Qual o efeito do furacão IDA sobre os preços da soja no Brasil?

Pesquisa da Bloomberg registra possibilidade de elevação dos estoques finais nos EUA

Uma pesquisa realizada pela Bloomberg nesta semana junto a 19 das maiores empresas de análise que atuam na Bolsa de Chicago revelou que a média das opiniões dos analistas é de aumento dos estoques finais de soja e milho e de redução nos estoques de trigo, no relatório a ser divulgado pelo USDA neste mês de setembro.

Isto significa que a média do mercado acredita em aumento da oferta e provável redução de preços a médio e longo prazos, confirmando o que vemos dizendo neste espaço há algumas semanas e em vídeo gravado para o Canal Rural desta sexta-feira. Por outro lado, uma consultoria privada aumentou sua estimativa de rendimento mensal de soja em 8 décimos, para 50,8 bpa (3.416,35 kg/hectare).

O USDA informou que a quantidade de área de soja sob algum nível de seca caiu para 28% na quinta-feira, ante 32% da área na semana passada. A média atualizada de 7 dias da NOAA mostra que a próxima semana retornará à seca para as Planícies do Norte Wisconsin. Nebraska poderá ter de 25,4 mm de chuva e no leste de Iowa até 38,1 mm de precipitação. A maior parte da chuva permanecerá no sul de Kansas através do sul de Illinois e até West Virgínia, importantes estados produtores.

ANÁLISE: Qual o efeito do furacão IDA sobre os preços da soja no Brasil?

A ocorrência do furacão IDA teve dois efeitos principais, para o setor de soja:

1. Causou enormes estragos no porto de Nova Orleans, principal ponto de embarque de soja, milho e trigo dos Estados Unidos, obrigando os navios que levariam soja e milho a serem realocados para o Brasil. Com isto, os prêmios no Brasil subiram;
2. Por outro lado, o furacão trouxe grande umidade sobre as lavouras de soja dos EUA, que estavam sob ameaça de seca e melhorando as perspectivas de rendimento e de produção, fazendo as cotações da Bolsa de Chicago caírem, como mostra o gráfico oficial ao lado.

Resultado: Com isto, uma coisa está compensando a outra e os preços não deverão subir significativamente nos próximos dias, pelo menos não devido a estes fatores.

Fonte: T&F Agroeconômica