O plantio de soja no Brasil havia avançado até esta sexta-feira para 9,5% da área estimada para a safra 2019/20, registrando atraso de cerca de três pontos percentuais ante a média histórica para o período, após um início mais lento dos trabalhos pelo clima seco, informou nesta sextafeira a consultoria Arc Mercosul.

Com o clima adverso registrado nas principais áreas produtoras este ano, o ritmo também tem forte atraso ante a mesma época da safra anterior, quando 21,1% da soja do maior exportador global estava plantada, informou a consultoria. O plantio também está mais lento que o registrado em 11 de outubro de 2017, quando produtores haviam semeado 11,6% da safra.

“A soja brasileira vai ‘bem’ sendo plantada até o fim de novembro, principalmente no centro do Brasil”, disse o diretor da Arc Mercosul, Matheus Pereira, ao comentar que o atraso não é um problema para safra da oleaginosa, mas pode ser um fator negativo para a segunda safra (de milho). Até a semana passada, o Brasil havia semeado 4,4% da área, disse Pereira, acrescentando que o plantio só não evoluiu mais esta semana por “excessos de chuvas no Sul do Brasil e o atraso da chegada das mesmas para o centro do país”.

Segundo o especialista, o problema do atraso no plantio de soja “continua sendo o estreitamento da janela de plantio da safrinha 2019, principalmente para o milho”, semeado após a colheita da oleaginosa. “A cada dia que se perde de inatividade em campo durante outubro é um dia que se perde na janela do plantio do milho, lá em fevereiro/março de 2020.” Quanto mais tarde se plantar a segunda safra, maior a chance de tempo adverso durante o período de desenvolvimento.

Para a próxima semana, a maioria das áreas deverá receber chuvas, especialmente o Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. O oeste do Paraná, Estado onde o plantio está atrasado, deverá receber mais de 90 mm, enquanto o noroeste, 64 mm. O Norte Pioneiro deverá ter menos 38 mm, segundo dados meteorológicos publicados no terminal Eikon, da Refinitiv.

Essa variação de volumes também é esperada para o Mato Grosso do Sul. Já Goiás, Tocantins e nordeste de Mato Grosso terão menos chuvas, em volumes de até 5 mm ao longo da semana. O norte e sul de Mato Grosso verão mais chuvas, de 20 mm a pouco mais de 40 mm, o longo da semana. Com essas chuvas, as precipitações acumuladas no período deverão ficar acima do normal ao sul do país e abaixo da média na maior parte do Centro-Oeste.(Reuters).

Fonte: T&F Agroeconômica


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