Análise semanal da tendência de preços (semana de 20 a 24/11)

Boas condições climáticas para o desenvolvimento da temporada na Argentina. Segundo a consultoria argentina Granar, o progresso da semeadura é superior a 26,2% nos 7,1 milhões de hectares previstos para o país, um avanço anual de 2,4 pontos porcentuais;

A entrada recorde da oferta dos Estados Unidos no circuito comercial e a concorrência com Brasil no mercado de exportação continuam exercendo pressão sobre o mercado;

Desvalorização do petróleo no mercado internacional também pode ter sido um fator baixista para o grão, visto que piora a competitividade relativa do etanol. Nos Estados Unidos, o biocombustível é feito principalmente com milho;

Dados de vendas dos EUA, que superaram as estimativas dos analistas. Exportadores do país relataram vendas de 1,43 milhão de toneladas da safra 2023/24, informou o USDA. O volume representa baixa de 21% ante a semana anterior, mas avanço de 16% em relação à média das quatro semanas anteriores. O total vendido superou o teto da previsão dos analistas, que esperavam vendas entre 700 mil toneladas e 1,15 milhão de toneladas;

No Brasil, a redução dos estoques finais, no último relatório da Conab, está impulsionando os preços, que já subiram 0,36% na semana e 1,57% no mês, segundo o Cepea.

Conclusões dos analistas da T&F Agroeconômica:

  • As cotações estão momentaneamente pressionadas em Chicago pelos fatores fundamentais baixistas acima mencionados, mas, com a provável redução da próxima safra brasileira, esta tendência deve reverter para cima a médio e longo prazos;
  • Os preços internos no Brasil voltaram a atingir o número mágico de R$ 70,00 no mercado futuro da B3, em São Paulo, mas os agricultores têm que tomar cuidado, porque o custo de produção, segundo o Deral-PR, está em R$ 74,19/saca. Então, é só a partir deste nível que começará o seu lucro de verdade.
  • Para um lucro de 10%, por exemplo, o preço terá que alcançar R$ 81,61 na sua cidade. Para 15%, terá que chegar a R$ 85,32/saca;
  • Então, nossa recomendação é que, se você não precisa vender milho agora, segure e espere as novas altas.
  • Mesmo assim, especificamente para os produtores paranaenses/mineiros/goianos, que tem esta escolha, plantar trigo na próxima safra será mais rentável (34,8%) do que plantar milho (5,48%).

Como ficou o mercado no dia 24/11?

MILHO fechou a sexta e a semana em baixa de olho na América do Sul

FECHAMENTOS DO DIA 24/11: A cotação para dezembro23, a principal data negociada nos EUA, fechou em baixa de -1,17 % ou $ -5,50 cents/bushel a $ 463,25. A cotação de março24, referência para a nossa safra de verão, fechou em baixa de -1,08 % ou $ -5,25 cents/bushel a $ 482,50.

 

CAUSAS DA BAIXA: O milho negociado em Chicago fechou o dia e a semana em baixa. As causas da queda diária não mudou muito dos motivos das oscilações na semana. Clima e plantio no Brasil e Argentina. Durante a semana se observou um bom progresso no plantio do milho argentino, assim como o clima no Brasil foi um pouco mais ameno, dando uma pausa nos extremos vividos na região sul e centro-oeste.

As negociações em meio ao feriado americano também travaram eventuais subidas nas cotações. Com isso o milho fechou a semana em queda de -0,80% ou $-3,75 cents/bushel para a cotação de dezembro23.

B3-MERCADO FUTURO DE MILHO NO BRASIL

B3: Em mais um dia negativo, milho acumula perdas de até -2,51% no vencimento novembro/24

CAUSAS DA QUEDA DE 24/11: Os vencimentos de milho fecharam o pregão desta sexta-feira em baixa, acompanhando o tom de preocupação da bolsa americana à respeito de uma pausa no avanço de produção de etanol a partir do cereal. Conforme relata o site Farm Progress; governadores de oito estados solicitaram à Agência de Proteção Ambiental (em inglês, EPA) no ano passado que lhes permitisse vender gasolina misturada com 15% de etanol durante todo o ano. O argumento foi de que a guerra na Ucrânia traria consequências aos preços nas bombas.

No Brasil, paira a incerteza sobre o avanço de plantio em diversos estados, em vista de fatores climáticos que têm se apresentado especialmente desafiadores neste final de 2023.

OS FECHAMENTOS DO DIA (24/11): Diante deste quadro, as cotações futuras fecharam em baixa: o vencimento de janeiro/24 foi de R$ 67,72, baixa de R$ -1,09 no dia, alta de R$ 0,55 na semana; março/24 fechou a R$ 71,79 baixa de R$ -0,91 no dia, alta de R$ 1,03 na semana; o vencimento maio/24 fechou a R$ 72,65, baixa de R$ -0,70 no dia e alta de R$ 0,94 na semana.

Fonte: T&F Agroeconômica



 

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