O controle de plantas daninhas é fundamental para garantir boas produtividade de uma lavoura, entretanto a complexidade do controle eficientes de certas plantas daninhas exige dos técnicos e produtores uma elevado nível de conhecimento técnico e científico, principalmente se tratando de espécies resistentes a herbicidas.

Na última sexta-feira, dia 26 de junho de 2020, foi transmitida uma palestra ministrada pelo Professor da FAMV/UPF Mauro Antônio Rizzardi, promovida pelo Circuito WEBINAR – Palestras agronômicas do Instituto Federal Rio Grande do Sul (IFRS). A palestra abordou o tema “Novos desafios no manejo de plantas daninhas” onde Mauro apresentou informações consistentes relacionadas as espécies de plantas daninhas mais preocupantes, a resistência dessas plantas aos herbicidas, a adoção e visão do manejo integrado de plantas daninhas e novas estratégias para o manejo eficientes dessas plantas.

Conforme destacado por Rizzardi, algumas espécies como a Buva e o capim-amargoso preocupam produtores agrícolas de várias regiões, algumas delas com diferentes particularidades frente ao comportamento das plantas daninhas mas de maneira geral, todas com enfoque no agravamento de um problema, a resistência de plantas daninhas a herbicidas.

Figura 1. Evolução dos casos de resistência de plantas daninhas em diferentes mecanismos de ação de herbicidas.

Conforme abordado por Mauro, o elevado aumento nos casos de resistência de plantas daninhas a herbicidas demonstra um preocupante cenário no manejo das plantas daninhas, sendo necessário repensar as práticas de manejo executadas até então. Principalmente pelo elevado aumento do número de casos de resistência múltipla a herbicidas, fato que dificulta o controle eficiente dessas espécies resistente.

Figura 2. Evolução do número de espécies com resistência múltipla a herbicidas.

Segundo Mauro, “hoje no Brasil há 16 espécies com resistência múltipla” e práticas básicas como o controle cultural, a rotação de culturas e o período de controle (estádio de desenvolvimento) não tem apresentado grande participação no manejo de plantas daninhas na maioria das propriedades, fazendo dos herbicidas o carro chefe de controle. No entanto, o professor afirma que “o controle de plantas daninhas se faz inclusive com herbicidas e não exclusivamente com herbicidas”, ressaltando práticas como a produção de palhada e rotação de culturas como fontes de contribuição no manejo das plantas daninhas.

Rizzardi destaca que entender a dinâmica de “funcionamento” da planta daninha é essencial para um controle eficiente e chama atenção para os momentos de controle das plantas daninhas, dando ênfase para a o momento pós-colheita da soja, onde as plantas daninhas apresenta rebrote, momento ideal para a realização do controle químico e diminuição da população de daninhas. Plantas daninhas em estádios mais avançados de desenvolvimento apresentam maiores dificuldades de controle, assim como observado por PEREIRA; CARVALHO; MAGRO, (2016) o controle da Buva é mais eficientes nos períodos de rebrote da planta daninha do que em estádios de pré-florescimento. Além disso, SANTOS et. al, (2014) também observaram que o estádio de desenvolvimento afeta significativamente o nível de sensibilidade da Buva aos herbicidas chlorimuron-ethyl e glyphosate e à associação destes.

Figura 3. Controle de buva em diferentes estádios do desenvolvimento.

Sendo assim, é fundamental pensar em estratégias que possibilitem a diminuição da incidência de planta daninhas e contribuição para o banco de sementes do solo, como posicionamento de herbicidas e controle de entrada de sementes de plantas daninhas nas áreas de cultivo, seja pela entrada de animais, máquinas ou mesmo pela aquisição de sementes de qualidade, livres de sementes de plantas daninhas infestantes. Com relação ao manejo de plantas daninhas, Mauro afirma que “em resumo, eu tenho que trabalhar durante o ano todo, não importa a cultura”, com isso o professor demonstra a importância do trabalho contínuo com manejo e controle de plantas daninhas, não só na safra das culturas principais, mas principalmente nos períodos entressafras e nas culturas de cobertura. E deixa um recado quanto ao manejo da resistência das plantas daninhas, de que “Rotacionar mecanismos de ação dentro do sistema, é importante para diminuir a velocidade de seleção de biótipos resistentes”.

Confira abaixo a Palestra completa ou clica aqui!

https://www.youtube.com/watch?v=ws1EYeFehrk&feature=youtu.be


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Referências:

PEREIRA, L. V; CARVALHO, L. B; MAGRO, T. D. CONTROLE QUÍMICO DE BUVA RESISTENTE A GLYPHOSATE É MAIS EFICAZ NO PRÉ-FLORESCIMENTO OU NO REBROTE? Revista de Ciências Agroveterinárias, Lages, v. 15, n.3, p. 277-280, 2016.

SANTOS, F. M. et. al. ESTÁDIO DE DESENVOLVIMENTO E SUPERFÍCIE FOLIAR REDUZEM A EFICIÊNCIA DE CHLORIMURON-ETHYL E GLYPHOSATE EM Conyza sumatrensis. Planta Daninha, Viçosa-MG, v. 32, n. 2, p. 361-375, 2014.

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