A área estimada de cultivo para a safra 2022/2023 é de 831.786 hectares. Os dois eventos de chuvas, mesmo irregulares e mal distribuídas, em 27/12 e 01/01, favoreceram a retomada da semeadura onde a umidade nos solos foi reposta. No entanto, a evolução foi apenas de 1%, alcançando 92% implantados.

Persiste o quadro de déficit hídrico na maior parte do Estado, com consolidação nas perdas de produtividade. Os índices são distintos, inclusive dentro da mesma região. Apenas a Nordeste, a produtividade se mantém próxima à projetada inicialmente.

Em termos fitossanitários, foram realizados os manejos de controle de plantas invasoras, e as pragas lagarta do cartucho e cigarrinha do milho permanecem monitoradas e controladas quimicamente quando necessário.

Na região administrativa da Emater/RSAscar de Bagé, na Fronteira Oeste, em Maçambará, estimamse perdas na ordem de 30% nas lavouras irrigadas, e entre 70% e 100% nas áreas de sequeiro implantadas na primeira janela de semeadura, em agosto e setembro.

As lavouras implantadas mais tardiamente sofreram danos ainda mais expressivos e estão sendo direcionadas para a produção de silagem. A colheita está em fase inicial, e os produtores com áreas financiadas acionam o seguro para mitigar os prejuízos. Em São Gabriel, a ocorrência de chuvas expressivas em boa parte do território possibilitou a retomada do plantio, concentrado, no momento, em pequenas propriedades. As maiores lavouras foram implantadas no cedo e têm perdas estimadas em 60%. Na Campanha, em Dom Pedrito, a expectativa dos produtores é otimista quanto ao potencial produtivo das lavouras, considerando que o clima foi de alta disponibilidade de radiação solar, e houve predomínio de áreas irrigadas com reserva hídrica suficiente para todo o ciclo da cultura. Os tratos culturais de controle de ervas daninhas e a aplicação de fertilizantes nitrogenados estão sendo realizados sem maiores problemas. Com aproximadamente 20% das lavouras em fase reprodutiva, aumentam os riscos de impactos decorrentes das altas temperaturas.



Na de Caxias do Sul, as lavouras apresentam desenvolvimento satisfatório, não houve perdas significativas na expectativa de rendimento. Nos Campos de Cima da Serra, onde se concentra a maior parte da produção na região, as lavouras estão em estádios de pendoamento e floração, e as chuvas apresentam volume e distribuição satisfatórios para as necessidades da cultura.

Na de Erechim, a produtividade inicial era estimada em 9.000 kg/ha, e a obtida momentaneamente varia de 4.800 a 6.600 kg/ha. Em Aratiba, Barra do Rio Azul, Mariano Moro, Itatiba do Sul, Severiano de Almeida, Campinas do Sul, Cruzaltense, Entre Rios do Sul, Barão de Cotegipe e Três Arroios, as perdas deverão ser mais elevadas; as estimativas de redução estão entre 60% e 70% da produtividade inicial.

Na de Frederico Westphalen, houve precipitações de fraca intensidade que atingiram pontos isolados, mas não houve recuperação de perdas, que variam entre 20% e 70%. Em parte das lavouras, observaramse sintomas de enfezamento transmitido pelas cigarrinhas, que contribuem para o agravamento das perdas.

Na regional de Ijuí, mais de 70% da área cultivada está em estádio de enchimento de grãos, além de ter sido severamente prejudicada pela estiagem, que perdura na região. As perdas de produtividade permanecem entre 30% e 100%. Em Tenente Portela, ampliou o número de pedidos de cobertura de seguro, e os técnicos municipais já realizaram perícias em mais de 50 lavouras danificadas.

Na de Lajeado, o aumento do período sem chuvas adequadas causa perdas com maior intensidade no Vale do Taquari, onde as demandas de perícias de Proagro e a elaboração de laudos de avaliação para decretos de emergência se intensificaram rapidamente.

Na de Pelotas, aumentaram os efeitos da estiagem; os plantios estão praticamente paralisados, efetuados somente onde ocorreram algumas precipitações, como em Morro Redondo. No restante, o plantio está em atraso. As lavouras estão, em maior parte, em desenvolvimento vegetativo, e apenas 6% está em floração.

Na regional de Porto Alegre, em parte da região, observaramse os primeiros danos do déficit hídrico, afetando lavouras em fase de enchimento de grãos; ocorreram os primeiros acionamentos de Proagro.

Na de Santa Maria, a cultura é a mais afetada pela insuficiência de chuvas, e estimamse perdas superiores a 30% na produtividade. Houve aumento nas solicitações de cobertura de Proagro e aumento no número de municípios que decretaram situação de emergência, tais como: Agudo, Tupanciretã, Júlio de Castilhos, Cerro Branco e Santa Maria, onde a cultura apresenta redução estimada de 50% nos rendimentos. Em Novo Cabrais, em Agudo, em Cerro Branco e em Paraíso do Sul, onde é tradicional o plantio do milho póscolheita do tabaco, há dificuldade de implantação pela insuficiência de umidade nos solos.

Na de Santa Rosa, a semeadura foi retomada em safrinha e alcançou 84% da área estimada, que na safra era de 83% cultivados. Em relação às fases, 1% das lavouras está em desenvolvimento vegetativo; em florescimento, 3%; e 27% estão em enchimento de grãos. A estiagem provocou um amadurecimento antecipado, 59% das lavouras estão maduras, e 10% foram colhidas. As perdas de produtividade variam entre 30% e 75%, dependendo da intensidade dos danos provocados pela redução de umidade. No cultivo irrigado, as perdas são bem menores, variando de 5% a 10%, causadas principalmente pelo excesso de temperaturas. Algumas lavouras implantadas na primeira quinzena de agosto apresentam espigas maiores e melhor formação dos grãos; já as áreas implantadas da segunda quinzena de agosto em diante sofreram mais os efeitos do déficit hídrico, com tamanho de espigas bastante irregular, menor do que seria esperado, além de apresentar falhas na polinização.

Na regional de Soledade, o cenário é diverso. Em Alto Alegre, em Campos Borges e em Espumoso, as perdas são mais elevadas, mas ainda não quantificadas. No restante, há perdas no milho do cedo em todos os municípios, mas de forma pontual devido à má distribuição das precipitações. A ocorrência de chuvas no período favoreceu as lavouras em fase reprodutiva, principalmente nos componentes de rendimento, número e peso de grãos. Também as lavouras de implantação tardia maior parte em restevas de tabaco foram beneficiadas, e os agricultores realizaram a adubação nitrogenada em cobertura.

Comercialização (saca de 60 quilos)

Segundo o levantamento semanal de preços realizado pela Emater/RSAscar no Estado, o valor médio cresceu +0,97%, passando de R$ 84,32 para R$ 85,14. O produto disponível em Cruz Alta foi cotado em R$ 89,00.

Fonte: Informativo Conjuntural, n. 1744 – Emater/RS



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