Os contratos futuros da soja negociados na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT) fecharam a quarta-feira com alta consistente. O mercado reagiu ao anúncio do presidente dos EUA, Donald Trump, de uma pausa de 90 dias nas tarifas recíprocas de 75 países que entraram em contato com os EUA para negociações. Já com relação à China, ele aumentou ainda mais as tarifas, subindo para 125%, com efeito imediato.
“Diante da evidente falta de respeito demonstrada pela China em relação aos mercados globais, anuncio a elevação imediata das tarifas norte-americanas sobre produtos chineses para 125%. Espero que, em um futuro próximo, a China compreenda que sua prática histórica de explorar os EUA e outras nações não é mais sustentável nem tolerável”, diz Trump na rede social.
“Paralelamente, reconhecendo que mais de 75 países buscaram diálogo com representantes dos EUA – incluindo os Departamentos de Comércio, Tesouro e o Representante Comercial (USTR) – para negociar soluções sobre comércio, barreiras tarifárias, manipulação cambial e tarifas não monetárias, e considerando que nenhum desses países retaliou contra os Estados Unidos (conforme minha forte recomendação), autorizo uma pausa de 90 dias com redução significativa das tarifas recíprocas para 10%, também em vigor imediatamente”, finaliza Trump.
Amanhã, o mercado deve voltar suas atenções para o relatório de abril do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). O Departamento deverá, no seu relatório de abril, indicar poucas alterações no quadro de oferta e demanda americano de soja. Na avaliação do mercado, o Departamento poderá cortar as estimativas de safra do Brasil e da Argentina.
Analistas consultados pelas agências internacionais apostam em estoques americanos de 381 milhões de bushels em 2024/25. Em março, a previsão do USDA foi de 380 milhões.
Em relação ao quadro de oferta e demanda mundial da soja, o mercado aposta em estoques finais 2024/25 de 122 milhões de toneladas. Em março, o número ficou em 121,4 milhões.
O USDA deverá cortar a estimativa para a safra do Brasil de 169 milhões para 168,9 milhões de toneladas. Já a estimativa para a Argentina deverá ser reduzida de 49 milhões para 48,7 milhões de toneladas.
Os contratos da soja em grão com entrega em maio fecharam com alta de 20,00 centavos de dólar ou 2,01% a US$ 10,12 3/4 por bushel. A posição julho teve cotação de US$ 10,23 1/2 por bushel, ganho de 19,50 centavos ou 1,94%.
Nos subprodutos, a posição maio do farelo fechou com alta de US$ 3,50 ou 1,20% a US$ 294,50 por tonelada. No óleo, os contratos com vencimento em maio fecharam a 46,19 centavos de dólar, com alta de 1,25 centavo ou 2,78%.
Fonte: Agência Safras