Algumas plantas daninhas a exemplo do caruru (Amaranthus sp) e buva (Conyza sp) apresentam elevada habilidade competitiva a características como rápido crescimento e desenvolvimento, além da resistência a determinados herbicidas, o que dificulta o manejo e controle dessas espécies em pós-emergência da soja.
Embora estratégias como a rotação e culturas, o uso de sementes certificadas (livre de outras sementes) e a boa cobertura do solo, com abundante palhada residual contribuem efetivamente para o manejo e controle de plantas daninhas na cultura da soja, o estabelecimento da lavoura “no limpo” é uma das principais estratégias de manejo visando reduzir a interferência das plantas daninhas em soja.
Para tanto, é necessário realizar a dessecação da área em pré-semeadura da soja. Além de controlar as plantas daninhas antes do estabelecimento da cultura, essa prática possibilita o emprego de herbicidas não seletivos, de diferentes mecanismos de ação, contribuindo para o controle de plantas daninhas com resistência a herbicidas.
Dentre os principais e mais utilizados herbicidas com esse intuito, destacam-se o glifosato (herbicida inibidor da enzima enol-piruvil-shiquimato-fosfato sintase) e o 2,4-D (herbicida mimetizador de auxinas) utilizados de forma isolada ou associada a outros herbicidas como o clorimurom-etílico (herbicida inibidor da enzima acetolactato sintase).
Contudo, para que não hajam efeitos indesejados na cultura da soja, especialmente quando utilizado o herbicidas 2,4-D, o intervalo entre a aplicação do herbicida e a semeadura da soja deve ser respeitado. Devido a possibilidade em provocar danos à soja, o herbicidas 2,4-D não deve ser aplicado em intervalo de tempo inferior a 10 dias antes da semeadura (Martin, 2022).
Da mesma forma, existem recomendações de intervalo entre a aplicação dos demais herbicidas citados anteriormente e a semeadura da soja, visando reduzir os danos à cultura e estabelecimento das plântulas. Além disso, é importante destacar que não é recomendado o uso do 2,4-D próximo a culturas sensíveis, como frutíferas e hortaliças em virtude dos riscos de deriva e elevado potencial desse herbicida em causar danos a essas culturas.
Sobretudo, quando realizada de forma adequada, a dessecação em pré-semeadura da soja, possibilita um bom controle de plantas daninhas para a maioria das espécies, especialmente quando utilizadas associações entre herbicidas, possibilitando o estabelecimento da cultura “no limpo” e reduzindo a matocompetição inicial das plantas daninhas com a cultura da soja.
Cabe destacar que alguns herbicidas podem apresentar interação com tipo de solo e teor de argila, assim como cobertura vegetal. Logo, é essencial atentar para as recomendações da bula, estabelecidas pelo fabricante, bem como dosagens recomendadas para cada herbicidas. Confira abaixo a época de aplicação recomendada para os principais herbicidas utilizados para a dessecação em pré-semeadura da soja no sistema plantio direto.
Tabela 1. Épocas de aplicação de herbicidas não seletivos usados em pré-semeadura para dessecação de plantas daninhas no sistema de semeadura direta na cultura de soja.
Referências:
MARTIN, T. N. INDICAÇÕES TÉCNICAS PARA A CULTURA DA SOJA NO RIO GRANDE DO SUL E EM SNATA CATARINA, SAFRAS 2022/2023 E 2023/2024. Editora GR, Santa Maria, 2022. Disponível em: < https://drive.google.com/file/d/1lKQ3TVyZpKwIuWd9VbFHAyhDRKn0itT0/view >, acesso em: 13/01/2023.
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