O controle de plantas daninhas em culturas agrícolas é tão importante no período entressafra quanto na safra propriamente dita. Algumas plantas daninhas apresentem elevada habilidade competitiva, além de servir como hospedeiras de insetos e patógenos, garantindo a sobrevivência deles.

Dessa forma, o controle de plantas daninhas também pode ser visto como uma ferramenta de manejo para o controle de pragas e doenças, apresentando relação indireta com esses agentes em culturas comerciais. Entretanto, o controle efetivo de algumas espécies de plantas daninhas pode ser extremamente complexo, em virtude dos casos de resistência de algumas espécies a herbicidas e dos elevados fluxos de emergência dessas plantas.

Algumas espécies a exemplo da buva (Conyza spp.) e do caruru (Amaranthus spp.), podem apresentar produção de sementes superiores a 100.000 sementes por planta no caso da buva (Dauer et al., 2007) e até 600.000 sementes por planta no caso do caruru (Penckowski et al., 2020).

A elevada produção de sementes por algumas espécies de plantas daninhas contribui para o incremento de sementes no banco de sementes do solo. Dependendo da espécie, as sementes presentes no banco de sementes do solo podem permanecer viáveis por um longo período de tempo, germinando sob condições adequadas de temperatura, umidade e luminosidade.

Plantas como o caruru, apresentam diversos fluxos de emergência durante o ciclo de desenvolvimento da soja, dificultando a assertividade do momento de controle em pós-emergência. Sendo assim, além da adequada cobertura do solo, o controle de plantas daninhas na entressafra das culturas agrícolas é fundamental para evitar o desenvolvimento dessas plantas e com ele a produção de sementes que irão alimentar o banco de sementes do solo.



Figura 1. Dinâmica do banco de sementes de plantas daninhas no solo.

Fonte: Barroso & Murata (2021)

Dentre as principais estratégias para um controle eficiente de plantas daninhas no período entressafra, o professor e pesquisador Leandro Albrecht destaca que “o ideal é uma cultura sair no limpo para que a outra entre no limpo”, quando isso não é possível, algumas alternativas como “fazer dessecações o mais cedo possível, nas melhores condições possíveis”,  “fazer todas as aplicações sequenciais que porventura sejam necessárias” e “fazer um bom acabamento das aplicações na cultura da soja”, utilizando ferramentas como aplique e plante, e plante e aplique, constituem algumas das principais estratégias de manejo.

Confira o vídeo abaixo com as dicas do professor e pesquisador Leandro Albrecht.


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Referências:

BARROSO, A. A. M.; MURATA, A. T. MATOLOGIA: ESTUDOS SOBRE PLANTAS DANINHA. Fábrica da palavra, 2021.

DAUER, J. T. et al. TEMPORAL AND SPATIAL DYNAMICS OF LONG-DISTANCE Conyza canadensis  SEED DISPERSAL. Journal of Applied Ecology 2007. Disponível em: < https://besjournals.onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1111/j.1365-2664.2006.01256.x >, acesso em: 11/07/2022.

PENCKOWSK, L. H. et al. ALERTA! CRESCE O NÚMERO DE LAVOURAS COM Amaranthus hybridus RESISTENTE AO HERBICIDA GLIFOSATO NO SUL DO BRASIL: O PRIMEIRO PASSO É SABER IDENTIFICAR ESSA ESPÉCIE! Revista FABC – Abril/Maio 2020. Disponível em: < https://www.upherb.com.br/ebook/REVISTA-Fabc.pdf >, acesso em: 11/07/2022.

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