/www/fundacaoms.org.br/media/attachments/214/214/newarchive-214.pdf >, acesso em: 06/10/2021.
SOSA-GÓMEZ, D. R. et al. MANUAL DE IDENTIFICAÇÃO DE INSETOS E OUTROS INVERTEBRADOS DA CULTURA DA SOJA. Embrapa, Documentos, n. 269, 2014. Disponível em: < https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/105924/1/Doc269-OL.pdf >, acesso em: 06/10/2021.
VIANA, P. A. MANEJO DE ELASMO NA CULTURA DO MILHO. Embrapa, Circular Técnica, n. 118, 2009. Disponível em: < https://www.embrapa.br/documents/1344498/2767891/manejo-de-elasmo-na-cultura-do-milho.pdf/9ca5be8d-688e-4520-9ec7-4fd385c51e3e >, acesso em: 06/10/2021.