Várias doenças podem incidir sobre a cultura da soja durante seu ciclo de desenvolvimento, reduzindo sua produtividade e depreciando grãos e sementes. Sendo assim, o manejo e controle dessas doenças é essencial para evitar perdas quantitativas e qualitativas da produção.
Dessa forma, é essencial ficar atento às condições climáticas que podem possibilitar maior desenvolvimento de doenças, especialmente em áreas com histórico de ocorrência. Durante essa safra, é possível observar em algumas regiões, condições mais amenas de temperatura, o que pode proporcionar condições adequadas para doenças como o mofo-branco (Sclerotinia sclerotiorum), especialmente se combinadas com maiores umidades relativas.
A alta umidade relativa do ar e temperaturas amenas favorecem o desenvolvimento do mofo-branco. Esclerócios caídos ao solo, sob alta umidade e temperaturas entre 10 ° C e 21 °C, germinam e desenvolvem apotécios na superfície do solo. Estes produzem ascosporos que são liberados ao ar e são responsáveis pela infecção das plantas (Henning et al., 2014). Dessa forma, quando associada a condição de elevada umidade relativa do ar com temperaturas amenas, deve-se atentar para o monitoramento do mofo-branco.
A planta de soja infectada apresenta, inicialmente, lesões aquosas, de onde crescem as hifas, formando o abundante micélio. Com o avanço da colonização do tecido vegetal pelo fungo, as lesões inicialmente encharcadas tornam-se secas, de aspecto descolorido e normalmente esbranquiçadas e não apresentam mais sinais externos (Grigolli, 2015).
Figura 1. Mofo-branco (Sclerotinia sclerotiorum) em soja.

Segundo Mayer et al. (2020), os danos ocasionados pelo mofo-branco podem representar uma redução da produtividade de até 70% na soja, além disso, os autores destacam que a doenças está presente em cerca de 28% das áreas produtoras de soja do Brasil.
Com base na enorme perda produtiva que o mofo-branco pode causar na cultura da soja, e tendo em vista as condições de temperatura amena observadas no início da safra 2020/2021 especialmente nas regiões sul do Brasil, deve-se atentar para o monitoramento e controle dessa doença antes que atinja elevado nível de desenvolvimento, possibilitando reduzir a interferência do mofo-branco na produtividade da soja.
Confira abaixo o período de ocorrência das principais doenças da soja.
Veja também: Eficiência de fungicidas multissítios no controle da ferrugem-asiática da soja, Phakopsora pachyrhizi, na safra 2019/2020 – resultados sumarizados dos experimentos cooperativos
Figura 2. Período de ocorrência das principais doenças da soja.

Referências:
GRIGOLLI, J. F. J. MANEJO DE DOENÇAS NA CULTURA DA SOJA. Fundação MS, Tecnologia e Produção: Soja 2014/2015, 2015. Disponível em: < https://www.fundacaoms.org.br/base/www/fundacaoms.org.br/media/attachments/216/216/newarchive-216.pdf >, acesso em: 14/12/2020.
HENNING, A. A. et al. MANUAL DE IDENTIFICAÇÃO DE DOENÇAS DA SOJA. Embrapa, Documentos, n. 256, ed. 5, 2014. Disponível em: < https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/105942/1/Doc256-OL.pdf >, acesso em: 14/12/2020.
MAYER, M. C. EFICIÊNCIA DE FUNGICIDAS PARA CONTROLE DE MOFO-BRANCO (Sclerotinia sclerotiorum) EM SOJA, NA SAFRA 2019/2020: RESULTADOS SUMARIZADOS DOS EXPERIMENTOS COOPERATIVOS. EMBRAPA, Circular Técnica, n. 165, 2020. Disponível em: < https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/217684/1/Circ-Tec-165.pdf >, acesso em: 14/12/2020.
SARAN, P. E. MANUAL DE IDENTIFICAÇÃO DAS DOENÇAS DA SOJA. FMC. Disponível em: < http://www.faesb.edu.br/biblioteca/wp-content/uploads/2017/09/publication1.pdf >, acesso em: 14/12/2020.
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