Segue a colheita no Estado. Nas áreas ao Norte, a colheita está adiantada e obtém menores produtividades. Já em regiões onde a cultura se desenvolveu bem, as produtividades são excelentes. Muitas lavouras apresentam problemas de enfezamento.

Na regional administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, o cenário continua muito favorável. As lavouras continuam com muito boas condições fitossanitárias, especialmente as cultivadas com híbridos resistentes a lagartas e às principais doenças. Mesmo nas lavouras de materiais convencionais, os relatos de ataques de lagartas são menos frequentes à medida que as plantas atingem maior porte. Alguns produtores relatam sintomas de ataque de percevejos, mas não é usual a aplicação de inseticidas específicos para esta praga. Na Fronteira Oeste, colheita encerrada, restando algumas áreas de milho safrinha.

Na de Frederico Westphalen, onde são cultivados 10% da área de milho do Estado, estima-se 90% das áreas colhidas. A produtividade projetada era de 8.580 quilos por hectare, e a perda deverá ficar em 65% devido aos danos causados pela estiagem. As menores produtividades foram registradas nas áreas semeadas em agosto.

Na de Soledade, segue a colheita. Porém, essa operação foi suspensa durante a semana com a ocorrência de chuvas em pancadas, e deverá ser retomada com a volta do tempo firme, pois a maior parte dessas lavouras está em ponto de colheita. A produtividade média dessas lavouras chega a seis mil quilos por hectare. Lavouras com plantios tardios têm bom desempenho com a normalização do teor de umidade do solo. Todas as lavouras receberam os tratos culturais e a adubação nitrogenada. Registra-se a ocorrência de enfezamento em algumas cultivares de milho. Este fenômeno é causado pelo ataque de cigarrinhas, mas ocorre em cultivares pouco resistentes.

Na regional de Ijuí, com 11% da área de cultivo de milho grão do Estado, a colheita atinge 95% das lavouras, com aumento da produtividade em áreas colhidas nessa reta final. O rendimento médio é de 6.900 quilos por hectare. É boa a qualidade do produto colhido. Nas lavouras em enchimento de grãos e maturação, aumentam os sintomas de enfezamento das plantas causados por microrganismos patogênicos transmitidos pela cigarrinha Dalbulus maidis. Lavouras para grãos e silagem semeadas em janeiro e fevereiro sofrem ataque intenso de cigarrinhas, demandando monitoramento constante e controle rigoroso. A diminuição de umidade no solo fez aparecerem sintomas de déficit hídrico no milho safrinha nos locais de solo mais compactado.



Na regional da Emater/RS-Ascar de Caxias do Sul, a área de milho corresponde a 13% dos cultivos gaúchos. As áreas em colheita apresentam bom rendimento de grãos, como ocorre em Esmeralda, onde as primeiras áreas colhidas chegam a um patamar superior a nove toneladas por hectare. Lavouras semeadas no tarde, especialmente as implantadas em final de novembro e início de dezembro, apresentam danos severos em consequência do ataque da cigarrinha. Grande parte das áreas atacadas eram destinadas à colheita de silagem de planta inteira, mas houve dificuldade na colheita devido ao grande acamamento de plantas em função do enfezamento.

Na de Porto Alegre, 35% da área está colhida. No Centro-Sul, haverá perdas de 20% no milho do cedo devido à estiagem. Mas, de modo geral, se estima boa produtividade em função da incidência de chuvas periódicas. Cultura em maturação e colheita. A boa umidade do solo favorece o desenvolvimento das lavouras. Em relação ao ataque de pragas, a lagarta do cartucho e a lagarta da espiga não causaram prejuízos significativos; não há registro de doenças nos cultivos.

