Em meio a tantas adversidades climáticas e ambientais, a situação de uma das mais agressivas e devastadoras doenças fungicidas vem preocupando agricultores Gaúchos. Trata-se da ferrugem-asiática-da-soja (Phakopsora pachyrhizi), doença essa cujos danos podem causar reduções de produtividade de até 90% na cultura da soja em casos mais severos (Godoy et al., 2020).
Quando mais cedo a doença incide sobre a soja, maiores são seus danos, sendo assim, o Comitê de Ação a Resistência a Fungicidas (FRAC-BR) recomenda que todo o programa de controle da ferrugem-asiática-da-soja deva ser realizado de forma preventiva a ocorrência da doença.
No entanto, a pesquisadora da CCGL Caroline Wesp Guterres chama atenção para o aumento da ocorrência de casos de ferrugem no Estado do Rio Grande do Sul, fato que preocupa com relação ao manejo da doença, uma vez que observada a ocorrência da ferrugem, o manejo preventivo já não desempenha controle tão eficiente.
Sendo assim, Caroline destaca que novas medidas de manejo devem ser tomadas a fim de minimizar os danos ocasionados pela doença nessas áreas já afetadas, sendo uma delas o uso de fungicidas registrados para a cultura e que desempenhem controle efetivo da doença, assim como o uso de fungicidas com ação curativa, a exemplo dos Triazóis e Morfolinas.
Figura 1. Efeito de diferentes grupos químicos no desenvolvimento da ferrugem-asiática-da-soja.

A pesquisado enfatiza que além do uso de fungicidas curativos, deve-se priorizar o uso de produtos multissítios, auxiliando também no manejo da resistência da ferrugem a fungicidas. Além disso, Guterres explica que em virtude das condições climáticas adversas (elevado período de chuvas), algumas lavouras tiveram o aumento do intervalo entre aplicações de fungicidas, fato que aliado a temperaturas amenas e elevado tempo de molhamento foliar (água disponível na folha), favoreceu o desenvolvimento da ferrugem.
Com o avanço do ciclo de desenvolvimento da soja, Caroline explica que se tem a redução do efeito residual dos produtos aplicados nesse período em virtude da maior dificuldade de absorção pelas folhas mais velhas, sendo assim, visando um melhor controle não só da ferrugem mas também de outras doenças fungicas deve-se reduzir o intervalo entre aplicações, sendo ideal, períodos não superiores a 10 ou 12 dias.
Dessa forma, fica um alerta quanto a ocorrência da ferrugem-asiática na cultura da soja no Estado do Rio Grande do Sul, sendo essencial para minimizar seus danos, monitorar as lavouras e manejá-las de forma adequada, seguindo as orientações da pesquisadora Caroline Wesp Guterres.
Veja também: Eficiência de fungicidas multissítios no controle da ferrugem-asiática da soja, Phakopsora pachyrhizi, na safra 2019/2020: resultados sumarizados dos experimentos cooperativos
Confira o vídeo abaixo com as contribuições da pesquisadora da CCGL Caroline Wesp Guterres.
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Referências:
FRAC-BR. NOVAS RECOMENDAÇÕES PARA O MANEJO DA FERRUGEM ASIÁTICA DA SOJA. Comitê de Ação a Resistência a Fungicidas. Disponível em: < https://www.frac-br.org/soja >, acesso em: 18/02/2021.
GODOY, C. V. et al. EFICIÊNCIA DE FUNGICIDAS PARA O CONTROLE DA FERRUGEM-ASIÁTICA DA SOJA, Phakopsora pachyrhizi, NA SAFRA 2019/2020: RESULTADOS SUMARIZADOS DOS ENSAIOS COOPERATIVOS. Embrapa, Circular Técnica, n. 160, 2020. Disponível em: < https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/215288/1/CT-160-OL.pdf >, acesso em: 18/02/2021.
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