A nutrição é um dos principais fatores responsáveis por limitar a produtividade da soja. O déficit nutricional, seja de um macronutriente ou de um micronutriente pode afetar o crescimento e desenvolvimento vegetal, limitando a produtividade ao ponto da disponibilidade do nutriente em déficit. Conforme estabelecido pela Lei de Liebig ou Lei do Mínimo como é popularmente conhecida, “o rendimento de uma safra é limitado pelo elemento cuja concentração é inferior a um valor mínimo, abaixo do qual as sínteses não podem mais fazer-se”.
Logo, além de suprir a demanda nutricional da cultura, é necessário garantir a disponibilidade dos nutrientes para a planta. Além das exigências da cultivar, a quantidade de nutrientes a serem fornecidos à soja pode variar em função do tipo de solo e expectativas de produtividade. De modo geral, Nitrogênio (N), Potássio (K) e Fósforo (P), são respectivamente os nutrientes mais requeridos pela cultura da soja.
Tabela 1. Estimativas de extração e exportação totais de macronutrientes (kg ha-1) e micronutrientes (g ha-1), em função da produtividade esperada.

Cabe destacar que a absorção de nutrientes pela cultura da soja varia em função do acúmulo de matéria seca na planta, logo, difere dependendo do estádio de desenvolvimento em que a planta se encontra. Entretanto, para um bom manejo nutricional, não basta apenas o adequado aporte nutricional, é necessário garantir a disponibilidade dos nutrientes para a planta.
Um dos principais fatores relacionados a disponibilidade de nutrientes do solo para a planta é o seu pH. Solos com pH inadequado tendem a apresentar baixa disponibilidade de nutrientes para as plantas, restringindo a absorção de dado nutrientes e por consequência, limitando a produtividade da soja. De modo geral, para a cultura da soja, aconselha-se trabalhar com pH do solo variando entre 6 a 6,5.
Figura 1. Disponibilidade de nutrientes no solo em função do pH.

Além de limitar a produtividade da soja, estudos desenvolvidos pela Embrapa demonstram que o pH do solo influi na eficiência dos adubos. Dependendo da condição de pH e do adubo, reduções de até 80% na eficiência do insumo podem ser observadas, como para o nitrogênio no pH 4,5 (figura 2).
Figura 2. Calagem X Eficiência dos adubos.
Dessa forma, pode-se notar que investir na correção da acidez do solo, não é só uma questão de melhorar a disponibilidade dos nutrientes para a planta, mas também, uma forma de evitar desperdícios de fertilizantes, garantindo a boa eficiência do uso deles. Além de não fornecer a quantidade real necessária para a planta, a baixa eficiência dos fertilizantes pode resultar em aumento dos custos de produção com futuras adubações para corrigir os níveis nutricionais, logo, indiretamente, a calagem pode impactar tanto a produtividade quanto a lucratividade das culturas agrícolas.
Veja mais: Qual o intervalo entre calagem e semeadura?
Referências:
GITTI, D. C.; ROSCOE, R.; RIZZATO, L. A. MANEJO E FERTILIDADE DO SOLO PARA A CULTURA DA SOJA. Fundação MS, Tecnologia e Produção: Soja 201/2019, 2019. Disponível em: < https://www.fundacaoms.org.br/wp-content/uploads/2021/02/Tecnologia-e-Producao-Soja-Safra-20182019.pdf >, acesso em: 15/08/2022.
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