O anúncio foi feito durante a passagem da Caravana Embrapa FertBrasil por Campos dos Goytacazes , na região norte Fluminense, na última quarta-feira, 22. Segundo o coordenador da Secretaria Especial de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, pesquisador Jose Carlos Polidoro, cientistas da Embrapa e representantes do poder público estudam a viabilidade técnica da criação de uma fábrica de fertilizantes em Macaé, no norte fluminense. “Macaé produz 60 por cento do gás natural do país, e esta é a principal matéria prima de fertilizantes nitrogenados”, disse Polidoro.
O pesquisador, que é um dos idealizadores da Caravana FertBrasil, acredita que esta possa ser a virada para que o Rio de Janeiro avance na exploração de seu potencial agroindustrial. Atualmente, todo fertilizante aplicado nas lavouras fluminenses é importado, seja de fora do país ou mesmo de outros estados, o que torna a produção mais onerosa. De acordo com Polidoro, o projeto da fábrica envolve a Embrapa, a prefeitura de Macaé, os Governos do Estado e Federal, além da iniciativa privada.
Com um grande porto na região norte e diversas vias rodoviárias federais que facilitam o transporte, o estado do Rio de Janeiro tem, segundo o pesquisador, uma infraestrutura que facilita a criação da fábrica. “O Rio de Janeiro paga muito caro pelo fertilizante porque é o único estado que não tem nenhuma fábrica do insumo em seu território”, complementou o pesquisador da Embrapa.
O pesquisador Jerri Zilli, da Embrapa Agrobiologia, faz parte do grupo que estuda a viabilidade da fábrica. Ele explica que “a contribuição da Embrapa é técnica, no sentido de mostrar os resultados que a pesquisa teve nesses últimos anos na região norte fluminense com a cultura de grãos”, que muito se beneficiaria desta indústria. Os pesquisadores afirmam que é viável plantar soja e milho com retorno econômico, mas para isso os produtores precisam contar com o engajamento do poder público.
Caravana atrai pecuaristas e novos produtores de soja em Campos
Atraídos pela oferta de conhecimento, agricultores, pecuaristas, técnicos e estudantes lotaram o auditório do Sindicato dos Produtores Rurais do município. Um dos mais entusiasmados era Ronaldo Bartholomeu dos Santos Junior, presidente do sindicato. “Nossa expectativa é que tragam novidades, tecnologias que possamos aplicar no campo”, disse o presidente.
O produtor de gado leiteiro Jorge Crespo acredita que será possível aplicar muito do que foi apresentado pelos pesquisadores da Caravana. Eu vim aqui aprender e acredito que isso tudo só venha somar com o que a gente já faz na propriedade. Vamos ver o que é viável e colocar em prática”, disse Crespo.
Para a pesquisadora Cláudia Jantália, chefe de Pesquisa da Embrapa Agrobiologia, o fundamental desta etapa da Caravana foi levar informações atualizadas para a região. “Trazer informações sobre técnicas adequadas a este tipo de solo e clima é muito importante para que o produtor consiga utilizar esse insumo, que é tão caro, de forma mais eficiente e assim alcance a sua sustentabilidade econômica”, disse a pesquisadora que nos últimos anos vem atuando na região com estudos sobre a viabilidade da cultura de grãos.
A Caravana Embrapa FertBrasil iniciou o seu percurso no ano passado e já percorreu *50 localidades no país. Segundo os coordenadores, ela deve proporcionar uma economia de aproximadamente 1 bilhão de dólares que deixarão de ser gastos. O projeto é uma das ações do Plano Nacional de Fertilizantes e visa atender a demanda da crise que se instalou em todo o país no início na pandemia e se agravou com a guerra entre Rússia e Ucrânia.
Em Campos dos Goytacazes, a Caravana teve o apoio do Sindicato dos Produtores Rurais, da Pesagro-Rio, Emater-Rio, UFRRJ, Secretaria Municipal de Agricultura de Campos e Secretaria Estadual de Agricultura.
Autor: Ana Lucia Ferreira – Embrapa Agrobiologia
Fonte: Assessoria de Imprensa Embrapa Agrobiologia