De acordo com o Projeto Rentabilidade, realizado pelo Senar-MT e Imea, o custeio do milho
está 0,48% menor na safra 23/24 ante a 22/23. Apesar da redução no custo, o preço do milho no ciclo 23/24 exibiu queda de 46,33%, em out/23 ante ao valor de out/22 da safra 22/23.
Com isso, para que um produtor modal consiga cobrir suas despesas com o custeio, considerando uma produtividade média de 103,85 sc/ha, é necessário que negocie o seu cereal a pelo menos R$ 31,83/sc, ou seja, o ponto de equilíbrio (PE) está 11,93% maior na safra 23/24 ante o ciclo passado.
Para se ter uma ideia, o preço comercializado do milho em out/23 fechou em R$ 36,16/sc. Dessa forma, além das dificuldades climáticas que o produtor deve enfrentar na temporada, o preço está cobrindo apenas o custeio, pois quando são inseridas as despesas com pós-produção, manutenção e arrendamento, o PE chega a R$ 43,40/sc.
Confira os principais destaques do boletim:
- INCREMENTO: o preço do milho na CMEGroup aumentou 0,58% ante a semana passada, pautado pelas vendas semanais dos EUA.
- DIMINUIÇÃO: o preço de milho na bolsa brasileira (B3) apresentou redução de 2,12% em comparação com a semana passada, e ficou cotada a R$ 60,26/sc.
- DESVALORIZAÇÃO: a moeda norte – americana registrou retração de 0,53% no comparativo semanal, em decorrência da divulgação dos dados de inflação nos EUA.
A 2ª maior consumidora global de milho, de acordo com o USDA, foi responsável por importar 40,48% do cereal mato-grossense em out/23.
Nas exportações de jan/23 a out/23, MT escoou 21,22 mi de t de milho. Desse montante, a China adquiriu 5,47 mi de t, representando 25,79% das exportações. Vale destacar que, após o acordo entre o Brasil e a China, o país asiático vem se destacando como um dos principais compradores do milho no estado. Esse movimento foi reflexo da necessidade que o país asiático tem de adquirir o cereal para alimentar o seu rebanho bovino e suíno.
Esse cenário também foi impulsionado pela redução das compras de origem dos EUA devido à guerra comercial, que incentivou a “gigante asiática” a buscar alternativas, além do preço do milho mato-grossense estar competitivo no mercado internacional. Por fim, de acordo com o USDA, é esperado que a produção de carne bovina da China em 2024 aumente 2,67% ante a 2023, o que pode continuar estimulando os escoamentos do estado.
Fonte: IMEA