O mercado brasileiro de milho deve ter uma quarta-feira de maior cautela nos negócios. O dólar recua frente ao real, o que impede uma melhor movimentação de negócios na exportação. Os produtores mantém o movimento de retenção da oferta, acompanhando o quadro climático para as lavouras norte-americanas de milho, que segue complicado. A Bolsa de Mercadorias de Chicago sobe, diante da expectativa de um corte nos números de produção e de estoques finais da safra 2022/23 dos Estados Unidos.
A última terça-feira foi pautada por alguma fluidez dos negócios no mercado brasileiro de milho, com preços de estáveis a mais altos. Segundo o analista de SAFRAS & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, muitos produtores brasileiros ainda apostam na retenção de oferta aguardando pelas definições de produtividade da safra norte-americana, o que dá suporte aos preços internos.
Nesse ambiente, o relatório de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), que será divulgado no próximo dia 12, será preponderante. O frete segue como um complicador neste momento, mantendo preços acentuados no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, comenta.
No Porto de Santos, o preço ficou entre R$ 88,00 (compra) a R$ 92,00 (venda) a saca (CIF) para setembro. Já no Porto de Paranaguá, cotação entre R$ 91,00/92,00 a saca para setembro.
No Paraná, a cotação ficou em R$ 82,00/85,00 a saca em Cascavel. Em São Paulo, preço de R$ 76,00/80,00 na Mogiana. Em Campinas CIF, preço de R$ 83,00/85,50 a saca.
No Rio Grande do Sul, preço ficou em R$ 93,00/95,00 a saca em Erechim. Em Minas Gerais, preço em R$ 76,00/80,00 a saca em Uberlândia. Em Goiás, preço esteve em R$ 73,00/R$ 77,00 a saca em Rio Verde – CIF. No Mato Grosso, preço ficou a R$ 75,00/80,00 a saca em Rondonópolis.
Chicago
Os contratos com entrega em dezembro de 2022 operam com alta de 6,50 centavos em relação ao fechamento anterior, ou 1,05% cotada a US$ 6,20 1/2 por bushels.
O mercado segue buscando suporte no clima quente e seco no Meio Oeste dos Estados Unidos.
Além disso, os investidores se posicionam frente o relatório de oferta e demanda de agosto do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), que será divulgado na sexta-feira (12). A expectativa do mercado é de redução dos estoques dos EUA e do mundo ao final de 2022/23.
O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) vai divulgar na sexta-feira (12), a partir das 13h, o relatório de oferta e demanda de agosto, trazendo estimativas de oferta e demanda de milho norte-americano e mundial para a temporada 2022/23.
Analistas consultados pelas agências internacionais apostam em uma produção de 14,383 bilhões de bushels de milho em 2022/23, ficando abaixo dos 14,505 bilhões de bushels indicados em julho e aquém dos 15,115 bilhões de bushels registrados na safra 2021/22. A produtividade média deverá atingir 175,8 bushels por acre, menor frente ao rendimento indicado em julho e na safra 2021/22, de 177 bushels por acre.
Os estoques finais de passagem da safra 2022/23 norte-americanos devem ser indicados em 1,383 bilhão de bushels, ante os 1,470 bilhão de bushels indicados no mês passado. Para a safra 2021/22, os estoques finais de passagem devem ser elevados de 1,510 bilhão de bushels para 1,518 bilhão de bushels.
Para a safra global 2022/23, os estoques finais de passagem devem ser indicados em 309,8 milhões de toneladas, contra os 312,9 milhões de toneladas indicados em julho. A previsão é de que os estoques finais de passagem da safra mundial 2021/22 sejam apontados em 313,3 milhões de toneladas, acima das 312,3 milhões de toneladas indicadas no mês passado.
Ontem (9), os contratos de milho com entrega em setembro fecharam a US$ 6,15 1/2 por bushel, ganho de 7,00 centavos de dólar, ou 1,15%, em relação ao fechamento anterior. A posição dezembro de 2022 fechou a sessão a US$ 6,14 por bushel, alta de 6,75 centavos, ou 1,11% em relação ao fechamento anterior.
Câmbio
O dólar comercial registra baixa de 1,26% a R$ 5,0640. O Dollar Index registra baixa de 0,39% a 105,96 pontos.
Indicadores financeiros
- As principais bolsas da Ásia encerraram em baixa. Xangai, -0,54%; Tóquio, -0,65%.
- As principais bolsas na Europa registram índices em baixa. Londres, +0,05%; Paris, +0,53% e Frankfurt, +0,15%.
- O petróleo opera em baixa. Setembro do WTI em NY: US$ 89,94 o barril (-0,61%).
Fonte: Agência SAFRAS