A colheita chegou a 58% da área implantada no Estado, favorecida pela não ocorrência de chuvas e pelas temperaturas elevadas, que reduziram a umidade do grão para finalização do ciclo. O preço baixo ainda desestimula, pois o custo de produção está alto nesta safra.
Na Região Noroeste, tem se observado que grande parte da área destinada à safrinha do milho foi direcionada para a cultura da soja. Portanto, a área cultivada de soja aumentou
em relação à projetada e, consequentemente, houve a redução da área de milho.
Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, em Maçambará e São Borja, a colheita está praticamente finalizada, e as produtividades médias se encontram muito variáveis, de 3 mil, em sequeiro, a 8 mil kg/ha em áreas irrigadas. O excesso de chuvas, no período de florescimento, e o ataque de cigarrinha reduziram a produtividade, com 50% de perdas por danos causados por essa praga. Em Manoel Viana, segue a colheita, e os rendimentos estão aumentando nas lavouras do tarde, atingindo 10 mil kg/ha. A área de milho safrinha sofrerá diminuição devido à preocupação dos produtores em relação à alta pressão de ataque de cigarrinha e pulgão, bem como à queda nos preços do milho.
Em São Gabriel, poucas lavouras foram colhidas (20%); muitos produtores têm relatado que a lagarta-docartucho está sendo um grande problema. Na de Caxias do Sul, apesar do período mais seco e da temperatura elevada, foram poucos os prejuízos causados à lavoura de milho, que se encontra predominantemente em enchimento de grãos. A expectativa de rendimento permanece próxima à expectativa inicial de 8 mil kg/ha.
Na de Passo Fundo, a colheita chegou a 50% da área cultivada. Na de Erechim, seguiu a colheita, e o rendimento continua abaixo do esperado para a cultura. O preço pago é um dos maiores problemas. Em alguns casos, o produtor não paga o custo de produção, mesmo tendo produtividades satisfatórias.
Na de Frederico Westphalen, a colheita evoluiu para 95% da área cultivada, e a produtividade continua abaixo do previsto para a safra, o que, associado aos baixos preços do grão, compromete muito a rentabilidade da cultura.
Na de Ijuí, a colheita segue normalmente, chegando a 87% da área. Os produtores estão realizando a operação com a umidade do grão dentro dos parâmetros ideias para trilha e separação. As perdas causadas pela queda de espigas antes da realização da colheita são muito elevadas. Em algumas lavouras, os danos atingem até 30% das plantas, o que exigiu dos produtores estratégias de melhora de recolhimento de espigas caídas na plataforma de corte, como adição de sistema de corte para feijão. As lavouras de segundo cultivo apresentam significativo estresse hídrico, plantas murchas, folhas enroladas e crescimento lento.
Há alta incidência de cigarrinha-do-milho nas plantas em estádio inicial de desenvolvimento. Na de Pelotas, de 04 a 09/02, não ocorreram chuvas, e os dias muito quentes, com sensação térmica elevada, alta radiação solar e bastante abafamento durante o dia começam a preocupar produtores devido aos efeitos negativos às plantas. A falta de umidade ideal nos solos não permite o suprimento ideal de água para a cultura, provocando o murchamento nas horas mais quentes do dia e impactando no seu desenvolvimento, florescimento, granação e enchimento de grãos.
Como muitos produtores realizaram plantios em várias épocas, o impacto negativo na produtividade poderá ser reduzido, se chover nos próximos dias. As áreas de milho ainda apresentam bom desenvolvimento. Os produtores seguem os tratos culturais, como controle de plantas invasoras e de pragas. A maioria das lavouras está em estágio
vegetativo (65%); o restante está em florescimento, espigamento e enchimento de grãos.
Na de Santa Maria, o plantio da safrinha tem avançado e se aproxima de 90%, totalizando 19 mil hectares. A colheita do milho safra avançou. As lavouras de safrinha se encontram em adequado desenvolvimento fisiológico. A ocorrência de cigarrinha-do-milho é frequente e tem exigido atenção por partes dos agricultores.
Na de Santa Rosa, houve perdas na produtividade esperada das lavouras em razão da lixiviação de potássio e nitrogênio e dos impactos do ataque de cigarrinha, a qual não pôde ser controlada com pulverizações na época adequada por causa das constantes chuvas. Além disso, os volumes excessivos de precipitações prejudicaram a polinização e acarretaram formação de espigas pequenas, falhas na formação, menor número e tamanho de grãos e o empalhamento da ponta da espiga, consequentemente causando problemas de grão ardido e qualidade inferior.
Assim, a expectativa de produtividade média baixou de 8.617 kg/ha para 4.661 kg/ha, representando perda de 45,7%, ficando abaixo da Safra 2022/2023. Na de Soledade, continuaram intensas as atividades de colheita do milho do cedo, chegando a 30% da área. Milho implantado em outubro, mas em menor percentual de área de plantio, está em fase de enchimento de grãos e de maturação fisiológica.
De maneira geral, milho do cedo expressa produtividades dentro do projetado e ótima qualidade dos grãos. Porém, há muitos casos de híbridos com baixa produtividade e qualidade do grão por consequência da incidência de cigarrinha e, principalmente, por doenças foliares, favorecidas pelo excesso de chuvas no ciclo. Nesses casos, as espigas apresentam falhas, grãos pequenose deteriorados; a produtividade dessas lavouras reduziu pela metade.
As lavouras com semeadura em períodos intermediários e tardio seguem se desenvolvendo bem. Muitas lavouras expressam sintomas de estresse hídrico, como folhas enroladas. Porém, essa situação pode ser revertida, caso ocorram chuvas. As aplicações de adubos nitrogenados em cobertura ficaram paradas no período devido à baixa umidade do solo. Prosseguiram os tratamentos para lagarta-do-cartucho e cigarrinha, que, segundo relatos, apresenta alta incidência nas lavouras tardias.
Comercialização (saca de 60 quilos)
O valor médio, conforme o levantamento semanal de preços da Emater/RS-Ascar no Estado, teve redução de 0,13%, quando comparado à semana anterior, passando de R$ 52,14 para R$ 52,07.
Fonte: Emater/RS
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