Após a melhora no ritmo dos negócios na semana passada, o mercado brasileiro de soja deve ter um início de segunda mais lento e com preços sob pressão. A queda nos contratos futuros em Chicago traz cautela de novo aos operadores. Os prêmios seguem sob pressão e o dólar sobe na comparação com o real.

O mercado teve um dia mais movimentado na sexta, com cerca de 300 mil toneladas trocando de mãos. Os preços subiram nas principais praças do país, acompanhando o desempenho dos contratos futuros em Chicago.

Em Passo Fundo (RS), a saca de 60 quilos subiu de R$ 184,00 para R$ 185,00. Na região das Missões, a cotação avançou de R$ 183,00 para R$ 184,00. No Porto de Rio Grande, o preço aumentou de R$ 188,00 para R$ 190,00.

Em Cascavel, no Paraná, o preço passou de R$ 178,00 para R$ 179,50 a saca. No porto de Paranaguá (PR), a saca avançou de R$ 184,00 para R$ 186,50.

Em Rondonópolis (MT), a saca subiu de R$ 169,00 para R$ 171,00. Em Dourados (MS), a cotação passou de R$ 176,00 para R$ 179,00. Em Rio Verde (GO), a saca aumentou de R$ 165,00 para R$ 168,00.

Chicago 

Os contratos com vencimento em maio registram baixa de 0,57% a US$ 16,79 por bushel. O mercado realiza parte dos lucros acumulados na semana passada, quando avançou cerca de 7%.

USDA 

O relatório de abril do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) projetou safra mundial de soja em 2021/22 de 350,72 milhões de toneladas, contra 353,8 milhões em março. Os estoques finais estão estimados em 89,58 milhões de toneladas. O mercado esperava por estoques finais de 88,4 milhões de toneladas. Em março, o USDA indicou estoques de 89,96 milhões de toneladas.

A projeção do USDA aposta em safra americana de 120,71 milhões de toneladas, mantendo a previsão anterior. Para o Brasil, a previsão foi cortada de 127 milhões para 125 milhões de toneladas. A safra da Argentina está estimada em 43,5 milhões de toneladas, sem alterações em relação ao relatório anterior. O mercado esperava por produções de 125 milhões e 42,3 milhões, respectivamente.

As importações chinesas foram cortadas de 94 milhões para 91 milhões de toneladas. O relatório indicou que a safra norte americana de soja deverá ficar em 4,435 bilhões de bushels em 2021/22, o equivalente a 120,71 milhões de toneladas. O número é o mesmo da estimativa anterior. A produtividade foi mantida em 51,4 bushels por acre.

Os estoques finais estão projetados em 260 milhões de bushels ou 7,07 milhões de toneladas. O mercado apostava em carryover de 254 milhões de bushels. No relatório anterior, a previsão era de 285 milhões de bushels, ou 7,77 milhões de toneladas.

O USDA indicou esmagamento em 2,215 bilhões de bushels e exportação de 2,115 bilhões. No mês anterior, as estimativas eram de 2,215 bilhões e 2,090 bilhões respectivamente.

Prêmios 

Os prêmios de exportação da soja estavam em 100 a 150 pontos acima de Chicago no final da sexta no Porto de Paranaguá, para abril. Para maio, o prêmio era de 127 a 143 acima. Para junho, o prêmio estava em 155 a 161 pontos acima, conforme dados de SAFRAS & Mercado.

Os preços FOB subiram na última semana no Brasil, acompanhando os ganhos na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT). Como consequência, as cotações domésticas melhoraram, acelerando a comercialização. Com o aumento da oferta, os prêmios recuaram nos portos brasileiros.

Câmbio 

O dólar comercial registra alta de 0,38% a R$ 4,731. O Dollar Index registra alta de 0,07% a 99,87 pontos.

Indicadores financeiros 

  • As principais bolsas da Ásia encerraram fracas. Xangai, -2,61%. Tóquio, -0,61%.
  • As principais bolsas na Europa registram índices mistos. Londres, -0,56%; Paris, +0,32% e Frankfurt, -0,67%.
  • O petróleo opera em baixa. Maio do WTI em NY: US$ 93,62 o barril (-4,66%).

Fonte: Agência SAFRAS

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