Apesar do predomínio do tempo seco no Estado, a presença de chuvas em algumas regiões ajudou na retomada das atividades de plantio, que já atinge 47% no RS, além de contribuir para o desenvolvimento da cultura.

O plantio na regional da Emater/RS-Ascar de Ijuí avançou somente nas áreas onde houve precipitação (15 e 16/11). Nas lavouras semeadas no início de novembro, o estande é regular, com plantas emergidas em diferentes períodos, conforme a ocorrência das precipitações.

Nos locais onde há trânsito de máquinas, baixa cobertura de palha e nos quais o solo se encontra mais compactado, é baixa a densidade de plantas. As plantas emergidas apresentam baixo número de trifólios, as folhas são pequenas, e a haste principal é fina e alongada. Até o momento não há necessidade de replantio em função de a morte de plantas nos estádios iniciais ser pequena.

Nas lavouras semeadas durante a semana, já há germinação. Em geral, houve aumento do ataque de tripes nas lavouras emergidas e diminuição da germinação de plantas invasoras e/ou culturas antecessoras. Na de Frederico Westphalen, as condições de baixa umidade no solo e sem previsão de chuvas significativas no período fizeram com que os agricultores não avançassem na semeadura.

Já há atraso em relação aos anos anteriores. Nas áreas implantadas no final de outubro, são observados o ataque de pragas como tripes e ácaros, bem como problemas de emergência e morte de plantas, comprometendo o estande das lavouras e implicando na
necessidade de replantio.

Na de Porto Alegre, a semeadura avançou para 45% da área prevista de 144 mil hectares. A falta de precipitação, temperaturas diurnas em elevação, baixa umidade do ar e presença de ventos afetam diretamente as plantas, pois provocam a diminuição de umidade do solo. Tal cenário preocupa, pois caso persista, tende a gerar perdas durante o ciclo.

Na regional de Pelotas, mais de 70% da área de intenção de plantio de 421 mil  hectares já foi semeada. A atividade ocorre somente nas localidades onde a umidade do solo ainda se mantém adequada para a germinação e emergência.

Os plantios avançaram em Pelotas e Piratini, que alcançam 75% das áreas previstas; em Arroio Grande, 83%; em Canguçu, 84%; e em Santa Vitória do Palmar, foram implantadas 85% das áreas de intenção de cultivo. Devido aos prognósticos de estiagens, e a fim de mitigar os efeitos nos períodos críticos, os produtores têm escalonado os plantios com cultivares de soja com diferentes ciclos, que vão desde as precoces até as de ciclo mais longo.

Na de Caxias do Sul, a semeadura seguiu em ritmo muito acelerado na semana, favorecido pelas precipitações que recompuseram a umidade dos solos na maioria dos municípios. Produtores buscam semear ainda em novembro, evitando plantios tardios que tendem a apresentar menor rendimento de grãos. As últimas áreas implantadas têm germinação mais uniforme. Algumas precisaram ser ressemeadas.

Em geral, os cultivos estão bem estabelecidos, porém com lento desenvolvimento inicial em decorrência da sequência de dias secos, com altas temperaturas e baixa umidade relativa do ar. As chuvas retornaram no período, o que determinou a amenização da estiagem e a retomada dos plantios. Na regional de Erechim, o plantio já chega a 60% de um total de 230 mil hectares previstos. Embora tenha predominado o sol, ocorreram chuvas em alguns
municípios, com volumes entre dois e 18 milímetros.

Não houve precipitações nos localizados mais próximos do vale do rio Uruguai e adjacências. A área dos cultivos poderá aumentar em função do replantio de áreas com a cultura de milho, que vêm sendo liberadas pelas perícias de Proagro. Na de Soledade, 65% da área total prevista de 451 mil hectares já foi plantada.

O retorno da chuva em 16/11, com volumes satisfatórios, elevou o teor de umidade do solo que, além de viabilizar a semeadura, propicia condições adequadas para germinação/emergência e desenvolvimento vegetativo inicial da soja. Em geral, as lavouras
têm crescimento e desenvolvimento vegetativo normal; há áreas nas quais a baixa umidade do solo provocou falhas na germinação, apresentando plantas por área em número menor que o recomendado.

Produtores realizam o manejo de plantas invasoras com herbicidas pós-emergentes nas primeiras áreas implantadas. Na de Passo Fundo e Santa Maria, a escassez de chuvas diminuiu a intensidade das semeaduras e tem provocado germinação desuniforme e dificuldades no desenvolvimento vegetativo.

Na de Passo Fundo, chegou a 30% de um total de 648 mil hectares, enquanto que na de Santa Maria, alcançou 62% de 993 mil hectares previstos. Em São Sepé, Formigueiro e Vila Nova do Sul, as lavouras sentem a falta de chuvas, pois as plantas evidenciam crescimento abaixo do esperado.

Na de Bagé, a semeadura alcança 50% dos 835 mil hectares e se encontra atrasada em relação a anos anteriores. Na Fronteira Oeste, chega em 30%. A atividade foi retomada nos locais onde houve maior volume de chuvas. Os produtores aproveitaram a recuperação parcial da umidade nos solos para efetuar plantios e replantios.

Devido à baixa umidade nos solos, as lavouras que tiveram boa germinação enfrentam agora dificuldades de desenvolvimento. As semeadas mais recentemente apresentam germinação desuniforme.

Na Campanha, além dos problemas relacionados com a umidade, as temperaturas mínimas baixas, 7,1°C, também são prejudiciais à emergência e ao desenvolvimento inicial. Há relatos de ataque de pássaros e lebres que consomem as primeiras folhas das plantas em desenvolvimento, reduzindo o estande nas lavouras. Produtores aguardam melhores condições de umidade para realização do plantio que, de acordo com o zoneamento, segue
até o final de dezembro.

Na de Santa Rosa, na maioria das localidades em que não ocorreu chuva, o plantio está paralisado. Já nos municípios nos quais houve precipitações em 16/11 e onde a umidade do solo permitiu, os agricultores intensificaram a dessecação das áreas e realizam semeaduras.

Estima-se que área semeada já alcance 20%, área menor quando comparada com igual época na safra passada, quando aproximadamente 70% da área já fora semeada. O período preferencial de plantio para a maior parte das cultivares está no final, o que já é indicativo de possível prejuízo na produtividade. Além disso, parte das lavouras deverá ser replantada, pois a germinação foi muito baixa devido à falta de umidade do solo.

Entretanto, as sementes estão escassas no comércio local para realizar o replantio. A expectativa inicial de produtividade média está em 3.224 quilos por hectare.



Mercado (saca de 60 quilos)

Segundo o levantamento semanal realizado pela Emater/RS-Ascar, o preço do grão chegou ao valor médio R$ 153,41/sc. de 60 quilos, diminuição de 5,52% em relação ao da semana anterior.

Na regional de Soledade, o preço médio alcançou R$ 151,00/sc.; na de Ijuí, varia entre R$ 147,00 e R$ 155,00/sc.; disponível em Cruz Alta, R$ 160,00. Na de Passo Fundo, R$ 163,00; nas de Caxias do Sul e Erechim, R$ 150,00; na de Bagé, R$ 149,00. Na regional de Santa Rosa, o preço médio é de R$ 147,60. Na de Porto Alegre, R$ 135,00; Santa Maria, R$ 152,00; na de Pelotas, os preços variam entre R$ 154,00 e R$ 165,00; e na de Frederico Westphalen, entre R$ 144,00 e R$ 146,00/sc.

Fonte: EmaterRS

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