Na regional de Pelotas, 4% da área está colhida. A produtividade varia de 5.400 a seis mil quilos por hectare. Seguem os manejos; com a condição favorável de umidade do solo para realização de adubações em cobertura, a expectativa é de ótimas produtividades. Devido às precipitações nas semanas anteriores, a lagarta do cartucho pouco incidiu nos cultivos, e em alguns sequer foi registrada. O pouco de milho grão já colhido é insuficiente para abastecer o mercado local. Ainda são realizadas compras de milho grão oriundo do Centro-Oeste do país.

Na regional de Erechim, segue a colheita, com 40% da área já colhida. Os rendimentos são muito variáveis: em algumas áreas em Sertão, 12 mil quilos por hectare; na costa do rio Uruguai, chegou a três mil quilos por hectare. Algumas áreas colhidas foram replantadas com soja na safrinha. Há ocorrência de enfezamento e manchas foliares – helmintosporiose e cercosporiose, favorecidas pelo clima e controle inadequado dos produtores. A média regional de produtividade deverá ficar entre 5.400 e seis mil quilos por hectare.

Na de Passo Fundo, devido à falta de chuvas desde setembro até o final de novembro, áreas cultivadas com variedades precoces sofreram perdas; 15% das áreas foram colhidas e 60% encontram-se em maturação fisiológica; demais em fase de enchimento de grãos.

Na de Santa Maria, a colheita já atinge 35% das áreas. O plantio do milho safrinha está concluído. Nos últimos 10 dias, as lavouras têm evidenciado a falta de umidade, principalmente as que se encontram em floração.

Na regional da Emater/RS-Ascar de Santa Rosa, a área de milho corresponde a 15% dos cultivos do Estado. Dos 78% já colhidos, e à exceção das colhidas nas últimas semanas, a maioria corresponde a lavouras com perdas elevadas na produtividade, nas quais os produtores cortaram as plantas inteiras de milho para fornecê-las aos animais ou para realizar silagem. Mesmo com a normalização da umidade do solo desde dezembro, as perdas na cultura estão consolidadas em 65% em relação à produtividade esperada de 8.200 quilos por hectare. A atual está em 2.884 quilos por hectare.

São três as situações de lavouras:

  • A maioria das lavouras de milho safra já foi colhida, apresentando baixa produtividade devido ao período de estiagem de setembro a outubro; a produtividade média ficou de 10 a 15 sacas por hectare.
  • A produtividade média é de 100 sacas por hectare em cerca de 8% das lavouras do milho safra – ainda em enchimento do grão e maturação – e que sobreviveram ao período de estiagem ou por terem recebido chuvas isoladas ou por estarem em áreas de baixada, com boa umidade do solo.
  • As lavouras do milho safrinha, que representam em torno de 14% da área cultivada, foram plantadas em final de dezembro e receberam boas chuvas em janeiro para germinar e se desenvolver. Assim, apresentam boa população e bom desenvolvimento de plantas, com bom potencial de produtividade, estimado em 100 sacas por hectare.

Entretanto, com o pouco volume de chuvas em fevereiro em algumas localidades, o milho já começa a dar sinais de déficit hídrico nas áreas de solo mais raso e pedregoso. Por outro lado, o clima foi favorável para realizar as pulverizações de herbicida para controle das ervas daninhas nas lavouras de milho safrinha e para a aplicação de adubação nitrogenada em cobertura. Agricultores também aproveitaram o clima favorável para realizar o monitoramento e controle da lagarta do cartucho. A grande preocupação atual é com a cigarrinha do milho, que demanda alta procura por orientações/estratégias de controle. Para favorecer a agilidade e o alcance das informações, foi elaborado material com orientações técnicas enviado por whatsapp aos agricultores, com recomendação para o monitoramento e uso de produto biológico (Beauveria bassiana) nas lavouras em fase vegetativa.

Mercado (saca de 60 quilos)

De acordo com o levantamento semanal de preços realizado pela Emater/RS-Ascar no Estado, a cotação média do milho caiu 0,52%, de R$ 78,93 para R$ 78,52/sc.

Fonte: Emater/RS – Ascar

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