As cotações do trigo, em Chicago, recuaram um pouco durante a semana. O fechamento da quinta-feira (13), para o primeiro mês cotado, ficou em US$ 6,67/bushel, contra US$ 6,75 uma semana antes.

O relatório de oferta e demanda do USDA, anunciado no dia 11/04, indicou uma colheita estadunidense de 44,9 milhões de toneladas em 2022/23, porém, aumentou os estoques finais anuais para 16,3 milhões. A safra mundial do cereal está, agora, estimada em 789 milhões de toneladas, enquanto os estoques finais mundiais sofreram recuo de dois milhões de toneladas, se estabelecendo em 265 milhões. A produção da Argentina foi reduzida para 12,6 milhões de toneladas, a do Canadá foi mantida em 33,8 milhões, a da Austrália em 39 milhões, a da Rússia em 92 milhões e a da Ucrânia em 21 milhões de toneladas. Já a do Brasil permaneceu em 10,4 milhões de toneladas, com importações brasileiras em 5,6 milhões. Em tal contexto, o preço médio, aos produtores estadunidenses, no atual ano comercial, foi levemente reduzido para US$ 8,90/bushel, mesmo assim ficando bem acima do que Chicago está cotando no momento.

Dito isso, o trigo de primavera, nos EUA, estava com 1% da área semeada em 09/04, contra a média histórica de 4% no período. O Estado de Washington era o mais avançado na semeadura do cereal, com 11% da área realizada.

Por outro lado, permanecem as condições climáticas ruins para trigo de inverno. No dia 09/04 o mesmo se mantinha com apenas 27% das lavouras entre boas a excelentes, sendo o pior patamar desde 1996.

Em paralelo, os EUA, na semana encerrada em 06/04, embarcaram 335.444 toneladas de trigo, ficando dentro das expectativas do mercado. O total embarcado até o momento, no atual ano comercial, soma 17,6 milhões de toneladas, o que representa 3% a menos do que o embarcado no mesmo período do ano anterior.

E no Brasil, o viés de baixa para os preços do trigo se mantém, especialmente no Paraná. A média gaúcha fechou a semana em R$ 77,94/saco, enquanto as principais praças continuam com R$ 78,00. No Paraná, o saco de trigo fechou a semana entre R$ 80,00 e R$ 81,00.

Esse comportamento está ligado ao fato de que continua havendo baixa liquidez no mercado nacional, com negócios apenas pontuais. Os moinhos estariam abastecidos, diante de uma demanda, por derivados, ainda reduzida.

Vale destacar que, em abril, a média diária exportada de trigo, pelo Brasil, chegou a 21.600 toneladas, contra 7.750 em abril do ano passado. A Anec projeta uma exportação total de trigo, em abril, de 207.566 toneladas. Em março, foram 603.098 toneladas exportadas. Assim, incluindo os quatro primeiros dias úteis de abril, as exportações acumuladas no ano somam 2,15 milhões de toneladas, contra 3,20 milhões em igual período do ano passado. (cf. Agência Safras)

Por sua vez, segundo o Deral, o plantio da nova safra de trigo já iniciou no Paraná, com 1% da área esperada já realizada, em particular nas regiões de Maringá, Cascavel e Ponta Grossa. O Paraná espera um aumento de 13% na área semeada com o cereal neste ano.

Quer saber mais sobre a Ceema/Unijui. Clique na imagem e confira.

Fonte: Informativo CEEMA UNIJUI, do prof. Dr. Argemiro Luís Brum¹

1 – Professor Titular do PPGDR da UNIJUI, doutor em Economia Internacional pela EHESS de Paris-França, coordenador, pesquisador e analista de mercado da CEEMA (FIDENE/UNIJUI).



DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.