O Mofo branco, causado pelo fundo Sclerotinia sclerotiorum (Lib.) de Bary, é uma das doenças mais antigas da soja, causadora de potenciais danos à cultura, e que segundo MEYER et. al, (2014) pode causar reduções de produtividade de até 70%. Os autores ainda destacam que a doença apresenta rápida expansão e necessita devido cuidado, visto que a estimativa de áreas infestadas com mofo branco que era 4% no Brasil em 2008, evoluiu para 25,5% em 2013. A doença apresenta uma crescente evolução, fato que nos transmite a necessidade de buscar alternativas para a diminuição de sua incidência, buscando a sustentabilidade da lavoura sem perdas de produtividade.

O Mofo branco pode atacar qualquer parte da planta, porém, o mais comum é sua ocorrência em ramos, inflorescências, hastes e pecíolos. O principal sintoma é a formação de micélios brancos, que se desenvolvem rapidamente tornando-se bem visíveis.

Figura 1. Mofo branco em soja.

Foto: Maurício Meyer – Com fungo Sclerotinia sclerotiorum, que promove o mofo-branco na haste da soja

Um dos fatores que dificultam o manejo da doença é sua elevada persistência, uma vez que a partir de estruturas denominada escleródios, o fungo pode sobreviver por períodos de até 10 anos na ausência de plantas hospedeiras. Quando em condições favoráveis, os escleródios germinam, dando origem a micélios que penetram nas partes inferiores das plantas ou formam apotécios que liberam milhões de oósporos os quais são disseminados principalmente pelo vento, infectando as plantas (BLOG AGRONEGÓCIO EM FOCO).

Figura 2. Escleródios de Mofo branco.

Figura 2. Ciclo de desenvolvimento do mofo branco. Fonte: https://blog.aegro.com.br/mofo-branco/

Das plantas hospedeiras do mofo branco, uma apresenta alta vulnerabilidade à doença, trata-se do nabo-forrageiro. Contudo, apesar do nabo-forrageiro presentar alta susceptibilidade à doença, pode ser utilizado como uma estratégia de manejo para o controle da doença, servindo como planta-armadilha para que ocorra o desenvolvimento do Mofo branco e com isso seu controle na cultura, interrompendo o ciclo de desenvolvimento do fungo.



A respeito do controle químico, MEYER et. al, (2018) avaliando a interferência de diferentes fungicidas no controle do Mofo branco observaram que dentre os tratamentos analisados, no tratamento em que não se utilizou fungicida para o controle da doença (testemunha), houve uma redução da produtividade de 29% com relação ao tratamento que utilizou fungicida e obteve melhor controle da doença.

Com exceção do tiofanato metílico o qual foi utilizado quatro, os demais fungicidas foram utilizados duas vezes, (em R1, e 10 Dias Após Aplicação (DAA)).

O maior controle da doença e a maior redução da produção de escleródios foram observados por MEYER et. al, (2018) quando utilizado dimoxistrobina & boscalida, demonstrando a importância da ferramenta no controle e diminuição da incidência da doença. Os valores obtidos por MEYER et. al, (2018), assim como os tratamentos avaliados podem ser observados na tabela 1.

Tabela 1. Incidência, controle relativo, produtividade da soja, redução de produtividade (Redução Produtiv.), massa de escleródios produzidos e redução da produção de escleródios (Redução M. Esc.) em função dos tratamentos fungicidas utilizados nos ensaios cooperativos de controle de mofo-branco em soja, na safra 2017/18.

Fonte: MEYER et. al, (2018).

Além do controle químico, é fundamental pensar em estratégias que possibilitem a diminuição da incidência da doença, uma delas é a aquisição de sementes legais, certificadas, pois essas passam por um rigoroso controle de qualidade não sendo fonte de sementes infestantes, escleródios e agentes contaminantes. Além disso, é fundamental pensar na rotação de culturas, possibilitando manejos diferenciados que permitam o controle de pragas, doenças e plantas daninhas, além do proporcionado nos cultivos de verãos.



Referências:

BLOG AGRONEGÓCIO EM FOCO. MANEJO DE MOFO BRANCO NA CULTURA DA SOJA. Blog Agronegócio em foco. Disponível em: <http://www.pioneersementes.com.br/blog/119/manejo-de-mofo-branco-na-cultura-da-soja>, acesso em: 16/06/2020.

MEYER, M. C. et. al. EFICIÊNCIA DE FUNGICIDAS PARA O CONTROLE DE MOFO-BRANCO (Sclerotinia sclerotiorum) em soja, na safra 2017/18: Resultados sumarizados dos ensaios cooperativos. Embrapa, Circular Técnica, n. 140, Londrina, jul. 2018.

MEYER, M. C. et. al. ENSAIOS COOPERATIVOS DE CONTROLE QUÍMICO DE MOFO BRANCO NA CULTURA DA SOJA: SAFRAS 2009 A 2012. Embrapa, Documentos, n.345, 2014.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.