A síndrome da morte súbita (“sudden death syndrome (SDS)”) é uma doença grave e emergente em soja (Glycine max), causada pelo fungo Fusarium virguliforme (F. solani f. sp. glycines). Essa doença desenvolve-se melhor em climas frios e úmidos. Foi relatada pela primeira vez em Arkansas em 1971 e desde então já foi detectada em outros países, incluindo Brasil, Argentina e Canadá. É uma doença economicamente significativa e o impacto pode ser intensificado pela interação com Heterodera glycines.
Os principais sintomas são necrose vascular, descoloração que pode espalhar para os nós e entrenós do caule, assim como clorose e necrose foliar. Apesar dos sintomas foliares serem mais facilmente observados, o patógeno normalmente é encontrado nas raízes infectadas, que chegam a mudar a coloração e apodrecer.
As opções de gerenciamento da doença são limitadas. Por ser um patógeno de solo, após o início dos sintomas ainda não há tratamento eficaz. Dessa forma, o foco está na utilização de estratégias de prevenção e medidas para controlar os fatores que podem aumentar a severidade da doença em campo.
No intuito de avaliar o efeito do tratamento de sementes e produtos químicos foliares na proteção de cultivos para gerenciamento da síndrome da morte súbita, uma pesquisa realizada em plantações de soja de sete Estados dos Estados Unidos (Illinois, Indiana, Iowa, Michigan, Dakota do Sul, Wisconsin e Ontário) desenvolveu testes em cultivares resistentes e suscetíveis a SDS durante dois anos.
Neste estudo, tanto o plantio de cultivares resistentes como o uso de tratamento de sementes mostraram-se eficazes para o manejo de SDS. No entanto, a resistência das plantas proporcionou uma melhor vantagem de rendimento do que o uso de tratamento de sementes. A utilização complementar de cultivares resistentes juntamente com o tratamentos de sementes pode ser uma ferramenta economicamente viável para o manejo de SDS.
Outras culturas (feijão, milho, azevém, alfafa, beterraba, canola, etc) podem ser afetadas por F. virguliforme. Com isso, devido a ampla gama de hospedeiros do fungo, a eficácia da rotação de culturas é limitada, além de propiciar o aumento do inóculo no solo. Já houve relatos de colonização do patógeno em raiz de soja não sintomática, resultando na persistência do fungo em campo e possíveis perdas de rendimento ocultas.
Fonte: Defesa Vegetal