A colheita avançou significativamente por mais uma semana, se encaminhando para o final em algumas regiões. Propriedades menores já estão encerrando a atividade.
Na regional da Emater/RS-Ascar de Bagé, a colheita avançou para 35% da área ocupada com a oleaginosa. As condições climáticas foram favoráveis à operação, mas na progressão dos dias o teor de umidade nos grãos já estava aquém do ideal, gerando alguns danos mecânicos ao tegumento, prejudicando a produção de sementes. As precipitações ocorridas no dia 11/04 devem amenizar a situação. A produtividade continuou satisfatória, em média, acima da expectativa inicial, chegando a até 4.800 quilos por hectare, incomuns para a região, contudo, em microrregiões com menores precipitações, as produtividades partiram de 1.500 quilos por hectare. A média de umidade nos grãos oscilou próximo a 13%, e colheitadeiras trabalharam em baixa velocidade, pela alta produção e para minimizar as perdas no processo de trilha. As lavouras estabelecidas a partir da segunda quinzena de dezembro ainda estão com folhas verdes, tendo potencial produtivo menor, considerando o estresse hídrico na primeira quinzena de março. No aspecto fitossanitário, é forte a pressão de ferrugem asiática nas lavouras do tarde em Hulha Negra, na Campanha, com identificação de esporos no coletor do programa estadual de monitoramento e em diversas propriedades. Foram observados sintomas nas folhas dos terços médio e superior, sendo concreta a redução no potencial produtivo, devido a perda de área foliar verde e a desfolha antecipada.
Na de Caxias do Sul, dias ensolarados e secos permitiram o avanço acelerado da colheita que já ultrapassa os 50% da área cultivada. O rendimento médio obtido é de 3.825 quilos por hectare, confirmando a expectativa inicial e garantindo boa rentabilidade ao produtor. O grão está chegando ao cerealista praticamente seco facilitando o fluxo de recebimento nos armazéns por dispensar a secagem do produto.
Nas regionais de Erechim e Passo Fundo, lavouras estão 70% e 80% colhidas, respectivamente. O desenvolvimento continua satisfatório. Conforme a colheita avança, a produtividade diminui, principalmente em plantios efetuados em dezembro. Na regional de Erechim, a produtividade média de 3.720 quilos por hectare, 11% maior que a média do Estado. Municípios com mais tradição no cultivo como Quatro Irmãos, Ipiranga do Sul, Jacutinga e Sertão, a produtividade é maior que quatro mil quilos por hectare.
Na regional de Frederico Westphalen, 80% colhido da área está colhida. As condições climáticas favoráveis da semana foram importantes para acelerar a colheita, que acontece dentro da normalidade, porém um pouco atrasada em relação ao ano anterior em função da falta de chuvas no momento do plantio. Se confirma a boa expectativa de produtividade, alcançando 3.660 quilos por hectare – 5% superior a inicial e 44% maior que do ano passado.
Na de Santa Maria, a ausência de chuvas na semana permitiu avanço na colheita da soja, que ultrapassou 45%. A chuva somente ao final de semana, dias 10 e 11, permitiu esse avanço exponencial na colheita.
Na regional de Ijuí, atividade de colheita da cultura da soja realizada com grande intensidade entre os dias 06/04 (terça-feira à tarde) até 10/04 (sábado), chegando a 70%. À medida que a colheita avançou, a umidade dos grãos colhidos foram baixando rapidamente, impactando na quebra de grãos na trilha, principalmente nos horários mais quentes do dia. A umidade da massa de grãos chegou próxima a 10% considerada muito baixa para a realização da colheita, pois causa perdas de grãos pela debulha de vagens na plataforma de corte e diminuição do peso total do produto colhido. A diminuição da umidade no solo e aumento da umidade relativa do ar provocou maturação mais rápida e desuniforme nas cultivares tardias, causando aumento de grãos verdes e diminuição de peso dos grãos maduros. Houve leve queda da produtividade média das lavouras semeadas em dezembro e cultivares de ciclo mais longo. Produtores com áreas menores em conclusão da colheita da cultura, restando as propriedades com maiores áreas cultivadas.
Na regional de Pelotas, com uma safra histórica, sojicultores e toda população serão beneficiados com a geração de renda advinda da safra a ser comercializada, através do ingresso e circulação do dinheiro na economia. A colheita avançou na semana. Produtores encontram dificuldades de contratação de fretes devido à alta procura e também a concorrência com os produtores de arroz que ainda estão colhendo a safra. Isto tanto para caminhões de média capacidade, com 18-20 toneladas como os de grande capacidade, de até 40 toneladas. Lavouras permanecem sem a ocorrência significativa de pragas e doenças.
Na regional de Santa Rosa, a colheita avançou significativamente, passando de 27 para 52% na semana de 05 a 11/04. Nos municípios da Fronteira Noroeste, o percentual de área colhida é ainda maior (58%), devido às áreas serem menores, ter o maior número de colheitadeiras, e as distâncias dos pontos recebedores dos grãos serem menores. Já nas Missões, onde as áreas cultivadas são significativamente maiores, o percentual é menor (48%) devido principalmente as distâncias e logística um pouco dificultada. As produtividades são variadas, entre 35 e 80 sacas por hectare. Há solicitações pontuais de Proagro nos municípios. Um aspecto relevante nesta safra é o percentual de produtores que estão faturando o produto assim que entregue na cooperativa, ou seja, aproximadamente 80% da produção é faturada logo após a entrega, em função do pagamento das operações de crédito e o preço.
Na regional de Soledade, mais uma semana de atividades intensas de colheita; o predomínio de tempo firme favoreceu essa operação que atinge 60% da área cultivada.
Na de Porto Alegre, lavouras encontram-se predominantemente em maturação e colheita, concluída em 39% da área. A expectativa sobre a produtividade das lavouras é boa, apesar da falta de umidade do solo em alguns períodos do desenvolvimento da cultura, ainda a cultura mantém a expectativa de produtividade média esperada inicialmente. As condições climáticas foram favoráveis à colheita. Produtores realizam monitoramento e controle de pragas e doenças.
Comercialização (saca de 60 quilos)
De acordo com o levantamento semanal realizado pela Emater/RS-Ascar no Rio Grande do Sul, o preço médio da soja tem mais uma semana de elevação, em 0,58%, chegando a R$ 165,50/sc. O preço para o produto disponível em Cruz Alta alcançou R$ 167,50/sc.
Fonte: Emater/RS-Ascar – Informativo Conjuntural – Nº 1654