Em fevereiro de 2025, os maiores acumulados de chuva ocorreram na parte Central e Oeste do país, com volumes que ultrapassaram 150 mm, contribuindo para a manutenção da umidade do solo nessas áreas. Já na parte leste, que abrange as Regiões Nordeste e Sudeste, menores acumulados de chuvas foram observados, reduzindo os níveis de umidade do solo.
Em grande parte da Região Norte, os volumes de chuva foram superiores a 200 mm, principalmente no Acre, Rondônia, sul do Amazonas, centro e nordeste do Pará, onde os volumes ultrapassaram os 400 mm. Tais condições mantiveram a umidade do solo bastante elevada, beneficiando as lavouras de soja mais tardias, porém dificulta a colheita e reduz a qualidade dos grãos. Somente no norte de Roraima, os volumes de chuva foram abaixo de 120 mm, não sendo suficientes para elevar os níveis de umidade no solo, que permanecem baixos.
Na Região Nordeste, diversas áreas do interior tiveram acumulados de chuva abaixo da média, reduzindo os níveis de umidade do solo, principalmente na divisa entre a Bahia, Sergipe, Alagoas e Pernambuco. Volumes mais significativos ocorreram no Maranhão, norte do Piauí, noroeste do Ceará, além do nordeste do Rio Grande do Norte e leste da Paraíba. Nestas áreas o armazenamento hídrico segue satisfatório.
Na Região Centro-Oeste, os volumes de chuva acima de 150 mm têm contribuído para a elevação dos níveis de umidade no solo. No noroeste do Mato Grosso, as chuvas ultrapassaram os 400 mm, mas não reduziram significativamente o ritmo de colheita e a qualidade dos grãos. No Distrito Federal e centro-sul do Mato Grosso do Sul, os volumes de chuva foram mais baixos, porém foram suficientes para manter os níveis de umidade do solo ainda elevados. De modo geral, o cenário continua sendo favorável para o desenvolvimento dos cultivos de primeira safra que estão em enchimento de grãos.
Na Região Sudeste, foram observados acumulados de chuva acima de 150 mm em grande parte de São Paulo e sul de Minas Gerais, mantendo os níveis de umidade no solo suficientes para os cultivos de primeira safra, em enchimento de grãos, e os de segunda safra, em desenvolvimento. Chuvas inferiores a 50 mm foram observadas no norte de Minas Gerais, sul do Espírito Santo e norte do Rio de Janeiro, reduzindo o armazenamento hídrico do solo nestas áreas. Tal condição favorece a colheita dos cultivos de primeira safra.
Na Região Sul, os volumes de chuva foram superiores a 200 mm somente no leste de Santa Catarina e Paraná. Nas demais áreas, os volumes de chuva foram mais baixos, principalmente na parte oeste de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, reduzindo o armazenamento hídrico no solo, acarretando restrição hídrica para a cultura da soja, que se encontra majoritariamente na fase de enchimento de grãos.
Em fevereiro, as temperaturas máximas foram superiores a 30 °C em praticamente todo o país. Destaque para valores superiores a 34 °C no oeste do Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul, leste da Região Sudeste e interior nordestino. Uma onda de calor atuou entre os dias 2 e 12 de fevereiro sobre o Rio Grande do Sul, com temperaturas máximas superiores a 40 °C em algumas localidades. Quanto às temperaturas mínimas, os valores foram acima de 18 °C em todo o Brasil, principalmente no norte das Regiões Norte e Nordeste, com valores acima de 24 °C.Sul e sul do Mato Grosso, com valores acima de 24 °C.
CONDIÇÕES OCEÂNICAS RECENTES E TENDÊNCIA
Na figura abaixo é mostrada a anomalia de Temperatura da Superfície do Mar (TSM) entre os dias 16 e 28 de fevereiro de 2025. Foram observados valores entre -0,5 °C e -2 °C na faixa entre 140 °W e a linha de data, mostrando a presença de águas mais frias que o normal em uma região menor em relação a janeiro de 2025. Após ser declarado o início do fenômeno La Niña em janeiro de 2025, as anomalias médias de TSM têm apresentado um enfraquecimento, com valores acima de -0,5 °C na área do Niño 3.4 (área entre 170 °W e 120 °W) durante este início de março de 2025.
A análise do modelo de previsão do ENOS (El Niño – Oscilação Sul), realizada pelo Instituto Internacional de Pesquisa em Clima (IRI), aponta para uma transição do fenômeno La Niña para neutralidade durante o trimestre março, abril e maio, com probabilidade de 66%.
PROGNÓSTICO C LIMÁTICO PARA O B RASI L – PERÍODO MARÇO, AB R I L E MAIO DE 2025
As previsões climáticas para os próximos três meses, segundo o modelo do Inmet, são mostradas na figura abaixo. O modelo indica chuvas próximas e ligeiramente acima da média nas Regiões Nordeste e Centro-Oeste, além da Região Sul, mantendo a disponibilidade hídrica nestas áreas, principalmente em março. Chuvas abaixo da média deverão ocorrer com maior probabilidade em grande parte das Regiões Norte e Sudeste.
Analisando separadamente cada região do país, tem-se que para a Região Norte, a previsão é de redução das chuvas durante o trimestre, com volumes abaixo da média, principalmente no Acre, sul do Pará, do Amazonas, de Rondônia e de Roraima. Porém, com as chuvas ocorridas nos últimos meses, o armazenamento de água no solo ainda se manterá elevado em março e abril, com maior probabilidade de redução em maio.
Na Região Nordeste, há previsão de chuvas próximas e ligeiramente acima da média, não sendo suficientes para elevar os níveis de umidade do solo em áreas do interior da região, que vem sofrendo com a falta de chuvas nos últimos meses. Áreas pontuais do Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte e Bahia, poderão ter chuvas abaixo da média.
Para as Regiões Centro-Oeste e Sudeste, o modelo do Inmet indica chuvas mal distribuídas espacialmente, com previsão de chuvas próximas e ligeiramente acima da média em áreas do Mato Grosso, leste do Mato Grosso do Sul, noroeste de Goiás, norte de Minas Gerais e Espírito Santo. No restante, são previstas chuvas abaixo da média, principalmente em abril, que corresponde a um mês de transição entre o período chuvoso e seco destas regiões. Dessa forma, existe uma tendência de redução das chuvas à medida que se aproxima do outono e, consequentemente, uma diminuição dos níveis de umidade do solo no final do trimestre.
Em grande parte da Região Sul são previstas chuvas acima da média, podendo elevar os níveis de umidade do solo em algumas áreas que se encontram com baixos valores. Entretanto, no centro-oeste de Santa Catarina, extremo-sul do Paraná, as chuvas poderão permanecer abaixo da média.
Em relação à temperatura média do ar, o modelo continua indicando que durante todo o trimestre as temperaturas permanecerão acima da média climatológica no Centro-Sul do país, especialmente em áreas do Centro e Norte do Brasil, com valores médios podem ultrapassar os 25 °C. Destaque para as Regiões Norte e Nordeste, onde as temperaturas poderão ficar acima de 27 °C. Já em áreas da Região Sul e da Região Sudeste, as temperaturas podem ser mais amenas, com valores menores que 22 °C. Temperaturas inferiores a 15 °C poderão ocorrer a partir de maio de 2025, devido à entrada das primeiras incursões de massas de ar frio.
Mais detalhes sobre prognóstico e monitoramento climático podem ser vistos na opção CLIMA do menu principal do site do Inmet (https://portal. inmet.gov.br).
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Fonte: Conab