Assim como a escolha da cultivar, o posicionamento dela é essencial para a obtenção de boas produtividades de soja. Contudo, além desses fatores, da utilização de sementes de qualidade e do adequado manejo nutricional, é fundamental atentar para o período inicial do desenvolvimento da soja.

Ainda que a soja apresente plasticidade conhecida, a drástica redução do estande de plantas pode resultar em redução significativa da produtividade da cultura, por afetar diretamente um dos componentes de rendimento da soja, o número de plantas por metro quadrado (Zanon et al., 2018). Dentre os principais fatores responsáveis pela redução do estande de plantas de soja podemos destacar as pragas iniciais que acometem a cultura.

As principais pragas iniciais são: lagarta elasmo, coró, piolho de cobra, caramujo, lesmas, grilos, gafanhotos, tamanduá e vaquinha (Embrapa, 2009). Algumas dessas pragas podem ser controladas eficientemente com o tratamento de sementes da soja com inseticidas, contudo, em algumas situações, o controle químico com o emprego de inseticidas via pulverização pode se tornar necessário para evitar maiores perdas produtivas.



Conforme destacado por Zanon et al. (2018), o subperíodo da semeadura a emergência da soja é um momento determinante para definir o potencial produtivo, especialmente se tratando da obtenção de altas produtividades, pois irá determinar o estabelecimento inicial e a distribuição de plantas na lavoura. Com isso em vista, deve-se preconizar o bom manejo e da lavoura nesse período.

Conforme observado por Barbosa et al. (2012), avaliando o impacto de diferentes níveis de injúrias sobre a produtividade de cultivares de soja de hábito de crescimento determinado e indeterminado, estatisticamente, apenas as injurias mais drásticas, como a remoção de dois cotilédones e duas folhas unifolioladas, e o corte da planta abaixo das folhas unifolioladas reduziram a produtividade da soja.

Tabela 1. Produtividade média (±EP) das plantas de soja (corrigida a 13% de umidade) de hábito de crescimento determinado e indeterminado após diferentes intensidades de injúria (Barbosa et al., 2012).

Fonte: Barbosa et al. (2012)

Ainda que estatisticamente os autores não tenham observado diferenças produtivas da soja em função dos níveis mais leves de injuria, os resultados apresentados na tabela 1 demonstram haver redução de produtividade da soja de quase 10% (±401,22 kg) em função da perda de um cotilédone, em comparação a testemunha (sem injurias), destacando assim, a importante contribuição dessa estrutura vegetal para o bom desenvolvimento e produtividade da cultura. Com relação ao habito de crescimento da soja, os autores não observaram diferenças estatísticas de produtividade.


Veja mais: Lagartas da soja – nível de controle vs. capacidade de desfolha


Dessa forma, fica evidente a importância de proporcionar proteção a planta de soja nos estádios iniciais do seu desenvolvimento, visando a manutenção do potencial produtivo da cultura a e redução de possíveis perdas produtivas em função dos danos ocasionados nas estruturas vegetativas.

Referências:

BARBOSA, G. C. et al. IMPACTO DE DIFERENTES NÍVEIS DE INJÚRIAS SOBRE A PRODUTIVIDADE DE CULTIVARES DE SOJA DE HÁBITO DE CRESCIMENTO DETERMINADO E INDETERMINADO. VII Jornada Acadêmica da Embrapa Soja, 2012. Disponível em:  <https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/67783/1/ID-33358.pdf> acesso em: 23/11/2021.

EMBRAPA. PRAGAS INICIAIS DA SOJA: CONTROLE DEVE COMEÇAR ANTES DA SEMEADURA. Embrapa, Notícias, 2009. Disponível em: < https://www.embrapa.br/busca-de-noticias/-/noticia/18058569/pragas-iniciais-da-soja-controle-deve-comecar-antes-da-semeadura– >, acesso em: 23/11/2021.

ZANON, A. J. et al. ECOFISIOLOGIA DA SOJA: VISANDO ALTAS PRODUTIVIDADES. Santa Maria, ed. 1, 2018.

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