Apesar de toda diversidade da cotonicultura brasileira, o compromisso com a qualidade, a responsabilidade na produção e rastreabilidade dos fardos é uma característica no País. Essa foi a percepção que predominou em mais uma etapa da Missão Compradores, intercâmbio comercial realizado pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) – que neste ano mobilizou 21 representantes da indústria têxtil mundial.

Na quarta-feira (31), a delegação passou pelo estado da Bahia, visitando duas fazendas no município de São Desidério: a Warpol, do grupo Busato, e a Nossa Senhora do Carmo, propriedade de Dirceu Montani. A agenda incluiu ainda o Centro de Análise de Fibras da Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa), em Luís Eduardo Magalhães.

Na fazenda Warpol, o chinês Qi Zhang acompanhou de perto o processo de rastreabilidade. As amostras de algodão são retiradas assim que saem da prensa. Cada amostra tem um número específico correspondente, que é o mesmo número que vai no fardo, no QR Code. Então é realmente uma rastreabilidade fardo a fardo, destacou ele.

A brancura da pluma baiana também saltou aos olhos de Zhang. Na etapa de expedição, os fardos são todos separados de maneira uniforme, o que é muito bom para nós, da indústria têxtil. Mas o que mais me chamou a atenção é o quanto o algodão baiano é branco, comentou.

Júlio Busato, ex-presidente da Abrapa e sócio-proprietário da fazenda Warpol, recebeu de braços abertos a delegação da missão. É um prazer receber na nossa fazenda os gestores da indústria têxtil global para que eles possam ver de perto o profissionalismo dos produtores de algodão da Bahia. É uma honra para nós, afirmou. Na fazenda baiana foi possível conferir o uso da irrigação. Hoje, somente 8% da área plantada brasileira irriga alguma etapa do processo produtivo.

Alexandre Schenkel, presidente da Abrapa, explica que no Brasil a irrigação não é a técnica predominante. Aproveitamos ao máximo a água naturalmente disponível porque nosso foco é a produção responsável e o uso racional dos recursos naturais. Mas quando é necessário, a irrigação entra de forma inteligente, nos talhões onde realmente é necessário, comentou.

A comitiva conheceu também a estrutura onde será a nova sede e o novo laboratório de análise de algodão da Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa). De acordo com o presidente da Abapa, Luiz Carlos Bergamaschi, a capacidade de análise será dobrada a partir de 2025.

Para nós, produtores baianos, é importante receber a Missão Compradores porque nos dá a oportunidade de mostrar a eficiência brasileira na produção, em todos os elos da cadeia produtiva, afirmou Bergamaschi durante a visita. Ele explica que o intercâmbio acaba funcionando também como uma oportunidade para que os cotonicultores recebam feedbacks sobre pontos que ainda podem melhorar no cultivo do algodão.

O sul-coreano Jiwoon Park testemunhou a seriedade do laboratório da Abapa. Muito organizado, segue os parâmetros internacionais e tem alta confiabilidade nas análises de HVI. Para nós, industriais, é muito importante que o algodão chegue com as mesmas características de qualidade que solicitamos, e ver essa credibilidade nas análises aqui nos dá mais confiança, pontuou.

Na quinta (01), a Missão Compradores visitou Goiás e seguiu para Brasília (DF). A comitiva reúne representantes das indústrias têxteis de Bangladesh, China, Coreia do Sul, Estados Unidos, Honduras, India, Paquistão e Turquia. Neste ano, o intercâmbio está em sua oitava edição – a primeira ocorreu em 2015.

As informações partem de assessoria de imprensa.

Autor/Fonte: Sara Lane / Safras News



 

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Autor:Sara Lane/Safras News

Site: Safras & Mercado

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