As cotações do trigo, em Chicago, contrariamente à soja e o milho, se mantiveram relativamente firmes nesta semana, porém, com pequeno viés de baixa. O bushel do cereal fechou a quinta-feira (29) em US$ 5,77, contra US$ 5,83 uma semana antes.

Enquanto isso, as exportações do cereal, na safra 2023/24, por parte dos EUA, somaram 233.500 toneladas, com recuo de 38% diante da média das quatro semanas anteriores. O volume ficou abaixo das expectativas do mercado, e no total do atual ano comercial, os EUA já exportaram 17,8 milhões de toneladas, contra 16,8 milhões no mesmo período do ano anterior.

Ao mesmo tempo, a Argentina estima sua safra em 15,9 milhões de toneladas, com ajustes para cima em relação aos dados de janeiro. Já no Brasil os preços cederam um pouco, com a média gaúcha fechando a semana, e o mês de fevereiro, em R$ 61,53/saco, enquanto no Paraná os preços oscilaram entre R$ 63,00 e R$ 66,00/saco.

Na medida em que diminui a oferta de trigo de qualidade no país, em função da frustração da última safra, as importações aumentam. Estas chegam com valores competitivos, pressionando os preços internos para baixo. Para se ter uma ideia, até a terceira semana de fevereiro as compras externas de trigo, por parte do Brasil, somavam 383.950 toneladas, contra 291.630 toneladas adquiridas em todo o mês defevereiro do ano passado. (cf. Secex) A preocupação atual é que, diante dos atuais preços, o próximo plantio de trigo seja reduzido no país.

Na prática, a estabilidade cambial e os preços mais baixos do trigo argentino não pemitem que o produto de qualidade brasileiro, mesmo com menor oferta, tenha preços elevados. Assim, para competir com o trigo argentino (CIF Curitiba), produtores do Paraná precisariam vender por cerca de R$ 1.240,00 a tonelada (R$ 74,40/saco), enquanto os gaúchos, para o CIF Grande Porto Alegre, necessitariam negociar em torno de R$ 1.230,00 a tonelada (R$ 73,80/saco). No entanto, como o país apresenta uma oferta muito elevada de trigo de menor qualidade, este produto está sendo negociado a preços menores.

Enfim, a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (ANEC) informa que o Brasil planeja exportar 715.863 toneladas de trigo em fevereiro, contra 522.988 toneladas no mesmo período do ano anterior. No acumulado de 2024, as exportações brasileiras de trigo totalizam 1,4 milhão de toneladas, contra 2,5 milhões de toneladas do ano anterior.

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Fonte: Informativo CEEMA UNIJUÍ, do prof. Dr. Argemiro Luís Brum¹

1 – Professor Titular do PPGDR da UNIJUÍ, doutor em Economia Internacional pela EHESS de Paris-França, coordenador, pesquisador e analista de mercado da CEEMA (FIDENE/UNIJUÍ).



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