RIO GRANDE DO SUL: Preços saltam até $ 4,00/saca devido a expectativas negativas de produção
Dando continuidade na primeira semana do ano a situação se confirma cada vez mais dramática. A safra do sul do país está seriamente prejudicada. A diferença que surge agora é o quanto mais pode piorar, como a safra de RS não avançou tão rápido, ainda não foi a maior prejudicada, mas deve vir a sofrer danos igualmente profundos se o clima não melhorar.
Hoje os preços de pedra avançaram novamente em R$ 2,00/saca indo a R$ 170,00/saca e até R$ 4,00/saca no mercado de lotes (veja tabela ao lado), como resultado do aumento das preocupações após novo estudo feito pelo Departamento de Economia Rural (Deral) que indica que as perdas no PR podem vir a ser ainda piores do que no estudo emergencial realizado na virada do ano. Ademais, apenas 3.000 toneladas foram vendidas, o produtor segue segurando.
SANTA CATARINA: Santa Catarina retorna aos R$ 180,00, preocupações atingem todo o sul e além
Santa Catarina, assim como as demais regiões, segue sendo afetada pela difícil situação no Sul do Brasil e da América do Sul, reflexo das dificuldades de estiagem trazidas pelo fenômeno oceânico e atmosférico “la niña”. O que vem ocorrendo é que o resfriamento normal das águas equatoriais acaba por causar um deslocamento nos ventos alísios (quente e úmido), levando-os a áreas com menor pressão atmosférica nas zonas equatoriais.
Além disso a água mais fria tende a evaporar muito menos, não permitindo o carregamento de umidade, por isso, o sul do país, incluindo SC, que é distante de uma convergência equatorial, lida com uma seca. Situações semelhantes podem ser observadas na Argentina e no Paraguai. Enquanto regiões mais a centro-oeste do Brasil lidam com altas taxas de precipitação que passam a se tornar preocupantes e tirar a qualidade da soja. Ademais, ninguém tem interesse em vender no momento, pois sabem que os preços devem se valorizar ainda mais.
PARANÁ: Lotes seguem subindo em resposta às condições climáticas, com alta de 3,45% em Paranaguá
Assim como ontem o dia foi marcado por consistentes valorizações que não trazem nada de positividade ao mercado, pois indicam antes de tudo o medo em relação à disponibilidade de soja e escassez de produto que elevam o preço.
Segundo informações divulgadas pela Deral, em levantamento inicial sobre as perdas para embasar políticas públicas de socorro aos agricultores, feito a pedido do governo do Estado e divulgado na última sexta-feira (31), foi estimada uma redução de 37,8% na safra paranaense de soja, ou 8 milhões de toneladas, e de 42% na safra de milho verão, ou 1,7 milhão de toneladas. Na soja, a previsão passou de colheita de 21 milhões de toneladas para cerca de 13 milhões de toneladas.
Salatiel Turra, chefe da Deral diz que “todas as perdas devem-se à falta de chuva especialmente nas fases de floração e frutificação do grão” e adapta levemente as perdas antes informadas, indicando R$ 16 bilhões em prejuízo considerando as demais culturas.
O fato é que a situação atual é ainda estimativa, fica claro que já foram feitos dois cortes de safra consecutivos pela instituição, mas que não é descartado um terceiro corte. Diante desta situação, não há presença no mercado, o produtor temeroso aguarda por mais valorizações. Quanto aos fechamentos da CBOT do dia, soja terminou em +2,08%; farelo terminou em +1,11% e óleo compensou pelas perdas anteriores, indo a +3,72%. O dólar segue muito próximo de fechar acima dos valores recorrentes no segundo semestre de 2021, se valorizando em 0,47%.
MATO GROSSO DO SUL: MS se valoriza, mas não vende, altas de R$ 3,00/saca
A região de MS segue nas mesmas condições das demais regiões, embora muito menos afetado pela estiagem do que as parcelas mais ao sul do Brasil. Agora ocorreram melhoras nos preços, pois o ano está começando, a demanda volta a existir gradualmente. O principal motivo para as valorizações, no entanto, não é o retorno da demanda, mas o medo em relação à falta de produto. Os produtores do Estado seguem sem qualquer anseio para vender e rezando que as condições não piorem muito de forma que os danos não se aprofundem muito no Estado.
É necessário que chova e antes da realização das perdas não haverá vendas consideráveis. Na falta de produto a realização de lucros advém do preço unitário, pois esta é a lei da oferta e da demanda.
CENTRO-OESTE: Preços com altos e baixos conforme a cidade
No Mato Grosso, os preços de atacado recuaram 3,13% para R$ 155,00; em Canarana fecharam a R$ 151,00; Itiquira avançaram 1,23% para R$ 164,00; Lucas do Rio Verde, subiram para R$ 158,00; em Nova Mutum recuaram 2,34% para R$ 158,70, em Primavera do Leste recuaram 1,16% para R$ 162,50; em Querência fecharam a R$ 151,00; em Rondonópolis R$ 166,00; Sino R$ 156,80, Sorriso 156,00 e Tangará da Serra R$ 154,00.
Em Goiás o preço fechou em R$ R$ 161,00 em Anápolis, R$ 164,00 em Formosa, R$ 159,00 em Jataí e R$ 160,00 em Rio Verde.
MATOPIBA: Preços subiram levemente
No Maranhão, R$ 158,00 em Balsas e R$ 158,50 em Porto Franco. No Tocantins, R$ R$ 155,00 em Porto Nacional. No Piauí, R$ 162,00 em Uruçuí. Na Bahia, R$ 162,00 em Barreiras e R$ 158,50 em LAM.
Fonte: T&F Agroeconômica